joaogabrielgaldea — 14 de maio de 2009 — "Ao contrário de Caetano Veloso, que considera o pagode baiano a melhor coisa do mundo, a cantora Margareth Menezes não economiza nas críticas ao gênero musical, conhecido pelas letras com forte apelo sexual. Participando de uma palestra sobre violência, realizada na UCSal, no dia 12 de maio, a cantora resolveu lembrar de um episódio no qual foi desprezada pelo público, que só queria saber de se requebrar. Fui fazer um show aqui em Salvador onde tinha uma banda de pagode que tocaria depois de mim. Eu cantei samba-reggae, cantei reggae e o povo não reagia. O povo só reagia à quebradeira, aquela coisa ridícula, desabafou Maga."
Há quantos anos você desfila no Carnaval de Salvador? Ele melhorou em quê? E em que o do passado era melhor?
Margareth – Há 20 anos pelo menos. O Carnaval cresceu e ficou praticamente privado. Atende a interesses particulares, muito mais do que ao povo que fica na rua do lado de fora das cordas. Se o Carnaval de Salvador algum dia se tornar Indoor [realizado em lugar fechado com cobrança de entrada], eu realmente não estranharei nem um pouquinho.
O que você mais ama e o que mais odeia no Carnaval de Salvador?
Margareth – Eu gosto de cantar para o povo da cidade que muitas vezes não tem oportunidade de pagar para nos ver e tem essa chance durante o Carnaval. Não gosto de quem sai de casa para brigar na rua. Também reprovo o jeito que a coisa é administrada, nem todo mundo tem dinheiro para pagar e sair mais cedo na fila, que é a ordem de apresentação dos blocos. Infelizmente, isso ainda existe.
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