sábado, 27 de março de 2010

Fragmentos de Zeca de Magalhães, por Paulo George.


Paulo GeorgeVocê é carioca?

Zeca de Magalhães Sim, mas moro na Bahia há 23 anos. Minha vó era baiana. Sou de uma família baiana, a família de minha vó era de São Francisco do Conde. Eu vim para Bahia com 19 anos. No Rio de Janeiro o pessoal sempre me perguntava: “Você trabalha em quê?” Eu dizia: “Sou poeta”. Aí eles insistiam, “Tudo bem, mas trabalha em quê?”. Quando eu cheguei aqui, a mesma pergunta, “Você trabalha em quê?”, e eu dizia, “Sou poeta”. Aqui... Digamos assim, eu vi que ser poeta era como se fosse uma autoridade, uma coisa de respeito. As pessoas me respeitavam por eu ser poeta. Talvez até por essa tradição da Bahia ter tido vários poetas de rua. Desde Gregório de Matos que a poesia está na rua. E ele nunca escreveu nada, sempre falava tudo. Ser poeta na Bahia é uma coisa muito forte. De Gregório à Cuíca de Santo Amaro, mais recentemente o grupo Poetas na Praça e toda essa juventude que na década de 70, 80 ia para rua. Não só os Poetas na Praça, mas o grupo Poema, o grupo Baldeação, diversos grupos de poesia tomando as ruas de Salvador, fazendo um monte de coisas, então sempre se teve respeito pelo poeta. O que me apaixonou na Bahia foi isso. Eu vim como um bocado de gente que vem passar o carnaval aqui, e acaba ficando. Hoje eu tenho família aqui, tenho 7 filhos, 4 baianos, e um neto baiano. Assim, de uma certa forma, voltei às minhas origens. Sempre cresci ouvindo histórias do recôncavo, casos de engenhos. Minha vó era de uma família tradicional, chamada família Bulcão, uma família que teve muitos engenhos, tipo aristocracia falida. Hoje não tem nada, mas já teve muita coisa. Eu sempre tive essas historias na cabeça. E minha vó falava: “Somos a única família branca da Bahia”, ela falava essa maluquice. E eu pensava, “Meu Deus do céu, isso não pode existir”. Vim para cá conhecer os Bulcão e todos são miscigenados, por conta dessa mistura mesmo. Coisas desse país e desse estado doido.

PG Em princípio você ficou no recôncavo?

ZM Fiquei em Salvador. E quando eu, em 1982, fui contratado pelo PT para organizar núcleos no interior do estado, eu conheci Irecê, Xique-Xique e, principalmente, Itajuípe e Icoaraci, onde morei muito tempo, trabalhando com grupos de jovens da igreja, para fundar núcleos do PT.

PG Me fale um pouco sobre os Poetas na Praça.

ZM – Quando eu cheguei aqui já existia, começou em 1978. Através, basicamente, de três pessoas: Antonio Short, já falecido, Geraldo Maia e Eduardo Teles. Eles foram o cerne da coisa, a essência dos Poetas na Praça. Esse poder de movimentação, de botar as pessoas na rua, tudo isso. Por esse grupo, passaram mais de 70 poetas. Fui um desses. Nós nos encontrávamos todo dia, ao final da tarde na Praça da Piedade. Muita gente que tá bem aí foi do grupo: Araripe Junior, cineasta, Getulio, dono da Literarte, que era um ponto de encontro importante. Antes da praça ou depois, a gente ia conversar lá. Lá era a única livraria que vendia os nossos livrinhos na época. Ficava ali, na galeria do Edifício Santo Amaro, na Avenida Sete.

PGQuando você participava do grupo, nessa época aí, você chegou a receber algum tipo de represália?

ZMEram os anos que começava a abertura. Mas todo Brasil fica sempre “a reboque”. As coisas acontecem no sul primeiro para, depois de 5 ou 6 anos, acontecerem por aqui. Hoje ainda acontece isso, mas é menor, pois a Bahia já tem uma indústria cultural muito grande. Sofremos diversos tipos de repressão, sim. Chegou a tal ponto que nós já fomos processados. Por que nós falávamos palavras de “baixo calão”, chulas. Eu como poeta acho que não existe nem palavra, nem palavrinha, nem palavrão. Existe o signo de comunicação. E o poeta é igual ao artesão, ao sapateiro, vai experimentando diversos tipos de couro para fazer uma bota, uma alpargata. Mesma coisa com a palavra é o poeta. Em 82, Figueiredo (João Batista) começou uma espécie de cruzada muito grande contra a pornografia. Nisso aí, fomos acusados por usar palavrões em nossos poemas. O que levou a polícia daqui a ter que prender poetas na rua. Acredito que eles estavam mais preocupados em prender bandidos, assaltos a banco, essas coisas. E aí, sobrou para eles esse papel constrangedor de prender poetas na rua. Analisando hoje, isso foi muito bom, pois por causa disso, cheguei a vender 4.000 mil exemplares de um livro meu na época, O Assassino. Um livro tipo cordel, bem simples. Depois que eu fui preso, saí no O Globo do Rio e dei entrevista na Tv Globo daqui. O livro estourou. O Getúlio vendia 20 a 30 livros meus por dia. Era barato como se fosse hoje em dia 2 reais.

PGQuantos livros você já tem publicado?

ZMNo formato de cordel, sem ser literatura de cordel, entre 82 e 87 publiquei 13 livretos, com 10 poemas cada um. E diversos números de jornaizinhos. Teve o Panflema, panfletos que eram poemas, o Sucata, o Rato de Praia, entre outros. Nessa época já existiam vários grupos de poesias. Tinha os Poetas na Praça, tinha o Grupoema, o Baldeação, Kami Quase. E tinham muitas briguinhas, cada um no seu grupo. E eu achava isso ridículo. Eu e o Valente Júnior. Então, ele foi dos outros grupos. E o jornal Ratos de Praia era legal porque reunia poetas de todos esse grupos, foi ele quem rompeu com essa história de grupinhos. Eu fiquei com os Poetas na Praça de 79, quando eu conheci, até 84. Aí o grupo começou a tomar conotações político-partidárias que não me interessavam. Apesar de eu trabalhar no PT, esse trabalho era uma coisa. Agora, usar a arte do poema pra levantar bandeiras eu acho uma coisa muito perigosa. Desde aquela época eu não aceitava isso e jamais aceitei. Quando começaram a entrar pessoas ligadas ao MR-8, eu não vou citar nomes não, poetas que começaram a unir essas posições políticas ao grupo, poesia pelas Diretas, essas coisas assim, caí fora. Eu acho que a poesia é um instrumento político em si. Agora virar um instrumento partidário, a poesia perde e corre o risco de ficar uma coisa muito medíocre. Eu sempre fui contra isso.

PGVoltando um pouco para sua época. Quais são as características daquela juventude que não vemos mais na juventude de hoje?

ZMEu acho a juventude sempre o grande lance. O jovem é aquele que estar por vir, que pode propor alguma coisa. Em tese seria isso. Fiquei muito chocado quando na época do Collor, estava saindo da juventude e entrando, digamos, na fase madura, com aquela manipulação de jovens de Caras Pintadas. Achei aquilo uma palhaçada, uma coisa muito medíocre, muito comandada, por um sistema de comunicação. Essa juventude agora lê muito, ao contrário do que e alguns escritores pensam. Eles não lêem os livros que os escritores publicam, mas você lê o tempo todo. Você está num mundo de uma informação áudio-visual. Você liga a TV, o computador, na rua vê um outdoor, tudo você lê. Tudo passa pelos seus olhos, tudo é leitura. Agora, coordenar essa leitura para uma atividade educativa é outra coisa. Voltando a questão dos jovens de ontem e de hoje, pois eu me perdi um pouco, na minha época nós tínhamos já uma coisa predeterminada contra a qual a gente tinha que lutar que era o cerceamento das liberdades básicas de um ser humano, o direito de pode falar. O jovem de hoje fala o que quiser, mas não pode fazer nada. É a ditadura econômica, diferente da ditadura da palavra.

PGÉ, nós saímos da ditadura de tanques na rua para uma ditadura de informações. O jovem é muito exposto a isso tudo, as informações manipuladas...

ZMPois é, ele é exposto a isso tudo e não tem uma educação fundamental e formal que o prepare para isso, para poder analisar isso. É o trabalho que a gente faz aqui no CRIA, por exemplo. Eu dou aula de poesia. Na verdade estamos preparando o jovem para ter opinião crítica, poder de análise, para ele poder ler nas entrelinhas de um jornal uma notícia. A mídia é uma coisa muito enganosa. Aqui, por exemplo, essa briguinha do jornal A TARDE com o governo, quase uma briga pessoal de Cruz Rios com Antônio Carlos Magalhães. No fim, é tudo farinha do mesmo saco. São as elites que se entendem muito bem, resolvem nossa fome num banquete. Não tem nenhum anúncio do governo no A TARDE, porque está “brigadinha” com o governo. Mas, ao mesmo tempo o A TARDE não paga imposto nenhum, o CORREIO DA BAHIA até paga, ao menos tem os recibos dizendo que paga. São essas benesses que correm por baixo do pano e a gente é tratado como otário. É uma mídia de lugares marcados. Isso pro jovem é muito ruim, gera uma falsa informação.

PGE a poesia hoje na Bahia?

ZMÉ uma coisa maravilhosa. Aqui ela é feita com as falas do povo, com o “fale sério”, com gírias circunstanciais. Umas ficam outras vão, tudo isso é muito importante. Hoje na Bahia, nós vemos os poetas consagrados, como Capinam, ou poetas escondidos como Carlos Cunha, da Academia de Letras da Bahia, que é um grande poeta e lançou um livro agora. E gente nova sempre surgindo. Eu gosto muito de acompanhar a poesia das mulheres. Primeiro porque eu sou homem, sou um adorador de mulheres. Depois porque elas geram a vida, nos geram. Se diz hoje que a mulher sustenta a família, para mim sempre sustentou, mesmo sem ganhar dinheiro. Aqui no CRIA tem umas jovens ótimas, que escrevem muito bem. A Daniele, Tatiana, Débora. Umas meninas muito legais escrevendo. Alguns livros de poesia que me surpreenderam muito. Tem um livro de uma professora, Maria Antônia Ramos Coutinho e um outro de Bel Mascelani, muito bom, chamado Noturnas. Não desmerecendo os homens, mas como as mulheres são a fonte geradora da vida...

PGE a fonte de inspiração de poesias também...

ZMÉ...mas eu sou meio contra esse negócio de que a mulher é a musa, um negócio meio meloso. Como admirador de mulheres acho que a mulher é uma provocação maravilhosa para qualquer coisa. Eu acho que fonte de inspiração mesmo é a realidade. Acordar e tá chovendo, olhar o céu. A juventude é muito pulsante. Agora há de se ter cuidado, pois qualquer arrumador de versos vira poeta. Poesia é coisa muito mais séria. Carlos Drummond de Andrade tinha uma frase: “Se você tiver um sentimento, pelo amor de Deus, não escreva. Poesia não se faz com sentimento”. Os jovens começam a escrever com o sentimento. Para mim, poesia é a ciência da linguagem. Agora, é claro que quando você faz um poema, tem que despertar no leitor uma emoção, um valor estético. Não estética como um discurso, mas como um fato. Na sua etimologia que quer dizer sensações. Nada mais além. Tem que se ter um grande conhecimento de linguagem. É meio complicado, pois poesia não serve para nada. Quanto vale seu poema? Melhor vender banana, pois não há como dar valor a uma poesia. Agora, num mundo cheio de utilidade é bom você trabalhar com uma coisa que não serve para nada. É como uma escapatória, uma fuga. É boa uma coisa que você possa gozar, possa curtir, possa ficar despreocupado com ela. Pois, se é seu gozo, é, na verdade, o que mais lhe interessa. Você tem que fazer o que lhe dar prazer.


PGHoje em dia as pessoas acreditam mais no “ter”, do que no “ser”. Dão mais valor a coisas materiais. Como está o poeta nessa sociedade?

ZMO poeta ainda é, graças a Deus, um eterno vagabundo, tomara que não mude isso! Um homem que não faz nada, por que ele faz uma coisa que não serve para nada. É para puro deleite. Quando cheguei aqui, fui muito respeitado por ser poeta...

PG Hoje ainda continua assim?

ZMAcho que sim. E toda mídia aqui reverencia o poeta. Nesse símbolo maior que foi Castro Alves. Não que eu ache ele o maior poeta de todos os tempos. É claro que um cara que começou a escrever com 11 anos, morreu aos 24, e deixou a obra que deixou tem seu valor. Depois que ele morreu, começou aquela grande cruzada abolicionista, com José do Patrocínio. Um jornal de norte a sul do país que em todos números tinha um poema de Castro Alves. Para mim, Fagundes Varela escrevia melhor, mas Castro Alves conseguiu ser o símbolo da liberdade. Entendo essa reverência muito positiva. Muito boa.

PG E a poesia na existência humana?

ZMÉ a minha última e única ilusão. Dentro do meu coração, como crença. Como algo com poder de transformação. É só através da poesia podemos mudar algo. A minha poesia é uma, a sua é outra e é isso que não nos deixa sermos pessoas robotizadas e pasteurizadas. Nessa sociedade de mercado. Que todo mundo veste com roupas da “C&A”, que todo mundo come Cheddar, que nem gosto de queijo tem. Ela garante a sua individualidade, e só uma pessoa que não é robotizada tem poder de transformação. Poder próprio concentrado no seu interior. Só assim podemos mudar algo.

PGSomente assim, mexendo com sua auto-estima, podemos nos expor, nos expressar, tudo aquilo que sentimos. Não aceitando tudo que nos é imposto pela mídia.

ZMSegundo dados deles mesmos, num país de 170 milhões de habitantes, 80 milhões que vivem de 1 a 6 salários mínimos e 50 milhões que vivem com menos de um salário mínimo, somente 40 milhões podem escolher o que comem. Eu não posso escolher o que como. Não tenho dinheiro para isso, sou professor. A classe média hoje não escolhe o que come, nem o que faz. Ela vive para comer, cagar e pagar contas. A maioria da nossa população vive assim hoje. Num mundo em que tudo é mercado, você torna-se robotizado, por que o jogo é esse.

PGHoje entro numa livraria e vejo um livro do Drummond, ou do Ferreira Gullar e você tem que desembolsar 20 a 30 reais para comprar o livro. Isso dificulta as pessoas a tomarem gosto pela leitura.

ZMAs pessoas gostam de ler. Não existe uma política traçada nesse país para mudar isso. Só existe a política de mercado. O livro é um objeto industrial, igual a um sabonete, um carro ou uma geladeira. Além de ser um objeto industrial, ele forma pessoas e devia ser tratado de maneira diferente. Para isso, tem que se ter vontade política. Nos países socialistas você tinha livros que, comparados aos dias de hoje, custariam 2 reais. Você vê às vezes a Folha de São Paulo vendendo livros a 1 real. O livro é um bem industrial que pode ser barato. Não é barato porque não existe uma política cultural traçada.

PGVoltando ao que você falou sobre poesia e música. A música, hoje em dia, ficou meio pobre, não?

ZMNão ficou pobre não. Ela entrou no mercado. Temos aí músicas belíssimas, mas antes temos que ver o que o mercado oferece para nós.

PG O que te empurram pela goela...

ZMExato. As pessoas têm o objetivo de fazer sucesso, de ganhar dinheiro. E isso não pode ser objetivo e sim resultado de um trabalho. Vem o É o Tchan, vende 3 milhões de cópias, atinge o auge. Depois cai, vende 200 mil cópias. Aí, eles inventam outra coisa para vender. Ter oportunidade é uma coisa, ser oportunista é outra.

PGAs pessoas associam muito o sucesso com a vendagem. Teve vendagem, acha uma maravilha.

ZMIsso é falso. Você vê Drummond. Ele teve quatro livros. E vendeu, numa época onde tínhamos cerca de 120 a 130 milhões de habitantes, 12 mil exemplares. De quatro livros! Quem tem mais sucesso, não sendo fugaz. Paulo Coelho, por exemplo. Vende milhões de exemplares. Não estou levando em conta os textos dele. Acho importante o que ele faz. Ele não inventa linguagem, é de fácil leitura e isso é bom para iniciar o jovem na leitura. É bom ler esse tipo de coisa, é fácil. Como primeiro degrau para o jovem é bom. Agora, daqui a 200 anos estaremos falando em Drummond ainda. E Paulo Coelho? Será que as pessoas irão ler Brida, por exemplo. Não, pois é fácil demais. Pode ser feito em qualquer época. Qualquer um pode fazer. E Drummond qualquer um não pode ser. Os 12 mil exemplares que Drummond vendeu naqueles anos acabam sendo mais importantes do que os 300 mil que Paulo Coelho vende num mês. Drummond não fez aquilo tudo buscando o sucesso. Ele buscou a essência. Pergunta a um jovem, daqui a um ano a essência de um livro do Paulo Coelho. A verdade de Drummond não é criada, é construída. Existe um processo. E esse processo é, muitas vezes, mais importante do que o resultado. Pois no processo está a essência.

PGVocê acha realmente que os jovens gostam de ler?

ZMAcho. Tudo é leitura. Por exemplo, eu tô aqui falando com você e já tô lendo o nome escrito na sua camisa, Raul (Seixas) que, lido ao contrário transforma-se na palavra Luar. Minha mente já seleciona, já recebe toda essa informação. Nós lemos o tempo todo. Agora, o que falta é um direcionamento dessa capacidade de leitura. Uma política que incentive o jovem a ler. Não há uma educação para se criar no jovem o hábito de ler, para ele escolher o que ler. O jovem lê o que está exposto. Agora, dizer que o jovem não lê é um pouco demais. Existem iletrados, pessoas alfabetizadas, mas que não tem o hábito da leitura. Adquirir o poder da análise com o que leem. Você tá lendo um monte de besteira que não lhe interessa.


PGÀs vezes os pais não leem. Se fosse ao contrário, o filho iria seguir o exemplo...

ZMO ser humano vive muito da imitação, é verdade. Se você lembrar da sua mais tenra infância, você vai se lembrar que imitava um primo mais velho. Agora, se o pai lê a cartilha da TFP (Tradição Família e Propriedade) aí é uma grande má influência para o jovem. Tem que se reforçar o poder de análise e o poder criativo.

Por que a vaca é sagrada na Índia?

A tradição nasceu com o hinduísmo. Os Vedas, coletânea de textos religiosos de cerca de 1500 a.C., comentam a fertilidade do animal e o associam a várias divindades. Outra escritura hinduísta fundamental, o Manusmriti, compilado por volta do século I a.C., também enfatiza a importância da vaca para o homem. Nos séculos seguintes, foram criadas leis elevando gradualmente o status religioso bovino. No sistema de castas que ainda vigora na sociedade indiana, a vaca é considerada mais "pura" até do que os brâmanes (indivíduos pertencentes à casta mais elevada, dos sacerdotes) - por isso, não pode ser morta nem ferida e tem passe livre para circular pelas ruas sem ser incomodada. O leite do animal, sua urina e até mesmo suas fezes são utilizados em rituais de purificação.


A adoração, no entanto, não é unanimidade entre os hindus e suscita debates inflamados no país. Em seu livro The Myth of Holy Cow ("O Mito da Vaca Sagrada", sem tradução para o português), o historiador indiano Dwijendra Narayan Jha, da Universidade de Délhi, sustenta a tese de que o hábito de comer carne era bastante comum na sociedade hindu primitiva e condena o "fundamentalismo em torno da santificação do animal", imposto pelos principais grupos religiosos da Índia. Estes mesmos grupos, é claro, baniram o livro e recomendaram que os exemplares à venda fossem queimados. Ainda mais depois que o autor confessou o hábito de comer um filé malpassado de vez em quando.

bate q bate...


Parente distante das varetas, ferramentas feitas de osso ou madeira, usadas na pré-história como utensílios domésticos ou armas, as baquetas começaram a ser empregadas na percussão em aldeias primitivas. Mas, nessa época, ainda tinham uma função diferente do que têm hoje - golpeadas sobre tam-tans feitos de troncos secos de árvores, seguiam determinados códigos e assim serviam para transmitir mensagens de uma aldeia para outra. Foram, assim, as precursoras do código Morse.

Alguns estudos indicam que, na África, a Nação Ketu começou a usar as baquetas para marcar os ritmos de seus rituais religiosos, golpeando a pele dos seus tambores de tronco. Já a Nação Bantu usava as mãos para percutir as peles e as baquetas para tocar no corpo dos tambores. Na Europa, as baquetas também tinham função utilitarista. Elas serviam para tocar as caixas de guerra das bandas marciais. Nessa escola, desenvolveram-se algumas técnicas de manipulação difundidas até hoje. 



O continente Americano herdou a baqueta tanto dos seus antepassados africanos, que nele chegaram como escravos no início da colonização, quanto dos colonizadores europeus. Mas, enquanto na América no Norte o uso dos instrumentos por africanos foi proibido (pois temia-se que os escravos se comunicassem à distância através de seus códigos, e assim organizassem rebeliões e fugas), na América do Sul não houve essa repressão e a musicalidade africana pode se desenvolver amplamente.

Com a criação da bateria no início do século XX, as baquetas passaram a ser alvo de constante aprimoramento. Surgiram novas maneiras de tocar e uma maior diversificação de modelos. Há cerca de 25 anos, uma técnica muito difundida requeria maior movimentação dos braços e dos punhos. As baquetas, então, precisavam ser mais compridas. Já nos dias atuais, o seu tamanho diminuiu, devido à maior utilização dos dedos e do "aproach", garantindo mais velocidade e precisão dos toques.


Com relação à numeração, apesar de existir uma mais comum copiada por 3 ou mais marcas, cada fabricante utiliza sua própria norma. Isso porque o interesse de quem fabrica é se diferenciar dos concorrentes. Quanto às madeiras, inúmeras pesquisas foram realizadas para determinara quais seriam as mais apropriadas. Nesses estudos, os principais aspectos enfocados foram peso, densidade, sentido e uniformidade das fibras e, acima de tudo, a pureza específica de grandes lotes de madeira, para se obter a máxima uniformidade em cada par. As espécies que melhor preencheram esses requisitos foram o Pau Marfim brasileiro e o Hickory norte-americano. Mas não é só a qualidade da matéria-prima que conta. O maquinário e as ferramentas para a fabricação das baquetas devem ser constantemente modernizados, com o objetivo de garantir a uniformidade e a perfeição de cada par, embora a confecção artesanal também possa atingir um alto nível de qualidade. É o caso das baquetas de xilofone ou vibrafone, que têm sua ponta enrolada e costurada à mão com lã ou linha e o miolo em madeira ou borracha de diversas densidades, para proporcionar timbres mais macios ou mais secos. É isso ai. Preste atenção na hora de comprar seus próximos pares de baquetas para garantir que seu instrumento de trabalho esteja à altura do seu desenvolvimento.

Poesia Marginal [Amador Ribeiro Neto]

A Poesia Marginal não existe como um movimento, nem como um grupo de poetas com o mesmo ideário. O Tropicalismo sacudiu a cena brasileira da música popular e colocou em close a quebra das distinções entre erudito e popular, antigo e moderno, brega e bom gosto. Isto – é claro – na esteira da Antropofagia oswaldiana.


A Poesia Marginal bebeu na fonte do Tropicalismo. Mas bebeu muito pouco. Só meio copo. Na verdade os poetas marginais não sacavam quase nada da nossa tradição poética nem cultural. O próprio Chacal, em depoimento à revista Escrita, em 1977, declara: “(...) eu lia pouco, muitos contos de fadas, Monteiro Lobato”. Eram porraloucas. Com o desbunde, adolescentemente investiam contra tudo que se consolidara como valor literário. Mas ao contrário dos modernistas de 22, aos poetas marginais faltava um programa estético. Por quê? Porque eles mesmos, sendo contra a estética em vigor, queriam era malhar tudo que estivesse pela frente e tivesse valor literário consagrado. Malharam até João Cabral e os concretos, porque eram, diziam, demasiadamente tecnicistas.

O jornalista Carlos Juliano Barros anota: [a Poesia Marginal ao] “abordar temas terrenos e subjetivos consistia numa crítica ao que era considerado cânone na época, como a poesia de João Cabral de Mello Neto, por exemplo. Na concepção de alguns marginais, a literatura do mestre pernambucano tinha um caráter muito maquinal e tecnicista, com versos bem acabados, porém pouco antenados ao dia-a-dia”.

Sobre poesia, vanguarda e pós-vanguarda, diz Glauco Mattoso: “Depois de Oswald, a vanguarda só voltou à poesia brasileira na década de 50, com o movimento concreto (...) Até hoje esse é o movimento mais combatido, justamente por ser o mais revolucionário e o que sobrevive há mais tempo, enquanto tendências mais recentes se sucedem, se rebatizam, se esgotam, se radicalizam, regridem ou simplesmente caem de moda”.



E o que os poetas marginais propunham? Nada além da incorporação da coloquialidade e do humor. Mais o uso de gírias e de palavrões. Mas isto está nas raízes de 22. Só que os poetas marginais, ao contrário dos modernistas, não conheciam a tradição da poesia brasileira nem estrangeira. Ouviam dizer que os beats norte-americanos estavam on the road, que Oswald fazia poema-piada. Mas tudo era sabido “de ouvido”. Sem maiores verticalizações.


Pontua Glauco Mattoso “(...) antes de ser uma recusa, esta postura significa simplesmente um desconhecimento dos modelos literários, por falta de informação mesmo”. E prossegue: “(...) um estilo coloquial, por si só, apesar da gíria e do chulo” pode ser “conforme o caso, mero artifício estético, comum a todas as épocas”. (...) “Tudo leva à conclusão de que o rótulo poesia marginal é muito inconsistente no plano literário”.

Usando a terminologia de Antonio Candido podemos dizer que diante da Poesia Marginal a crítica que tem sido feita não é literária, mas sociologia da literatura. Isto porque o próprio objeto de estudo não se oferece como objeto estético. Diz Antonio Candido “(...) não uma crítica, mas (...) teoria e história sociológica, ou como sociologia da literatura (...) nota-se o deslocamento de interesse da obra para os elementos sociais (...)”. “Achar, pois, que basta aferir a obra com a realidade exterior para entendê-la, é correr o risco de uma perigosa simplificação causal”.

Por esta desinformação histórica e pelo maniqueísmo crítico, a Poesia Marginal ficou na adolescência da poesia brasileira. Ao invés do uso criativo e produtivo da coloquialidade (tal como T.S. Eliot apregoa: o poeta tem de ouvir e trabalhar a língua de seu povo, dialogando com a tradição) ou da apropriação crítico-criativa do poema-piada (como a exemplo de Oswald, Mário) a Poesia Marginal gerou uma poesia de segunda classe.

Isto não é novidade no cenário da poesia brasileira. Depois de 22, enxames de poetas devastaram a cena “literária” brasileira. Assim como os poetas da Poesia Marginal desconheciam a história estético-social da poesia brasileira, os milhares de poetas de plantão em todos os recantos do Brasil, estão de guardanapos em punho fazendo poesia coloquial, sentimental, cheia de tiradinhas de bom humor e bem quadradinhas.

A caretice se infiltrou e inflou o cenário literário brasileiro. A Poesia Marginal pertence a esta cena patética, como pertencem os milhares de zé-ninguém que se autoproclamam poetas a torto e a direito.

Qualquer coisa é Poesia Marginal. Basta emparelhar-se com a displicência, a vicissitude, a idiossincrasia que, na falta de valores, passam a ser valores.

O “fazer fácil” que a Poesia Marginal proclama, requer um sólido repertório literário e artístico para efetivar-se. É o caso de Manuel Bandeira. Nele a coloquialidade, o chiste, a fala do povo têm sotaque e dicção próprios. Em toda a Poesia Marginal não encontramos um poema que se equipare a “Madrigal tão engraçadinho”, por exemplo. Ou a “Namorados”, ambos de Bandeira. Ou mesmo a “O capoeira”, de Oswald.

Não sejamos ingênuos: não dá pra comparar os estilos bandeiriano e oswaldiano às peraltices dos poetas marginais. Oswald, Bandeira e – perto de nós: José Paulo Paes – aprenderam a desaprender o que sabiam para chegar à poesia. Assim como Miró desaprendeu a pintar pra pintar como criança. Agora, dizer que toda criança é artista porque Miró pintou como criança é de um anacronismo que estreita limites com a má-fé.

A Poesia Marginal acabou produzindo poemas convencionais – mesmo estando à margem. Convencional no tratamento literário dispensado aos poemas, ainda que o tema fosse engajado – cultural, social, sexualmente. Leminski é claro: “(...) um poema convencional continua medíocre mesmo que invista contra toda a opressão do mundo”.


Reconheça: Eric Hobsbawm

Há um indiscutível renascimento do interesse público por Marx no mundo capitalista, com exceção, provavelmente, dos novos membros da União Européia, do leste europeu. Este renascimento foi provavelmente acelerado pelo fato de que o 150° aniversário da publicação do Manifesto Comunista coincidiu com uma crise econômica internacional particularmente dramática em um período de uma ultra-rápida globalização do livre-mercado.


Marx previu a natureza da economia mundial no início do século XXI, com base na análise da "sociedade burguesa", cento e cinqüenta anos antes. Não é surpreendente que os capitalistas inteligentes, especialmente no setor financeiro globalizado, fiquem impressionados com Marx, já que eles são necessariamente mais conscientes que outros sobre a natureza e as instabilidades da economia capitalista na qual eles operam.

A maioria da esquerda intelectual já não sabe o que fazer com Marx. Ela foi desmoralizada pelo colapso do projeto social-democrata na maioria dos estados do Atlântico Norte, nos anos 1980, e pela conversão massiva dos governos nacionais à ideologia do livre mercado, assim como pelo colapso dos sistemas políticos e econômicos que afirmavam ser inspirados por Marx e Lênin. Os assim chamados "novos movimentos sociais", como o feminismo, tampouco tiveram uma conexão lógica com o anti-capitalismpo (ainda que, individualmente, muitos de seus membros possam estar alinhados com ele) ou questionaram a crença no progresso sem fim do controle humano sobre a natureza que tanto o capitalismo como o socialismo tradicional compartilharam. Ao mesmo tempo, o "proletariado", dividido e diminuído, deixou de ser crível como agente histórico da transformação social preconizada por Marx.

Devemos levar em conta também que, desde 1968, os mais proeminentes movimentos radicais preferiram a ação direta não necessariamente baseada em muitas leituras e análises teóricas. Claro, isso não significa que Marx tenha deixado de ser considerado como um grande clássico e pensador, ainda que, por razões políticas, especialmente em países como França e Itália, que já tiveram poderosos Partidos Comunistas, tenha havido uma apaixonada ofensiva intelectual contra Marx e as análises marxistas, que provavelmente atingiu seu ápice nos anos oitenta e noventa. Há sinais agora de que a água retomará seu nível.

Se a política da esquerda no futuro será inspirada uma vez mais nas análises de Marx, como ocorreu com os velhos movimentos socialistas e comunistas, isso dependerá do que vai acontecer no mundo capitalista. Isso se aplica não somente a Marx, mas à esquerda considerada como um projeto e uma ideologia política coerente. Posto que, como você diz corretamente, a recuperação do interesse por Marx está consideravelmente – eu diria, principalmente – baseado na atual crise da sociedade capitalista, a perspectiva é mais promissora do que foi nos anos noventa. A atual crise financeira mundial, que pode transformar-se em uma grande depressão econômica nos EUA, dramatiza o fracasso da teologia do livre mercado global descontrolado e obriga, inclusive o governo norte-americano, a escolher ações públicas esquecidas desde os anos trinta.


As pressões políticas já estão debilitando o compromisso dos governos neoliberais em torno de uma globalização descontrolada, ilimitada e desregulada. Em alguns casos, como a China, as vastas desigualdades e injustiças causadas por uma transição geral a uma economia de livre mercado, já coloca problemas importantes para a estabilidade social e mesmo dúvidas nos altos escalões de governo. É claro que qualquer "retorno a Marx" será essencialmente um retorno à análise de Marx sobre o capitalismo e seu lugar na evolução histórica da humanidade – incluindo, sobretudo, suas análises sobre a instabilidade central do desenvolvimento capitalista que procede por meio de crises econômicas auto-geradas com dimensões políticas e sociais. Nenhum marxista poderia acreditar que, como argumentaram os ideólogos neoliberais em 1989, o capitalismo liberal havia triunfado para sempre, que a história tinha chegado ao fim ou que qualquer sistema de relações humanas possa ser definitivo para todo o sempre.

Nenhum socialista pode renunciar às idéias de Marx, na medida que sua crença em que o capitalismo deve ser sucedido por outra forma de sociedade está baseada, não na esperança ou na vontade, mas sim em uma análise séria do desenvolvimento histórico, particularmente da era capitalista. Sua previsão de que o capitalismo seria substituído por um sistema administrado ou planejado socialmente parece razoável, ainda que certamente ele tenha subestimado os elementos de mercado que sobreviveriam em algum sistema pós-capitalista.

Considerando que Marx, deliberadamente, absteve-se de especular acerca do futuro, não pode ser responsabilizado pelas formas específicas em que as economias "socialistas" foram organizadas sob o chamado "socialismo realmente existente". Quanto aos objetivos do socialismo, Marx não foi o único pensador que queria uma sociedade sem exploração e alienação, em que os seres humanos pudessem realizar plenamente suas potencialidades, mas foi o que expressou essa idéia com maior força e suas palavras mantêm seu poder de inspiração.

No entanto, Marx não regressará como uma inspiração política para a esquerda até que se compreenda que seus escritos não devem ser tratados como programas políticos, autoritariamente ou de outra maneira, nem como descrições de uma situação real do mundo capitalista de hoje, mas sim como um caminho para entender a natureza do desenvolvimento capitalista. Tampouco podemos ou devemos esquecer que ele não conseguiu realizar uma apresentação bem planejada, coerente e completa de suas idéias, apesar das tentativas de Engels e outros de construir, a partir dos manuscritos de Marx, um volume II e III de "O Capital". Como mostram os "Grundrisse", aliás. Inclusive, um Capital completo teria conformado apenas uma parte do próprio plano original de Marx, talvez excessivamente ambicioso. Por outro lado, Marx não regressará à esquerda até que a tendência atual entre os ativistas radicais de converter o anti-capitalismo em anti-globalização seja abandonada. A globalização existe e, salvo um colapso da sociedade humana, é irreversível. Marx reconheceu isso como um fato e, como um internacionalista, deu as boas vindas, teoricamente. O que ele criticou e o que nós devemos criticar é o tipo de globalização produzida pelo capitalismo.

Notas soltas do bom Rei Salomão


Ela: Sua boca me cubra de beijos! São mais suaves que o vinho tuas carícias,/e mais aromáticos que teus perfumes/é teu nome, mais que perfume derramado;/por isso as jovens de ti se enamoram.//Leva-me contigo! Corramos!//O rei introduziu-me em seus aposentos.

Coro: Queremos contigo exultar de gozo e alegria,/celebrando tuas carícias,/ superiores ao vinho.//Com razão as jovens de ti se enamoram.

Ela: Sou morena, porém graciosa,/ó filhas de Jerusalém,/como as tendas de Cedar,/como os pavilhões de Salomão.//Não me olheis com desdém, por eu ser morena!//Foi o sol que me bronzeou:/os filhos de minha mãe, aborrecidos comigo,/puseram-me a guardar as vinhas;/a minha própria vinha não pude guardar.

Coro: Se não o sabes, ó mais bela das mulheres,/segue os rastos das ovelhas/e leva teus cabritos a pastar/perto do acampamento dos pastores!

Ele: Às parelhas das carruagens do Faraó/eu te comparo, minha amada.//Graciosas são tuas faces entre os brincos,/e teu pescoço entre colares.//Faremos para ti brincos de ouro/com filigranas de prata.

Ela: Enquanto o rei está em seu divã,/meu nardo exala seu perfume./O meu amado é para mim/como bolsa de mirra sobre meus seios;/o meu amado é para mim/como um cacho florido de alfena dos vinhedos de Engadi.

Ele: Como és formosa, minha amada! Como és formosa, com teus olhos de pomba!

Ela: E tu, meu amado, como és belo,/como és encantador!/O verde gramado nos sirva de leito!/Cedros serão as vigas de nossa casa,/e ciprestes, as paredes.


Receita: Pão de Mel.

500g de açúcar mascavo
2 xícaras (chá) de água
4 ovos (claras separadas)
4 1/2 xícaras de farinha de trigo
1/2 colher (chá) de canela em pó
1 xícara de leite
1 xícara de mel
1 xícara de chocolate em pó solúvel
1 colher (sopa) de bicarbonato de sódio
500g de chocolate meio amargo para banhar
1/2 colher (chá) de cravo em pó (opcional)


Recheio de chocolate:
350g de chocolate branco
Uma caixinha de creme de leite
A mesma medida de doce de leite

Modo de preparar
Massa:

Coloque em uma panela o açúcar mascavo e a água;


Misture bem e leve ao fogo até dissolver completamente o açúcar por aproximadamente 20 minutos;

Quando levantar fervura, retire do fogo;

A seguir, junte a farinha de trigo, o bicarbonato, o chocolate em pó solúvel, o leite, o mel, o cravo em pó e a canela;

Misture bem a cada ingrediente adicionado;

Em seguida, agregue as gemas e mexa;

Por último, acrescente as claras em neve, misturando delicadamente;

Coloque a massa obtida em forminhas individuais, previamente untadas e bem polvilhadas, para facilitar na hora de desenformar os bolinhos;
Asse de 25 a 30 minutos em forno pré-aquecido 180°c;

Após assar, deixe esfriar um pouco;

Desenforme os bolinhos enquanto ainda estiverem quentes, não espere esfriar, pois fica mais difícil de saírem inteiros;

Deixe os bolinhos esfriarem por completo para então cortá-los e recheá-los;
Não os levem a geladeira, pois o bolinho endurece;

Cortem ao meio colocando com o auxílio de uma colher de sobremesa o recheio de doce de leite com chocolate branco;

Por último, derreta o chocolate no microondas para banhar os bolinhos;

Deixe secar e escorrer completamente no papel manteiga.

Recheio:

Derreta o chocolate branco no microondas, misture o creme de leite e o doce de leite e bata tudo na batedeira por alguns minutos;

Esse recheio fica a critério de cada um, mais doce ou menos doce, vai da preferência de quem faz;

Pode-se acrescentar também castanhas, nozes, etc;

O importante é que o recheio não fique muito mole.

Pequenino Dicionário Rasta

Babylon: Capitalismo, Forças Opressoras, Ser do mal.

Baldhead: Quem não usa dreadlocks portanto não segue a filosofia Rastafari.


Beenie: Pequeno.


Chalice: Cachimbo usado para tragar maconha.




Chant: Cantar.

Dreadlocks: Literalmente tranças, cabelo que não é penteado nem cortado.




Ganja: Maconha.


I-Tai: Natural, Vital.

Irie:.Legal.

Jah: Deus.

Jammim: Sentir-se bem, curtindo, se divertindo.

Natty Dread: Quem usa dreadlocks, Rastafari.

Rude Boy: Delinquente, Criminoso.

Red: Chapado de ervas.



Scientist: Macumbeiro.

Skank: Estar dançando reggae.

Spliff: Cigarro de maconha largo em forma de maconha.

Slackness: Sacanagem, Safadeza.

Sufferer: Pobre.

Satta: Meditar, Agradecer e Rezar.

Tam: Grande toca de crochê, usado pelos Dreads para cobrir suas tranças.

Youth: Jovem, Imaturo.

Zion: Etiópia, África, a terra prometida dos Rastas. Muitos rastas entendem que Zion pode ser uma sociedade mais justa, que não está em nenhum lugar específico e deve ser algo por que lutar.

Flávio Porto pergunta, Oswald responde.


Quais os livros essenciais à humanidade?

Não são, nem a Bíblia, nem o Alcorão, nem Margarida La Rocque.

Onde gostaria de morar?

Em Paris.

São Paulo é uma grande coisa?

Mezzo a mezzo.

O que você acha de sua poesia? seus romances? suas idéias?

Não posso dizer, porque você não publica.


Acha "O Cangaceiro " um bom filme?

É, sem dúvida. Quanto a Lima Barreto, há um engano. Não se trata de nenhum superego e sim, de uma super-égua.


O que acha do Museu de Arte Moderna do Rio e de São Paulo?

Prefiro o do Rio.

O que o mundo deve fazer entre os EUA e a Rússia?

Ficar com os dois.

Conheceu Stephen Spender? Que achou?

Muito crescido.

De quem foi a idéia da semana de arte moderna?

Do grande Di Cavalcanti.

Você procurou fazer as pazes com Mário de Andrade?

Não.

Qual o maior sociólogo brasileiro?

Eu.

Quais os melhores e piores romancistas brasileiros?

Os piores são: o búfalo do Nordeste, José Lins do Rego, e o bem-te-vi do Sul, Érico Veríssimo. Mas, pior poeta há um só – Augusto Frederico Schmidt.

Você se acha um homem justo?

Perfeitamente.

Quais são os mais requintados imbecis do Brasil?

Pedro Calmon, Pedro Bloch e Nélson Rodrigues.

Você acha que a Bienal vai ser um sucesso?

Não. O Sr. Cicillo Matarazzo já começou a fazer compadrismo, aquele incansável compadrismo que já fez do plagiário Di Preti um pintor conhecido.


Que acha do Plínio Salgado?

Uma vaca.

– Getúlio é homem inteligente?

É.

Por que o Brasil perde os campeonatos de futebol?

Por causa do José Lins do Rego.

Que escritores jovens você deportaria do Brasil?

Mandava o poeta Loanda voltar para Loanda. Ledo Ivo ia para a Oceania, de onde veio. O José Conde ficava porque não é jovem nem escritor.

Que ministro você poria no Governo?

Josué de Castro, Gilberto Freire e Cassiano Ricardo.

É capaz de definir a UDN em poucas palavras?

Não.

Quais mulheres você acha que escrevem bem no Brasil?

Clarice Lispector, Rachel de Queiroz, Lúcia M. e Adalgisa Nery.

Qual seria sua atitude se Getúlio desse um golpe?

Aderia.

Acha que o samba melhorou?

Piorou.

Alguma coisa melhorou no Brasil depois de 1930?

O salário e o custo de vida.

Que acha dos auxiliares de Getúlio?

Quais?

O baile de Coberville é um sinal de decomposição de nossas elites?

Não. Foi uma das raras coisas boas que fez o senador Chatobrioso.

PEÇA QUE A GENTE PASSA: BEE GEES.





“Ai, eu amo esses meninos, não fico parado quando toca essa música... na verdade, vou revelar um segredo aqui: eu todo dia acordo com essa música, pra acordar com a corda toda, feliz da vida!!!”









terça-feira, 23 de março de 2010

Posfácio de Antonio Dimas




Antônio Balduíno é um garoto pobre, criado no morro do Capa-Negro. Ali, convive com os homens mais respeitados do lugar, como o violeiro Zé Camarão e o pai-de-santo Jubiabá. Ainda criança, Baldo deseja que sua história seja cantada num ABC, composição popular em louvor de heróis e santos.

Depois que a tia de criação enlouquece, Baldo é entregue à guarda do comendador Pereira. Vivendo confortavelmente na casa nova, tem como companhia a menina Lindinalva. Certo dia, porém, é obrigado a fugir. Têm início assim as aventuras que farão a fama de Antônio Balduíno.

O rapaz passa um tempo como mendigo, pelas ruas. Depois, torna-se o boxeador Baldo, o Negro. Freqüenta o Lanterna dos Afogados, bar da beira do cais da Bahia. Compõe e vende sambas. Viaja ao Recôncavo, onde trabalha numa plantação de fumo. Integra-se a uma trupe de circo e coleciona amantes pelo caminho.


Mas Baldo permanece fiel ao seu amor platônico por Lindinalva. É graças a um pedido dela que se torna estivador e assume a liderança de uma greve geral em Salvador. Como diz pai Jubiabá, a escravidão ainda não acabou, e Baldo se recusa a baixar a cabeça. Finalmente, o ABC de Antônio Balduíno conta que o negro valente e brigão lutou pela liberdade de seu povo.

Quarto livro publicado por Jorge Amado, Jubiabá conta a história de um dos primeiros heróis negros da literatura brasileira. O romance é central na obra do autor: as contradições entre o mundo do trabalho, o conflito racial, a ideologia, a luta e, de outro lado, a cultura popular, o universo das festas, o sincretismo religioso, a miscigenação e a sensualidade vão marcar toda a sua produção.


O QUE É A CIRURGIA ESTÉTICA DO QUEIXO E MANDÍBULA? 

A beleza da face se deve a harmonia de vários fatores. Destacam-se nesta função a parte óssea (na profundidade) e a parte muscular/pele (mais superficial).


No queixo e mandíbula, o mais importante para determinar o contorno facial é a parte óssea. Em algumas pessoas, desde o nascimento se observa uma deficiência nesta região, principalmente observada no perfil e quando comparada com a projeção do nariz. Outra situação em que isto ocorre é o envelhecimento normal do ser humano, no qual se observa reabsorção óssea no decorrer dos anos levando à perda da beleza da silhueta da face jovial.

Em situações onde há deficiência de volume e projeção, a cirurgia plástica pode restaurar o equilíbrio facial com técnicas de colocação de implantes na área acometida ou mesmo utilizar o próprio osso da mandíbula para “avançar” sobre a região deficiente.


A cirurgia de queixo costuma trazer uma harmonia facial muito significativa e pode ser realizada em conjunto com outros procedimentos como cirurgia do nariz primária ou secundária, cirurgia da face, procedimentos faciais estéticos, lipoaspiração e lipoescultura facial, entre outras.


A cirurgia estética do queixo e mandíbula é aquela na qual se aperfeiçoa o contorno facial por meio de implantes ou pelo uso de cirurgia da mandíbula no qual se “avança” a mesma para frente (cirurgia ortognática).

Existem muitos tipos, formatos e materiais de implantes faciais para cada caso de cirurgia de queixo. Eles podem ajudar a melhorar a “linha da mandíbula” e/ou projetar o queixo para frente. A cirurgia sem implantes utiliza o próprio osso da mandíbula que é projetado e mantido anteriormente com a ajuda de parafusos e/ou placas.



Diagnóstico para Noel: Por causa do defeito no maxilar, resultado de seu parto complicado, geralmente não comia em público. O desencontro das arcadas dentárias e a articulação insuficiente do queixo forçavam Noel Rosa a preferir líquidos, pouco nutritivos. A bebida e o cigarro também aceleraram o processo que resultou em sua morte precoce.

As razões rodrigueanas

O pudor é a mais afrodisíaca das virtudes.


Nem todas mulheres gostam de apanhar, só as normais.


Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata.


Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém.


Todo ginecologista devia ser casto. O ginecologista devia andar com batina, sandálias e coroinha na cabeça. Como um São Francisco de Assis, com luva de borracha e um passarinho em cada ombro.


O amor entre marido e mulher é uma grossa bandalheira. É degradante que um homem deseje a mãe dos seus próprios filhos.


Só o rosto é indecente. Do pescoço para baixo, podia-se andar nu.


A prostituta só enlouquece excepcionalmente. A mulher honesta, sim, é que, devorada pelos próprios escrúpulos, está sempre no limite, na implacável fronteira.


Não existe família sem adúltera.


Powered By Blogger