sexta-feira, 12 de março de 2010

A cidade, o poeta, o compositor popular.

Garoa do meu São Paulo,
- Timbre triste de martírios -
Um negro vem vindo, é branco!
Só bem perto fica negro,
Passa e torna a ficar branco.
Meu São Paulo da garoa,
- Londres das neblinas finas -
Um pobre vem vindo, é rico!
Só bem perto fica pobre,
Passa e torna a ficar rico.
Garoa do meu São Paulo,
- Costureira de malditos -
Vem um rico, vem um branco,
São sempre brancos e ricos...
Garoa, sai dos meus olhos.

(Mário de Andrade)

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