terça-feira, 23 de março de 2010

DEPOIMENTO EXTRA: SEXO.

Maira: Havia quatro anos que eu estava solteira, sem expectativas de namorar. A maioria dos caras que conheci neste período eram uns brutamontes, que chamavam pra sair, mas nem ficavam de mãos dadas, não expressavam qualquer romantismo. Na balada, depois de beijar, às vezes viravam as costas e saíam andando sem dar qualquer satisfação. Então, criei uma auto-defesa pra ser feliz solteira: foquei em mim, na minha carreira, nos meus estudos e nas minhas conquistas. Me formei, estava num emprego legal, tinha acabado de comprar meu primeiro carro. Sossegada, eu saía pra me divertir e até ficava de vez em quando com alguns rapazes, mas sem me envolver. Transar no primeiro encontro? Nem pensar. Tinha medo de me machucar, de me frustrar. Ainda vinculo sexo a namoro. Acho estranho pensar que vou me entregar para um desconhecido, trocar tantos carinhos íntimos, ficar com o cheiro dele impregnado em mim e depois nunca mais vê-lo na vida. Sei que é isso o que em geral acontece.

Richardson: Sou um cara meio machista. Não gosto de mulher atirada, pegajosa, que já vai se insinuando para o cara quando mal o conhece. Mas esta postura começa antes da cama. Não é o fato de transar no primeiro encontro que vai mostrar a personalidade da mulher. Até porque, hoje, a maioria das meninas transam no primeiro encontro. Já faz tempo que não julgo uma mulher por isso.

Maira: Na verdade, eu era a careta da minha turma de amigas, que têm o comportamento parecido com o dos homens -- dão em cima, tomam a iniciativa, vão pra cama na primeira noite só pra se divertir. Mas aí... aconteceu o Richardson, e eu não tive como me segurar. Conheci-o na festa de aniversário de uma colega de trabalho. Fui com mais três amigas. Como era em outra cidade, fomos pra passar o fim de semana. A balada estava animada, cheia de homens, mas todos com aquela postura de pegar qualquer uma... ou, melhor ainda, todas. Não gosto disso e já me retraí. O Richardson chegou mais tarde, com um amigo. Eram os mais bonitos da festa, e minhas amigas, rápidas no gatilho, foram logo puxar papo. Fiquei na minha, conversando com a dona da casa. O Richardson me chamou a atenção, mas como o vi pegando na cintura de uma das minhas amigas, pensei “esse tá morto pra mim”. De repente notei que ele se afastava do grupo e vinha em minha direção. Gelei.

Richardson: Gostei da Maira porque, entre todas as meninas que estavam naquela festa, ela era a mais “na dela”, além de ser a mais bonita. Quando começamos a conversar, logo percebi que ela era uma pessoa centrada, ao contrário das amigas, que mal cheguei já vieram puxar papo, assanhadas. Esse tipo de atitude me dá a sensação de que a mulher é assim com todos os caras. Não é porque gostou de mim, mas porque gosta de dar mole, desse jogo de sedução. Conhecer a Maira foi um lance de sorte. Minha intenção, a princípio, era só dar uma passada nesta festa, em consideração à família do meu amigo de quem gosto muito. Eu ia para outra balada onde uma das minhas ficantes da época estava me esperando. Cheguei às 23h, com um outro amigo meu, com a intenção de ficar apenas uma hora e zarpar para a outra festa. Eu conhecia todo mundo que estava na casa, menos a Maira e sua turminha de amigas. Enquanto duas delas vieram falar com a gente, a Maira ficou conversando com a dona da casa, não deu qualquer sinal de interesse. E foi justamente com ela que bateu. Eu olhei e refletiu. Logo dei um jeito de ir até ela, fui perguntar se queria algo da cozinha.

Maira: Quando ele me perguntou se eu queria alguma coisa da cozinha, fiquei sem reação, não consegui falar nada. Fiquei olhando pra ele, quase sem piscar. Ele me beijou, sem nem saber o meu nome! Aí a festa desapareceu, só existíamos nós dois. Conversamos a noite inteira, rolou uma química incrível. E ele foi tão carinhoso, atencioso, e ali, do meu lado o tempo todo.


Richardson: Ela ficou parada me olhando, sem dizer uma palavra. Achei estranho, mas um momento propício pra beijá-la. E aí ficamos a noite inteira grudados. É claro que eu desisti de ir para a outra festa e nem lembrei da menina que estava me esperando lá.

Maira: Lá pelas três da madrugada, comecei a sentir sono, mas não queria ir embora e deixá-lo naquela festa cheia de mulheres. Também não teria coragem de chamá-lo pra ir embora comigo. Fui consultar as meninas sobre o que fazer. Elas vieram com aquele discurso “relaxa, deixa de ser boba, você não é mais criança. Chame-o pra ir dormir com você na pousada!”. Eu estava tensa, mas também louca pra transar, já tinha quase um ano que eu não ia pra cama com ninguém! Então, resolvi jogar verde, perguntei para o Richardson se ele e o amigo queriam dormir na mesma pousada que a gente, em outro quarto, obviamente...

Richardson: Confesso que estranhei quando a Maira me chamou pra ir pra pousada. Isso é comum e em geral eu tento mesmo transar com a garota na primeira noite, mas ela parecia tão recatada. Pensei que ela iria embora e eu continuaria na festa. No entanto, é claro que gostei do convite.

Maira: Ele topou na hora, e chegando lá, me puxou pela mão e disse “você vem comigo”. Assim, tão decidido, não tive como resistir.

Richardson: Ela fez um doce pra ir dormir no mesmo quarto que eu e mesmo depois que topou, ficou meio que se fazendo de difícil. Fiz que ia desistir, virei para o lado, e então ela veio. Foi um sexo meio travado, ela estava muito constrangida, o que achei até bonitinho. Estava claro que não era comum para a Maria ir pra cama no primeiro encontro. Eu me senti especial.

Maira: Mas a noite foi péssima. Fiquei travada na hora do sexo, não me soltei. Depois, não consegui dormir pensando no famoso dia seguinte. Estava sem graça com o Richardson, constrangida. No dia seguinte, cada um levantou e foi tomar seu banho. Eu estava doida para ir embora porque não sabia o que falar, como me comportar. Mas ele foi tão carinhoso que aos poucos fui relaxando. E passamos o dia juntos.

Richardson: Foi muito bom termos dormido juntos naquela noite, e passado o domingo juntos! Tivemos a oportunidade de conviver por mais tempo e nos envolver. Caso contrário, eu não teria procurado a Maira depois, porque estava numa fase “pegadora”, não estava a fim de fazer esforço pra conquistar alguém. Depois de deixá-la em casa, fiquei pensando nela. Eu já sabia que iria ligar no dia seguinte e que eu queria grudar naquela menina. Sempre fui assim, demoro pra gostar de alguém, tanto que raramente peço o telefone das meninas que fico na balada. Mas quando gosto, grudo, e é rápido.

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