O violão de Baden Powell influenciou uma geração inteira de instrumentistas, dos anos 60 pra cá. Na entrevista ao programa Ensaio feita em 1990 e reproduzida neste disco da coleção lançada pelo Sesc-SP, Baden traça sua vida e sua carreira em uma hora de música (só voz e violão) e conversa.
Muito apropriadamente em se tratando de um músico profissional desde os 15 anos de idade, a memória de Baden se dá através das música. Da infância e adolescência, com influência do pai – o entusiasta de escotismo que tocava violino e lhe deu as primeiras noções de música –, Baden se lembra tocando a valsa Revendo o Passado (Freire Jr) e Naquele Tempo, de Benedito Lacerda e Pixinguinha, aqui numa versão com ecos do espanhol Agustín Barrios (1885-1944), compositor que pontuou os estudos clássicos de Baden.
Pixinguinha, ele conheceu na casa do primeiro e grande professor de violão, o lendário Meira ("que me ensinou tudo de violão") e na Rádio Nacional. Criado em São Cristóvão, Baden também freqüentava a Mangueira, e não esconde sua admiração por Nelson Cavaquinho. Pois aqui está a oportunidade de ouvir o violonista tocando Palhaço, grande sucesso de Nelson na voz de Dalva de Oliveira. Nos anos 50, as lembranças voam para as noitadas da boate Plaza, onde, aos 16 e 17 anos, tocava ao lado de Ed Lincoln, Luiz Eça, Johnny Alf, Tom Jobim (ainda estudante de arquitetura), João Donato, e às vezes esbarrava com um certo "Joãozinho", que, depois que todos os clientes iam embora, sentava e tocava em seu violão "umas coisas assim, tipo ‘bim bom, bim, bom’", que mais tarde viriam para revolucionar a música brasileira. "O Plaza foi o início de tudo", lembra Baden, tocando Minha Saudade (João Donato/João Gilberto), Rapaz de Bem (Johnny Alf) e Samba Triste, seu primeiro sucesso, parceria com Billy Blanco, de uma época em que tocava com Dolores Duran.
Pixinguinha, ele conheceu na casa do primeiro e grande professor de violão, o lendário Meira ("que me ensinou tudo de violão") e na Rádio Nacional. Criado em São Cristóvão, Baden também freqüentava a Mangueira, e não esconde sua admiração por Nelson Cavaquinho. Pois aqui está a oportunidade de ouvir o violonista tocando Palhaço, grande sucesso de Nelson na voz de Dalva de Oliveira. Nos anos 50, as lembranças voam para as noitadas da boate Plaza, onde, aos 16 e 17 anos, tocava ao lado de Ed Lincoln, Luiz Eça, Johnny Alf, Tom Jobim (ainda estudante de arquitetura), João Donato, e às vezes esbarrava com um certo "Joãozinho", que, depois que todos os clientes iam embora, sentava e tocava em seu violão "umas coisas assim, tipo ‘bim bom, bim, bom’", que mais tarde viriam para revolucionar a música brasileira. "O Plaza foi o início de tudo", lembra Baden, tocando Minha Saudade (João Donato/João Gilberto), Rapaz de Bem (Johnny Alf) e Samba Triste, seu primeiro sucesso, parceria com Billy Blanco, de uma época em que tocava com Dolores Duran.
Um pouco mais tarde, no início dos anos 60, veio a parceria com Vinicius de Moraes. Dessa dupla as histórias são muitas e já conhecidas. Algumas são aqui confirmadas pelo compositor, como a de que, pouco depois de terem se conhecido, Baden foi para a casa de Vinicius fazer uma música e acabou morando lá por quatro meses, quando produziram um quantidade respeitável de obras-primas. Não por acaso, dez das vinte músicas do disco são assinadas pela dupla Baden Powell-Vinicius de Moraes. Há muitas outras boas histórias, como a de que Formosa foi feita com Vinicius em homenagem a uma passageira do trem São Paulo-Rio (que os dois pegaram porque morriam de medo de avião) ou a de que Paulo César Pinheiro, seu parceiro em Lapinha e outros tantos sucessos, morava na casa em São Cristóvão onde Baden havia sido criado.
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