terça-feira, 14 de setembro de 2010

e-mail do ouvinte: “Pagode Baiano ofende a dignidade humana”, por Marcelo Pereira.


Através do Rebolation, o pagode erotizante feito em Salvador, que tanto incomodou meus tímpanos nos anos que eu vivia na capital das ilusões, se tornou conhecido no resto do país. Não satisfeitos em ludibriar o povo local, os trastes insistem em enganar os brasileiros de outros estados e quiçá, os estrangeiros.

Como algo tão pateta e indigno pode ser assim tão valorizado e respeitado? Simples, vivemos nos tempos em que todos os valores entraram em decadência. Para o bem da elite, que gosta de ver o pobre fazendo papel de feliz idiota.

O pagode baiano, apesar dos seus defensores afirmarem o contrário e até acusar os detratores disto, é racista e anti-pobre, pois coloca o negro pobre num contexto de ridicularização pública e erotização capenga. O negro pobre é humilhado nessa degradante forma de música e dança, colocado no papel de um mico de circo, que faz os outros rirem, enquanto passa vergonha sem saber.

Como é que existe alguém que defenda com tanto fervor esse verdadeiro ato racista de humilhação do povo pobre? E para piorar há quem ache que essa humilhante situação é uma forma de protesto do povo pobre. Para protestar precisa esfregar a bunda na cara dos outros? E para quê protestar dessa forma, se é desta forma que as elites gostam de ver o povo pobre?

Tudo no pagode baiano é ridículo: os nomes (Psirico, Parangolé, Dignow, Saiddy Bamba, Uisminofay, Guig Ghetto), a cara dos integrantes (interessante que quase todos tem cara de tarado), as músicas (quase todas mostrando uma pornografia bem agressiva) e suas coreografias, todas patéticas. Até as poses nas fotos são ridículas. Quem tem o bom senso sabe que nesse tipo de "cultura" (há quem ache que é), o negro pobre é colocado em evidente e incontestável papel de ridículo. Como se isso fosse a maneira dele "se alegrar". Deve ser a "alegria" que a elite quer que ele tenha.

Embora a maioria grave em gravadoras pequenas e façam shows em lugares idem, além de se auto-rotularem "underground baiano" (os intelectuais da música alternativa nunca gostariam de saber disso), eles são claramente apadrinhados por empresários riquíssimos e toda a postura é calculada e planejada para alienar o povo, não só pobre, mas toda a população e dar uma ilusão (antagônica, diga-se de passagem) de dignidade do povo pobre.Todos os envolvidos deveriam ser presos por crime de racismo, principalmente os próprios negros envolvidos (defender negro que erra também é racismo - todo ser humano que erra, independente de raça, deve ser punido, por causa do erro que cometeu), que inconscientemente, se revoltam com o fato de terem nascidos assim, da pior maneira, ridicularizando os colegas "de cor".

E isso é a pior forma de racismo (e eu odeio mortalmente qualquer forma de racismo), já que o próprio negro deveria se orgulhar de ter uma pele forte, resistente, bonita e de ter uma história cultural riquíssima, que excluí evidentemente essa verdadeira forma de assassinato cultural chamada pagode baiano.

Quando a sociedade se evoluir, ninguém dará ouvidos (e olhos, principalmente - como toda forma de música comercial, o pagode baiano privilegia o lado visual, através de roupas e coreografias, sua razão de existir) para essa forma de humilhação racista e 100% preconceituosa, que humilha o ser humano, sobretudo a minha querida população negra, que merece o máximo de respeito e de admiração pela sua linda (e sofrida) trajetória. Trajetória que os infelizes do pagode baiano insistem em sujar.

Resposta:

2 comentários:

Timóteo Timpin Pinto disse...

Fazia um tempão que não lia um texto tão raso e ao mesmo tempo de um preconceito tão profundo.

Anônimo disse...

É A PURA VERDADE,PAGODE DEGRADAÇÃO DA MUSICA BAIANA, AQUI NA BAHIA NEM TODOS GOSTAM DESSE TIPO DE LIXO MUSICAL.

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