Uma pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) indicou que, no Brasil, 59% dos entrevistados não sabem qual o significado da palavra democracia. Além disso, 4% não souberam responder. Outros 54% apoiariam um governo autoritário se isso resolvesse os problemas econômicos.
Os dados foram divulgados hoje no Encontro Internacional "Democracia, Governabilidade e os Partidos Políticos da América Latina", organizado pelo Parlamento Latino-Americano (Parlatino), em São Paulo. Os percentuais são mais elevados do que os encontrados em países como El Salvador, Colômbia e Guatemala.
O levantamento mostra que apenas 37% dos brasileiros apóiam a democracia. O percentual é o mais baixo da América Latina, até mesmo levando-se em conta o índice da Bolívia, onde existe um quadro de guerra civil. No Brasil, 56% da população acha que o desenvolvimento econômico é mais importante que a democracia.
Apesar dos baixos percentuais de apoio, a democracia continua sendo o melhor sistema de governo para 70% dos brasileiros. Em toda América Latina os que pensam desta maneira somam 68%. Em países como Nicarágua e Costa Rica, o percentual atinge 82%.
A pesquisa revelou outros dados preocupantes, na avaliação do presidente do Parlatino, deputado federal Ney Lopes (PFL-RN). Os brasileiros se mostram divididos quando ao retorno de um regime autoritário. Somam 42% os que repelem o autoritarismo político sob qualquer forma.
A descrença da população não se limita à forma de governo. A Presidência da República (25%), o Poder Judiciário (25%), o parlamento (23%) e os partidos políticos (14%) aparecem em último lugar em ranking das instituições mais confiáveis na América Latina. Puxando a fila estão: Igreja Católica (71%), a televisão (45%), as Forças Armadas (38%), os bancos (36%), a polícia (33%), as empresas privadas (32%) e os municípios (32%). O Brasil se destaca entre os países que mais confiança têm nas Forças Armadas (61%), à frente da Colômbia (57%) e Venezuela (54%).
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