Nas fotografias de Mario Cravo Neto testemunhamos uma tentativa de recuperar para o tempo contemporâneo aquilo que seriam as palavras, o pensamento, e as ações humanas primordiais, numa constante junção entre arte e mito. Tal indicação deve-se à ligação forte do artista com todo o universo religioso afro-cristão existente na cidade onde reside, Salvador (Bahia).
Suas fotografias possuem, ao mesmo tempo, influências dos mitos religiosos do candomblé e da cristandade, e também do saber ocidental, como as pinturas rupestres, Brancusi, Pierre Verger, Faulkner, Ezra Pound e Carl Jung.
Recebe as primeiras orientações no campo do desenho e da escultura de seu pai, Mario Cravo Júnior (1923).
Acompanhando o pai, que participa do programa “Artists on Residence”, patrocinado pela Ford Foundation, viaja para Berlim, em 1964. Nessa cidade mantém contato com o artista italiano Emilio Vedova (1919 - 2006) e com o fotógrafo Max Jakob.
Em 1968, muda-se para Nova York e estuda na Arts Students League, com orientação de Jack Krueger, um dos precursores da arte conceitual na cidade. Nesse período, realiza a série de fotografias em cores “On the Subway” e produz suas primeiras esculturas de acrílico. Retorna ao Brasil em 1970. Dedica-se então à fotografia de estúdio, cria instalações e realiza trabalho fotográfico com temática relacionada ao candomblé e à religiosidade católica.
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