Nascido em Vila Isabel, o bairro que sempre amou, Noel Rosa mostrou pela primeira vez o poder de suas cordas vocais após um parto difícil. Para que a vida da criança fosse salva, os médicos usaram o fórceps para auxiliar o porto. No decorrer dos trabalhos, o queixo da criança acabou quebrando. E se tornou assim em uma das características físicas mais famosas daquele que viria a ser uns dos maiores sambistas do Brasil.
Introduzido a música por sua mãe, Marta de Medeiros Rosa, que lhe ensinou a tocar bandolim, Noel chamava a atenção de todos para si quando começava a tocar. Tempos depois, seu pai Manoel Rosa lhe ensinou violão. Noel que sempre foi muito boêmio adotou esse instrumento em suas apresentações, fosse para os alunos do colégio São Bento onde estudava ou nos bares.
O sambista conviveu com problemas de saúde desde a infância até o dia de sua morte. Repleta de preocupações, sua mãe não gostava que ele fosse a festas e voltasse tarde. Diz a lenda que ao perceber que Noel se aprontava para uma festa, Dona Marta escondeu todas as suas roupas. AO perceber que ficaria nu, ele indagou, “Com que roupa?”, que viria a ser o seu maior sucesso. Durante o carnaval de 1931 foram vendidos 15000 cópias com essa canção.
O sambista da Vila também compôs outras importantes canções. Algumas foram feitas para a dançarina Juraci Correia de Moraes, menina de 16 anos por quem se apaixonou e viveu um romance por alguns meses. Noel também escreveu sambas para Wilson Batista. Para este não foram versos de amor, muito pelo contrário. Em 1934, Noel e Wilson protagonizaram uma das brigas mais famosas da música popular brasileira. Wilson compôs o samba “Lenço no Pescoço”, e Noel escreve uma resposta, em forma de samba e lançou “Rapaz Folgado”. A partir de então foram sambas e sambas, de ambos os músicos, para se provocarem. A rixa só acabou quando Wilson resolveu escrever sobre os defeitos físicos de Noel, com a música “Frankstein da Vila”.
Sempre boêmio e freqüentador da Lapa, Noel acabou adoecendo em 1935, pegou tuberculose. Doença essa que o matou no dia 4 de maio de 1937, em sua casa, no bairro que sempre amou, Vila Isabel. Por volta das 22 horas, Noel pediu que Hélio, seu irmão, o virasse para o outro lado da cama, pois não se sentia bem. Minutos depois, Noel Rosa faleceu.
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