quinta-feira, 25 de junho de 2009

Consumidor x Cidadão

“Do ponto de vista social, a globalização tem sido cada vez menos inclusiva, homogeneizadora ou convergente. Pelo contrário, do ponto de vista social, a globalização tem sido parceira inseparável de um aumento gigantesco da polarização entre países e classes do ponto de vista da distribuição da riqueza, da renda e do emprego.” (Os moedeiros falsos. P. 235. José Luis Fiori, 2 ed. Ed. Vozes)


MARTIN & SCHUMANN pregam algumas estratégias para parar a marcha para a sociedade 20 por 80, enfatizado na diminuição do poder político que acabou embutido no mercado financeiro e a criação de uma taxa (taxa Tobin) que abriria fontes de receita necessárias para que os países que não conseguem acompanhar o ritmo da globalização.



Milton Santos crê que o consumismo e a competitividade “levam ao emagrecimento moral e intelectual da pessoa, à redução da personalidade e da visão do mundo, convidando, também, a esquecer a oposição fundamental entre a figura do consumidor e a figura do cidadão” (SANTOS p.49). O geógrafo crê na contradição entre a produção do consumidor (indivíduo fraco) e do cidadão (indivíduo forte), uma contradição difícil de ser superada. Os símbolos se consomem rapidamente, mas a vida permanece e em seguida novos símbolos são erguidos e consumidos, pergunto: como vencer este eterno ciclo?


Milton Santos vê um despotismo do consumo onde há mais espaço para o consumidor do que para o cidadão. A cidadania no Brasil é geralmente mutilada, em entrevista Milton Santos afirma “todas as pessoas querem consumir, incluindo os pobres, o que é um lado também da esquizofrenia”.


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