segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Mulheres [homens] da Albânia!

Virgens juramentadas, trocaram os cabelos longos, vestidos e a possibilidade da maternidade por calças longas, cabelos curtos e um rifle.  Tornaram-se patriarcas de suas famílias para conseguirem sobreviver em uma região extremamente pobre, flagelada pela guerra e regida por valores machistas.


A tradição das virgens juramentadas remonta ao Kanun de Leke Kukagjini, um código de conduta que foi passado verbalmente entre os clãs do norte da Albânia durante mais de cinco séculos. Segundo o Kanun, o papel das mulheres era severamente restrito. Elas tomavam conta das crianças e do lar. Embora a vida de uma mulher valesse a metade da vida de um homem, a de uma virgem tinha o mesmo valor que a deste último -12 bois. A virgem juramentada foi um fruto da necessidade social em uma região agrária flagelada pela guerra e pela morte. Caso o patriarca da família morresse sem deixar herdeiros masculinos, as mulheres casadas da família poderiam ver-se sozinhas e sem poder algum. Ao fazer um voto de virgindade, as mulheres podiam assumir o papel masculino como chefes de família, portar armas, ser proprietárias e locomover-se livremente.


“Renunciar à sexualidade ao jurar permanecer virgem era uma forma encontrada por essas mulheres para engajar-se na vida pública em uma sociedade segregada e dominada pelos homens”, afirma Linda Gusia, professora de estudos da mulher da Universidade de Pristina, em Kosovo.


“Tratava-se de sobreviver em um mundo no qual os homens mandavam”, diz Pashe Keqi, umas das antigas patriarcas.


Em um mundo ocidental, esses preceitos se mostram obscuros e estranhos de entender, mas no contexto da Albânia, foi a forma que as mulheres encontraram de encontrar seu lugar num local dominado por homens.



sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Violão: algumas origens.



Os musicólogos, quando falam sobre a origem da guitarra (violão), citam duas hipóteses prováveis sobre a origem desse instrumento. Uma delas é a de que o violão tenha sido derivado do alaúde Caldeu-Assírio que os Egípcios, os Persas e os Árabes levaram junto para a Espanha; a outra hipótese é de que o violão sofreu diversas transformações e adaptações a partir de um instrumento grego denominado Kethara Grega ou Assíria (que foi precursora da Cítara ou Fidícula romana), da Rotta ou Crotta medieval inglesa e, finalmente, da Vihuela que surgiu na Espanha no Século XVI.
É bastante provável que quando os árabes chegaram à Espanha com seus Alaúdes, teriam encontrado lá a vihuela.
Quando analisamos as Cantigas de Santa Maria, do rei Alfonso X, denominado de El Sábio (1221 – 1284), rei de Castela no período de 1221 a 1284, vemos que aparecem ilustrações de dois tipos diferentes de guitarra, uma oval, com incrustações e desenhos Árabes, mas sendo tocada, por um músico Mouro, o que seria a guitarra mourisca; já outra na forma do número oito, com incrustações laterais, tocada por um músico de feições romanas, que seria a guitarra latina ou o precursor do violão.
No século XIV, Guillaume de Machault cita em suas obras a guitarra mourisca e a guitarra latina no século XVI na Espanha, a guitarra mourisca, com quatro coros de cordas, era usada para acompanhar cantos e danças populares, enquanto que a guitarra latina – a vihuela, pertencia ao músico culto da corte.
Vihuela tinha três denominações distintas: vihuela de mano (em nada diferente do violão atual), vihuela de arco e vihuela de plectro.
Vihuela de mano constava de cinco cordas duplas mais a primeira que era simples. Os vihuelistas além de precursores dos guitarristas do século XVII, foram também criadores de métodos e formas musicais que serviriam de base para toda a música instrumental que viria depois.
Vihuela veio a desaparecer devido à busca de novos recursos e maior intensidade sonora. O povo, porém fiel à guitarra, continua descobrindo novos caminhos para ela, utilizando-a inicialmente para os rasgueados e acompanhamento do canto. Devido ao seu grande uso na Espanha, a guitarra passa a ser conhecida nos demais países como Guitarra Espanhola, sendo que o seu período de triunfo ocorrerá no século XVII.

Há arte.






Manabu Yamanaka, fotógrafo japonês budista, retrata pessoas fora do padrão considerado “normal” pela sociedade. Seus temas vão além do convencional, passando pelo choque de fetos mortos ao choque da extrema velhice, as deficiências físicas, pessoas que moram na rua (inclusive crianças) entre outros.





" A obra de arte é de uma riqueza tal, oferece tão numerosos aspectos, que é fácil, na sua consideração, adotar este ou aquele critério particular. Escolhendo um só aspecto, adotando um único critério, depressa se cai em inconsequências, porquanto o aspecto escolhido não existe por si mesmo, mas em vista de um princípio superior a que está subordinado. Considerado na sua particularidade, mostra-se decerto consequentemente, mas enquanto subordinado a um princípio superior logo se revela sem independência. Já se quis considerar uma classificação das artes a partir das relações de espaço e tempo, que não passam, porém, de relações completamente abstratas. A arquitetura torna-se, nesse caso, cristalização, a escultura forma orgânica da matéria, a pintura, superfície e linha. Na música, o tempo reduz-se ao ponto - ao ponto que nunca é vazio, quer dizer, ao tempo - e, enfim, uma determinação diferente desta determinação abstratamente sensível aparece na poesia. Mas neste grau supremo a arte ultrapassa a si mesma para se tornar prosa, pensamento. 

O que, em cada obra de arte considerada à parte, as artes particulares realizam são, de acordo com o seu conceito, as formas gerais da idéia do belo em via de desenvolvimento. Enquanto realização exterior dessas formas, a arte aparece como um Panteão em que o espírito do belo, apreendendo a si mesmo, é simultaneamente o arquiteto e o operário, e que só estará terminado ao fim de milênios de história universal." (Hegel)








sexta-feira, 31 de agosto de 2012

PEÇA QUE A GENTE PASSA: Ella Fitzgerald.



Adooooooro Ella Fitzgerald! Cantando Beatles então, nem se fala! Essa versão é incrível, daquelas que até fazem a gente se sentir melhor depois de ouvir, hehe!


[Letícia Mariana, 24 anos, estudante de Fisioterapia]





A palavra é... Curumim.


Curumim é uma palavra de origem tupi que significa "criança", "criado jovem" ou “vara de pesca do pirarucu”. Possui, como variantes, as seguintes formas: colomim, culumim, colomi, curumi e culumi, sendo a forma usual, no português falado no Brasil, a de "curumim", como sinônimo para "criança".

Segundo o tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro, o termo tupi original era kunumim (significando "criança"), que teria evoluído, na língua geral paulista e no nheengatu, para kurumim e coromim.

Na Amazônia, o termo também serve para designar a vara de pesca apropriada para a captura do pirarucu - um peixe de grandes dimensões, típico da bacia hidrográfica do norte brasileiro.




reconheça: Rubem Alves.


Nasceu no dia 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, sul de Minas Gerais.

Em 1945, a família se mudou para o Rio de Janeiro. Buscou refúgio na religião, pois vivia solitário, sem amigos. Teve aulas de piano, não foi muito longe, somente bem sucedido no estudo de teologia: iniciou sua carreira dentro de igreja como pastor em cidade do interior de Minas. 

Em 1963, foi estudar em Nova York, retornando ao Brasil no mês de maio de 1964 com o título de Mestre em Teologia pelo Union Theological Seminary.

Foi denunciado pelas autoridades da Igreja Presbiteriana como subversivo, em 1968, e, por isso, perseguido pelo regime militar. Abandonou a igreja presbiteriana e retornou com a família para os Estados Unidos, onde se tornou Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Princeton Theological Seminary.

De volta ao Brasil, por indicação do professor Paul Singer, conhecido economista, é contratado para dar aulas de Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro (SP).

É nomeado professor-titular na Faculdade de Educação da UNICAMP e, em 1979, professor livre-docente no IFCH daquela universidade.

No início da década de 80 torna-se psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise.

Afirma que é “psicanalista, embora heterodoxo”, pois nela reside o fato de que acredita que no mais profundo do inconsciente mora a beleza. 



Oração de Mário Quintana


Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões, não falaria em Deus nem no Pecado - muito menos no Anjo Rebelado e os encantos das suas seduções, não citaria santos e profetas: nada das suas celestiais promessas ou das suas terríveis maldições... Se eu fosse um padre eu citaria os poetas, rezaria seus versos, os mais belos, desses que desde a infância me embalaram e quem me dera que alguns fossem meus! Porque a poesia purifica a alma... a um belo poema - ainda que de Deus se aparte - um belo poema sempre leva a Deus! 



Sinopse: Viagem à Lua (1912)


Em um congresso científico, o professor Barbenfouillis tenta convencer seus colegas a participarem de uma viagem de exploração à Lua. Assim que seu plano é aceito, a expedição é organizada e os cientistas são enviados para lá. Uma vez na superfície da Lua, os cientistas logo encontram habitantes hostis, os selenitas, que os levam ao seu rei. Baseado no livro "Le voyage dans la lune" (1865, Viagem à lua) do escritor francês Jules Verne.

Direção e Roteiro de Georges Méliès, com Victor André, Bleuette Bernon, Brunnet, Jeanne d'Alcy, Henri Delannoy, Depierre, Farjaut, Kelm e Georges Méliès. Produzido pelo estúdio Star Film.




Quem é o inventor?

Invenção: Pênalti com cavadinha.

Inventor: Antonin Panenka

 Nascida na falecida Tchecoslováquia, a cavadinha que saiu da cabeça e do pé direito de Antonin Panenka assombrou a Europa. O inventor expôs sua obra numa cobrança em disputa de pênaltis contra a Alemanha Ocidental, na decisão da Eurocopa de 1976. Melhor de tudo isso: o chute selou o título inédito para a Tchecoslováquia. Panenka é como chamam a “cavadinha” lá na Europa.




da seção “PROIBIDÃO DO MERCHENDAISER”




Este polêmico comercial da Sprite foi censurado na Alemanha por causa das cenas eróticas mais que explícitas, com um final inusitado. 

Ele foi exibido apenas uma vez em horário nobre e causou revolta em muitos lares. 





Jornal Apocalipse Now: “Morre britânico que lutava por direito à eutanásia”


Aos 58 anos, Nicklinson só se comunicava por piscadelas e dizia que sua vida havia virado um"pesadelo" desde o derrame, que o deixou paralisado. Ele brigava na Justiça britânica pelo direito de ser submetido ao "suicídio assistido", alegando que a impossibilidade de fazê-lo o condenaria "a uma vidade sofrimento crescente". 

 
Mas, na semana passada, a Justiça inglesa negou o pedido, considerando que a lei britânica é clara ao considerar a eutanásia um crime de homicídio. 


Isso porque Nicklinson não seria capaz de ingerir sozinho drogas letais, mesmo que elas fossem preparadas por outra pessoa. Ou seja, sua morte teria de ser decorrente de um ato praticado por alguém. 


Na ocasião, um dos juízes afirmou que uma decisão favorável a Nicklinson "teria tido consequências muito além dos casos atuais". 


No mesmo dia, Nicklinson se disse "devastado" pela decisão judicial, e sua família - ele era casado e pai de duas filhas - disse que ele pretendia recorrer e considerava a hipótese de parar de comer.




O dedo indicador do Itamir


Itamir tem alegria na medida certa, tristeza desavergonhada, ouvido aguçado e língua afiada cheia de deboche.

Desconheço sujeito que ainda ame falar em Peter Sellers, que ainda fica estupefato com Jane Fonda em Barbarella.  Itamir é a negação do futebol "funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor" [beba Manuel Bandeira].

Itamir é o sujeito mais politicamente incorreto que eu conheço.



A sem-vergonhice que vem de longe...


A arte erótica indiana deve ser vista à luz do Hinduísmo. Na mitologia indiana Kama designa o Deus do Amor. A mesma palavra refere-se também à busca do prazer, um dos aspectos fundamentais conducentes à salvação da alma. Não admira, por isso, que o sexo desde longa data se tenha revestido de tanta importância para os indianos. Disso nos dá conta o Kama-Sutra, um livro clássico sobre erotismo e outras formas do prazer humano.

Kama-Sutra foi escrito há cerca de 1500 anos por um homem santo, Vatsyayana. Ao que se julga, trata-se de uma compilação e sistematização de antigos textos sobre sexo, alguns com 3000 anos. A fama de que goza deve-se não só ao seu conteúdo como também ao seu carácter único. Sabe-se, no entanto, que os textos e sobretudo as gravuras eróticas eram bastante comuns na Índia (como, aliás, em todo o Oriente), embora poucas tenham sobrevivido nos dias de hoje.

No Ocidente o Kama-Sutra apenas foi conhecido em 1883, em Inglaterra, através de uma edição privada com o subtítulo The Hindoo Art of love. Outra obra de teor idêntico, bastante menos conhecida e muitíssimo mais rara, chama-se Ananga-Ranga e contém, para além de textos, um número considerável de gravuras eróticas de boa qualidade. O seu autor é, desta feita, um poeta: Kalyana Mall. Publicada em Inglaterra 10 anos antes como A Boat in the Ocean of Love permanece até hoje como o mais importante manual indiano ilustrado sobre sexualidade e relações entre os sexos.





sexta-feira, 8 de junho de 2012

Vadia, sim! [Leonardo Sakamoto]


O homem é programado, desde pequeno, para que seja agressivo. Ganha armas de brinquedo, espadas, luvas de boxe. Raramente a ele é dado o direito que considere normal oferecer carinho e afeto para outro amigo em público. Manifestar seus sentimentos é coisa de mulherzinha. Ou, pior, de bicha. De quem está fora do seu papel.

Já atravessamos uma revolução sexual. Podemos fazer sexo de forma mais livre e com menos culpa que antes. Mas expressar nossos sentimentos é algo longe de acontecer livremente. Como já disse o psicanalista Claudio Picazio, chegou a hora de passarmos por uma transformação afetiva, começar a entender que tem direito ao afeto, às emoções, a sentir. Passar a ser homem e não macho. Em outras palavras, o homem hetero precisa fazer sua revolução masculina.

Com isso, talvez entendessemos melhor o outro. Hoje, bater em “vadia” e “bicha” pode. Assim como em índio e “mendigo”. E, na maioria das vezes, a culpa recai sobre a própria vítima. Afinal de contas, quem são eles para não se encaixarem? Quem são eles para acharem que podem ser melhores do eu, sendo diferentes do que aprendemos como o “certo”? Bem-feito. Vestida assim, ela estava pedindo.

As pessoas envolvidas em casos de violência contra mulheres colocam em prática o que devem ter ouvido a vida inteira: quem não se enquadra em um padrão moral que nos foi empurrado – e que obedece aos parâmetros masculinos, heterossexuais e cristãos – é a corja da sociedade e age para corromper o nosso modo de vida e tornar a existência dos “cidadãos pagadores de impostos” um inferno. Seres que nos ameaçam com sua liberdade, que não se encaixa nos padrões estabelecidos pelos homens de bem. Sim, quando uma mulher não pode escolher como se vestir sem medo de ser importunada, ofendida ou violentada toda a sociedade tem uma parcela de culpa. Pelo que fez. Pelo que deixou de fazer.

Muitas mulheres são vítimas de violência doméstica, enfrentam jornadas triplas (trabalhadora, mãe e esposa), não têm a mesma liberdade que os meninos quando pequenas – que dirá conduzir livremente sua vida e suas roupas, pressionadas não só por pais e companheiros ignorantes mas também por uma sociedade que vive com um pé no futuro e o corpo no passado. A qual todos nós pertencemos e, portanto, somos atores da perpetuação de suas bizarrices. Discutimos muito sobre as mudanças estruturais pelas quais o país tem que passar, citando saúde, educação, transporte, segurança, mas esquecemos do respeito mínimo aos direitos fundamentais. Problemas que não conhecem classe social, cor ou idade. Como as mulheres que são maioria – e minoria.



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