sábado, 5 de fevereiro de 2011

Uma banda para Leila: Fitz & The Tantrums.


Olhar para o passado é complicado. Ao mesmo tempo em que nos deparamos com sons incríveis e inspiradores, é muito difícil conseguir tirar deles inspiração na medida certa sem recorrer a anacronismos, nostalgia ou cópia pura e simples.

Reproduzir o passado por meio de uma nova visão é um desafio, e é isso que a onda de artistas neo-soul tenta fazer: resgatar diversos elementos do R&B, pop, jazz e black music em geral através de uma visão contemporânea. Mais do que isso, o importante é conseguir trazer o passado para o presente sem deixar de contribuir com ideias e sonoridades novas. Entre os artistas dedicados a esse som temos Mayer Hawthorne, Adele, Raphael Saadiq, os dinamarqueses do Quadron, os veteranos Cee-Lo Green e Sharon Jones & The Dap Kings e a problemática rainha mainstream Amy Winehouse.
Curiosamente, um dos grupos mais bem acabados de toda essa leva neo-soul é provavelmente um dos menos conhecidos: o sexteto norte-americano Fitz & the Tantrums. O som do grupo resgata sonoridades da Motown, Stax e Chess Records por meio de um instrumental poderoso, que conta com dois cantores, um organista, um saxofonista, um baterista e um baixista. Longe de ser um exagero, o instrumental pesado da banda traz a força necessária para que as melodias pop ganhem consistência e façam com que o som do grupo sempre pareça estar sendo feito ao vivo.


O Fitz & The Tantrums estreou com o bom EP Songs for a Breakup Vol.1, mas foi em seu primeiro álbum de estúdio, Pickin' Up The Pieces, que o som da banda ganhou consistência e mostrou que sabe equilibrar o passado com o presente. Em entrevista à Spinner, o grupo definiu seu som como "Motown and soul-influenced indie pop", deixando bem claro que a intenção do Fitz & The Tantrums é não ficar preso a rótulos e tentar misturar estilos tão diferentes quanto pop, indie-rock e soul. Ao menos em seu primeiro álbum, o grupo conseguiu.

Se em estúdio algumas melodias da banda parecem repetitivas (e de fato são), o problema parece desaparecer ao vivo, com as canções tomando outros rumos. A ausência de uma guitarra, aliás, faz com que os vocais e as melodias sejam mais agressivos, como se tentassem substituir e suplantar a força do instrumento. E funciona.

Jornal Apocalipse Now: “Cientistas afirmam que mulheres gostam de homens ricos”



O que pode parecer um absurdo, um acicate às mulheres (e muito pior para os homens), tem fundamento científico agora, pois um grupo de pesquisadores britânicos da Universidade de Newcastle determinou que homens considerados ricos por suas parceiras proporcionam mais prazer às mulheres durante relações sexuais.

De acordo com a
BBC Brasil, a pesquisa revelou que a percepção da mulher do nível de riqueza do parceiro influencia sua capacidade de chegar ao orgasmo, e o prazer seria maior em relações mantidas com homens de maior renda. Em suma, quanto mais rico for o sujeito, maior a tendência a ter um orgasmo múltiplo. Não sei se isso é verdade, mas que mulher adora um presente caro, jóias e perfumes (a expressão delas quando ganham um “presentinho” desses é bem semelhante a um orgasmo), isso é incontestável. As feministas devem falar que não, que elas estão mais preocupadas com o caráter do cara. É tudo uma questão de fé.

Agora, isso tem uma certa explicação: Isso é culpa de Darwin (como sempre).

Os autores da pesquisa acreditam que esse resultado seja condicionado por uma “adaptação evolucionária” que faria com que as mulheres instintivamente selecionassem seus parceiros de acordo com a sua percepção de qualidade. Isso significa dizer que elas escolhem aquele que, em síntese, teria condições de prover sustento melhor aos filhos (se bem que os diamantes sempre foram considerados os melhores amigos das mulheres, e pra amigo devemos o melhor tratamento).

Thomas Pollet e Daniel Nettles usaram informações de uma pesquisa chinesa (não riam, por favor) que contém a maior base de dados já coletada sobre estilo de vida, saúde e família e o motivo vocês devem imaginar qual é. Segundo tal pesquisa, as informações pessoais e detalhes sobre a vida sexual de mais de 5 mil pessoas em várias partes da China, baseadas em entrevistas e questionários ilustram a proposição, mas eu fico imaginando o quanto deve-se levar em conta, considerando um país com quase doi BILHÕES de pessoas.

Dentre as 1.534 mulheres com maridos ou namorados que responderam à pesquisa, 121 delas disseram sempre ter orgasmos durante suas relações sexuais, 408 disseram ter orgasmos com freqüência, 762 tinham orgasmos “às vezes” e 243 raramente tinham orgasmos. Esses resultados seguiriam um padrão semelhante ao verificado em países ocidentais, segundo os autores do estudo.

Entre os fatores identificados como influências na freqüência dos orgasmos relatada pelas mulheres, a riqueza do parceiro foi o mais determinante, segundo os pesquisadores.

“O resultado da pesquisa parece consistente com a idéia de que o orgasmo feminino evoluiu a partir de uma função evolutiva”, afirma o psicólogo Thomas Pollet, um dos autores do estudo, publicado na revista especializada Evolution and Human Behaviour (resumo
AQUI).

“O orgasmo serve para selecionar entre os machos com base em sua qualidade. Assim, deve ser mais freqüente nas fêmeas unidas a machos de alta qualidade. Parceiros mais desejáveis levam as mulheres a ter mais orgasmos”, afirma Pollet. Segundo Pollet, a influência do nível de renda sobre a freqüência de orgasmos parece ser ainda maior que outros fatores, como simetria corporal ou atratividade, apontados em estudos anteriores, isto é, você pode ter cara torta, feio, chato, falar besteiras, rude etc. Mas, se tiver um American Express, o mundo está em suas mãos.
Fonte: http://ceticismo.net



Da Rainha do Mar.



YEMANJÁ é considerada mãe de todos os demais ORIXÁS OGUM, XANGÔ, OBÁ, OXOSSI e OXUM que nasceram de caso ilícito que teve com IFÁ. NANÃ como vimos, é mãe de OMULU e OXUMARÉ. YEMANJÁ, por sua vez, filha de OLODKUN, ORIXÁ masculino em BENIN, ou feminino em IFÉ, sempre do mar. No Brasil, é muito venerada, e seu culto tornou-se quase independente do CANDOMBLÉ. É representada como uma sereia de longos cabelos pretos.

Rege a maternidade, e é a mãe dos peixes que representam fecundidade. Seu dia à sábado. Nas grandes "obrigações", são oferecidos cabra branca, pata ou galinha branca.

Gosta muito de flores e é costume oferecer-lhe sete rosas brancas abertas, que são jogadas ao mar para agradecimento.

Sua cor é a branca com azul. Usa um ADÉ com franjas de miçangas que esconde o rosto. Leva na mão o BÉBÊ - leque ritual de metal prateado de forma circular, com uma sereia recortada no centro.

0 tipo psicológico dos filhos de YEMANJÁ é imponente, majestoso e belo, calmo, sensual, fecundo e cheio de dignidade e dotado de irresistível fascínio (o canto da sereia).

As filhas de YEMANJÁ são boas donas de casa, educadoras pródigas e generosas, criando até os filhos de outros (OMULU).

À deusa das águas recorrem as mulheres que não conseguem engravidar.

Porque é Iemanjá quem controla a fertilidade, simbolizada em seu corpo robusto, forte, em seus seios volumosos e na aparência sensual.

Qualidades, aliás, de todas as suas filhas, que se revelam excelentes como donas de casa, educadoras e mães. Não perdoam facilmente, quando ofendidas.

São possessivas e muito ciumentas. Embora se mostrem tranquilas a maioria do tempo, podem se tornar verdadeiras feras quando perdem a paciência.

Mais do que isso, não perdoam ofensas com facilidade. Intrometem-se tanto na vida dos familiares que chegam a sufocar.

Mas a intenção é sempre das melhores.

YEMANJÁ, por presidir a formação da individualidade, que como sabemos está na cabeça, está presente em todos os rituais, especialmente o BORI.

Passei toda a noite [Fernando Pessoa]


Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distração animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.



Fórum Coletivo: Vale a pena dar a bunda para manter o relacionamento?

"Infelizmente minha vida nos últimos tempos virou um grande motivo de chacota por parte de familiares, amigos e até gente que não me conhece. Desde a época da faculdade meu apelido era Kibe, por razões que agora não importam. Estudei artes plásticas na USP convivendo com um pessoal mais alternativo. Foi numa dessas que conheci e namorei uma menina que acabou com a minha vida. Ela veio com a idéia de usar um strap on, ou a famosa cinta-pica. Achei que era prafrentex demais e resolvi desconversar. O relacionamento entrou em crise e dar o cu para salvar o namoro me pareceu uma boa opção. Prefiro não dar muitos detalhes da transa, mas só te digo que foi meio desconfortável. Mas, pior ainda, foi ela me dando um pé na bunda dias depois!!!!

Fiquei mal, deprimido, arrasado. Você deve saber o quanto dói um fora de alguém que você ama. Imagine isso elevado a potência de ter topado dar para sua ex. Precisava de um apoio e resolvi ligar para meu melhor amigo e contar a história, pedindo sigilo. Resultado: a partir desse dia ganhei um novo apelido. KLB - Kibe Levou Borracha. Urso, o que eu faço para reverter isso? Estou realmente desesperado e não sei mais o que fazer. Sinto que preciso de uma nova vida."

KLB, 25 anos, São Paulo-SP.


Mandem suas sugestões, palavras de consolo, respostas conclusivas através dos Comentários abaixo.

Aula do Dia: Mr. Catra

O filho é a benção, a mãe é a maldição!


Eu não sou um cara ciumento, te falar: ciúme é um sentimento feminino, tá ligado? Ou quem sente ciúmes é mulher ou aquela pessoa que tem um grau a mais de feminilidade!


Machista é você botar a mulher pra trabalhar, você querer que sua mulher seje independente, rapá, isso que é ser machista, rapá!


Eu sou adepto a putaria até hoje, porque putaria nada mais é que sexo com alegria, putaria é quase amor !


As mulheres nunca pararam pra pensar que na idade média se ela fosse mulher bonita e gostosa ela ia pra fogueira!




Pomba Enamorada ou Uma história de amor, Lygia Fagundes Telles.



Encontrou-o pela primeira vez quando foi coroada princesa no Baile da Primavera e assim que o coração deu aquele tranco e o olho ficou cheio d'água pensou: acho que vou amar ele pra sempre. Ao ser tirada teve uma tontura, enxugou depressa as mãos molhadas de suor no corpete do vestido (fingindo que alisava alguma prega) e de pernas bambas abriu-lhe os braços e o sorriso. Sorriso meio de lado, para esconder a falha do canino esquerdo que prometeu a si mesma arrumar no dentista do Rôni, o Doutor Élcio, isso se subisse de ajudante para cabeleireira. Ele disse apenas meia dúzia de palavras, tais como, Você é que devia ser a rainha porque a rainha é uma bela bosta, com o perdão da palavra. Ao que ela respondeu que o namorado da rainha tinha comprado todos os votos, infelizmente não tinha namorado e mesmo que tivesse não ia adiantar nada porque só conseguia coisas a custo de muito sacrifício, era do signo de Capricórnio e os desse signo têm que lutar o dobro pra vencer. Não acredito nessas babaquices, ele disse, e pediu licença pra fumar lá fora, já estavam dançando o bis da Valsa dos miosótis e estava quente pra danar. Ela deu a licença. Antes não desse, diria depois à rainha enquanto voltavam pra casa. Isso porque depois dessa licença não conseguiu mais botar os olhos nele, embora o procurasse por todo o salão e com tal empenho que o diretor do clube veio lhe perguntar o que tinha perdido. Meu namorado, ela disse rindo, quando ficava nervosa, ria sem motivo. Mas o Antenor é seu namorado? estranhou o diretor apertando-a com força enquanto dançavam Nosotros. É que ele saiu logo depois da valsa, todo atracado com uma escurinha de frente única, informou com ar distraído. Um cara legal mas que não esquentava o rabo em nenhum emprego, no começo do ano era motorista de ônibus, mês passado era borracheiro numa oficina da Praça Marechal Deodoro mas agora estava numa loja de acessórios na Guaianazes, quase esquina da General Osório, não sabia o número mas era fácil de achar. Não foi fácil assim ela pensou quando o encontrou no fundo da oficina, polindo uma peça. Não a reconheceu, em que podia servi-la? Ela começou a rir, Mas eu sou a princesa do São Paulo Chique, lembra? Ele lembrou enquanto sacudia a cabeça impressionado. Mas ninguém tem este endereço, porra, como é que você conseguiu? E levou-a até a porta: tinha um monte assim de serviço, andava sem tempo pra se coçar mas agradecia a visita, deixasse o telefone, tinha aí um lápis? Não fazia mal, guardava qualquer número, numa hora dessas dava uma ligada, tá? Não deu. Ela foi à Igreja dos Enforcados, acendeu sete velas para as almas mais aflitas e começou a Novena Milagrosa em louvor de Santo Antônio, isso depois de telefonar várias vezes só pra ouvir a voz dele. No primeiro sábado em que o horóscopo anunciou um dia maravilhoso para os nativos de Capricórnio, aproveitando a ausência da dona do salão de beleza que saíra para pentear uma noiva, telefonou de novo e dessa vez falou, mas tão baixinho que ele precisou gritar, Fala mais alto, merda, não estou escutando seu braço, as lágrimas se confundindo com a chuva. Na Conselheiro Crispiniano, se não estava enganada, tinha em cartaz um filme muito interessante, ele não gostaria de esperar a chuva passar num cinema? Nesse momento ele enfiou o pé até o tornozelo numa poça funda, duas vezes repetiu, essa filha-da-puta de chuva e empurrou-a para o ônibus estourando de gente e fumaça. Antes, falou bem dentro do seu ouvido que não o perseguisse mais porque já não estava agüentando, agradecia a camisa, o chaveirinho, os ovos de Páscoa e a caixa de lenços mas não queria namorar com ela porque estava namorando com outra, Me tire da cabeça, pelo amor de Deus, PELO AMOR DE DEUS! Na próxima esquina, ela desceu do ônibus, tomou condução no outro lado da rua, foi até a Igreja dos Enforcados, acendeu mais treze velas e quando chegou em casa pegou o Santo Antônio de gesso, tirou o filhinho dele, escondeu-o na gaveta da cômoda e avisou que enquanto Antenor não a procurasse não o soltava nem lhe devolvia o menino. Dormiu banhada em lágrimas, a meia de lã enrolada no pescoço por causa da dor de garganta, o retratinho de Antenor, três por quatro (que roubou da sua ficha de sócio do São Paulo Chique), com um galhinho de arruda, debaixo do travesseiro. No dia do Baile das Hortênsias, comprou um ingresso para cavalheiro, gratificou o bilheteiro que fazia ponto na Guaianazes pra que levasse o ingresso na oficina e pediu à dona do salão que lhe fizesse o penteado da Catherine Deneuve que foi capa do último número de Vidas Secretas. Passou a noite olhando para a porta de entrada do baile. Na tarde seguinte comprou o disco Ave-Maria dos namorados na liquidação, escreveu no postal a frase que Lucinha diz ao Mário na cena da estação, 'Te amo hoje mais do que ontem e menos do que amanhã, assinou P. E. e depois de emprestar dinheiro do Rôni foi deixar na encruzilhada perto da casa de Alzira o que o Pai Fuzô tinha lhe pedido há duas semanas pra se alegrar e cumprir os destinos: uma garrafa de champanhe e um pacote de cigarro Minister. Se ela quisesse um trabalho mais forte, podia pedir, Alzira ofereceu. Um exemplo? Se cosesse a boca de um sapo, o cara começaria a secar, secar e só parava o definhamento no dia em que a procurasse, era tiro e queda. Só de pensar em fazer uma ruindade dessas ela caiu em depressão, imagine, como é que podia desejar uma coisa assim horrível pro homem que amava tanto? A preta respeitou sua vontade mas lhe recomendou usar alho virgem na bolsa, na porta do quarto e reservar um dente pra enfiar lá dentro. Lá dentro?, ela se espantou, e ficou ouvindo outras simpatias só por ouvir, porque essas eram impossíveis para uma moça virgem: como ia pegar um pêlo das injúrias dele pra enlear com o seu e enterrar os dois assim enleados em terra de cemitério? No último dia do ano, numa folga que mal deu pra mastigar um sanduíche, Rôni chamou-a de lado, fez um agrado em seus cabelos (Mas que macios, meu bem, foi o banho de óleo, foi?) e depois de lhe tirar da mão a xícara de café contou que Antenor estava de casamento marcado para os primeiros dias de janeiro. Desmaiou ali mesmo, em cima da freguesa que estava no secador. Quando chegou em casa, a vizinha portuguesa lhe fez uma gemada (A menina está que é só osso!) e lhe ensinou um feitiço infalível, por acaso não tinha um retrato do animal? Pois colasse o retrato dele num coração de feltro vermelho e quando desse meio-dia tinha que cravar três vezes a ponta de uma tesoura de aço no peito do ingrato e dizer fulano, fulano, como se chamava ele, Antenor? Pois, na hora dos pontaços, devia dizer com toda fé, Antenor, Antenor, Antenor, não vais comer nem dormir nem descansar enquanto não vieres me falar! Levou ainda um pratinho de doces pra São Cosme e São Damião, deixou o pratinho no mais florido dos jardins que encontrou pelo caminho (tarefa dificílima porque os jardins públicos não tinham flores e os particulares eram fechados com a guarda de cachorros) e foi vê-lo de longe na saída da oficina. Não pôde vê-lo porque (soube através de Gilvan, um chofer de praça muito bonzinho, amigo de Antenor) nessa tarde ele se casava com uma despedida íntima depois do religioso, no São Paulo Chique. Dessa vez não chorou: foi ao crediário Mappin, comprou um licoreiro, escreveu um cartão desejando-lhe todas as felicidades do mundo, pediu ao Gilvan que levasse o presente, escreveu no papel de seda do pacote um P. E. bem grande (tinha esquecido de assinar o cartão) e quando chegou em casa bebeu soda cáustica. Saiu do hospital cinco quilos mais magra, amparada por Gilvan de um lado e por Rôni do outro, o táxi de Gilvan cheio de lembrancinhas que o pessoal do salão lhe mandou. Passou, ela disse a Gilvan num fio de voz. Nem penso mais nele, acrescentou, mas prestou bem atenção em Rôni quando ele contou que agora aquele vira-folha era manobrista de um estacionamento da Vila Pompéia, parece que ficava na rua Tito. Escreveu-lhe um bilhete contando que quase tinha morrido mas se arrependia do gesto tresloucado que lhe causara uma queimadura no queixo e outra na perna, que ia se casar com Gilvan que tinha sido muito bom no tempo em que esteve internada e que a perdoasse por tudo o que aconteceu. Seria melhor que ela tivesse morrido porque assim parava de encher o saco, Antenor teria dito quando recebeu o bilhete que picou em mil pedaços, isso diante de um conhecido do Rôni que espalhou a notícia na festa de São João do São Paulo Chique. Gilvan, Gilvan, você foi a minha salvação, ela soluçou na noite de núpcias enquanto fechava os olhos para se lembrar melhor daquela noite em que apertou o braço de Antenor debaixo do guarda-chuva. Quando engravidou, mandou-lhe um postal com uma vista do Cristo Redentor (ele morava agora em Piracicaba com a mulher e as gêmeas) comunicando-lhe o quanto estava feliz numa casa modesta mas limpa, com sua televisão a cores, seu canário e seu cachorrinho chamado Perereca. Assinou por puro hábito porque logo em seguida riscou a assinatura, mas levemente, deixando sob a tênue rede de risquinhos a Pomba Enamorada e um coração flechado. No dia em que Gilvanzinho fez três anos, de lenço na boca (estava enjoando por demais nessa segunda gravidez) escreveu-lhe uma carta desejando-lhe todas as venturas do mundo como chofer de uma empresa de ônibus da linha Piracicaba-São Pedro. Na carta, colou um amor-perfeito seco. No noivado da sua caçula Maria Aparecida, só por brincadeira, pediu que uma cigana muito famosa no bairro deitasse as cartas e lesse seu futuro. A mulher embaralhou as cartas encardidas, espalhou tudo na mesa e avisou que se ela fosse no próximo domingo à estação rodoviária veria chegar um homem que iria mudar por completo sua vida, Olha ali, o Rei de Paus com a Dama de Copas do lado esquerdo. Ele devia chegar num ônibus amarelo e vermelho, podia ver até como era, os cabelos grisalhos, costeleta. O nome começava por A, olha aqui o Ás de Espadas com a primeira letra do seu nome. Ela riu seu risinho torto (a falha do dente já preenchida, mas ficou o jeito) e disse que tudo isso era passado, que já estava ficando velha demais pra pensar nessas bobagens mas no domingo marcado deixou a neta com a comadre, vestiu o vestido azul-turquesa das bodas de prata, deu uma espiada no horóscopo do dia (não podia ser melhor) e foi.

Conheça: Kutiman.

A década de 2010 começou em fevereiro de 2009. Foi quando o músico e produtor israelense Kutiman lançou “Thru You”, um experimento colaborativo único: sete obras (ou mashups, como queiram) audiovisuais criadas a partir da recombinação de mais de 100 vídeos postados no YouTube por músicos amadores.

Durante dois meses, tempo que “Thru You” levou para ser concluído, Kutiman, nascido Ophir Kutie, deu olhos e ouvidos a tudo o que explodiu na sua frente durante sua expedição pelos novos sons no YouTube. Cada instrumento, nota, canto, ruído, imagem, nada relacionado entre si.

Como músico, produtor (remixólogo, no caso), ou como um jazzista a improvisar numa jam criando novas frases a partir de outras criadas pelos outros músicos da pajelança musical, Kutiman remixou e integrou as partes em sete composições autorais.
Com êxito de fazer corar os detratores da cultura do remix, Kutiman fez valer sua assinatura musical baseada nas escolas do funk, dub, soul e afrobeat. O que acrescenta valor diferencial ao seu experimento.

Ouve-se nas músicas do “Thru You” o mesmo enfoque dado por Kutiman às músicas do seu ótimo disco homônimo lançado em 2008 (Top 5 Impop na votação do Scream And Yell de 2008). Uma música orientada pelos grooves, das camadas rítmicas às harmônicas de todos os instrumentos e tratamentos eletrônico-digitais.

Nada produzido esse ano foi tão criativo. Nada foi tão integrado às conquistas e (r)evoluções que ocorreram nessa década. Está tudo aí: conteúdo colaborativo, compartilhamento de informação, creative commons, o mais transparente, luminoso e inspirador exemplo do que acontece quando o artista, artesão, produtor detém as ferramentas de produção. Uma revolução idealizada por Marx, DJ Shadow, JDilla, entre tantos outros pensadores e artistas ideólogos da liberdade.

“Thru You” é um álbum-mashup virtual, maiúscula obra artístico-cultural contemporânea, baseado no caos das experiências mundanas. Peça legítima de cultura livre, cercada de todas as questões imagináveis da era digital e de seus paradoxos. Autoral, orgânica, original. Música social: elogio e apologia à diversidade.

“Thru You” foi o álbum do ano, assinado por mais de 100 autores e regido por Kutiman, um maestro da contemporaneidade.

PEÇA QUE A GENTE PASSA: Ari Borger Quartet

Eu quero ouvir qualquer música do jazz-blues Ari Borger Quartet. Um som maneiro que tá rolando aí, é muito foda, os caras são virtuosíssimos, e conseguem uma sonoridade excitante, sem cair numa nostalgia ou mera imitação dos grandes ícones dos bons gêneros musicais. Aumenta o som, q é muito bacana mesmo. Valeu, Cazzo!

(Aloísio Martins, 28 anos, Odontólogo)



Decodificando A Obstipação Intestinal.

COMO FUNCIONA A DIGESTÃO?

O trato digestivo é um tubo contínuo que desmancha os alimentos até as suas formas elementares para que estas possam ser absorvidos sob a forma de nutrientes. Uma vez que o alimento chega ao estômago, inicia-se a mistura com o ácido produzido ali, o qual reduz o alimento a pequenas partículas . O estômago funciona como uma espécie de liquidificador. Só após ficarem de um determinado tamanho é que as partículas do alimento podem passar para o intestino delgado. Nele, o alimento vai sofrer mais um processo de quebra sob efeito dos sucos digestivos produzidos principalmente pelo fígado (bile) e pâncreas (suco pancreático). Durante a passagem do alimento através do intestino delgado, que tem aproximadamente 6 metros de comprimento, lentamente vai acontecendo a absorção dos nutrientes elementares. Ao atingir o início do intestino grosso, todos os nutrientes já foram absorvidos e o que sobra são resíduos (restos) de alimentos e água em grande quantidade. A função básica do intestino grosso (colon) é absorver toda a água e eliminar os resíduos através do seu produto final: as fezes.

COMO É UM RITMO INTESTINAL NORMAL?

Há uma grande variação dentro da normalidade para o ritmo intestinal que pode ser de 3 vezes ao dia a 3 vezes na semana. Qualquer ritmo entre estas variáveis pode ser considerado normal.

O QUE É OBSTIPAÇÃO?

O termo obstipação se refere a condição que o ritmo intestinal é irregular e a consistência das fezes é geralmente endurecida e ressecada. Isto resulta da absorção excessiva de água das fezes devido a passagem lenta das fezes pelo intestino grosso. Fazendo um pequeno questionário pessoal poderá saber se está com obstipação.

Houve qualquer mudança na sua alimentação , hábitos de exercício, rotina diária ou nível de estress? Qualquer mudança ou alteração da rotina normal pode resultar em modificações do hábito intestinal.

Que medicações está fazendo uso? Certas medicações com ferro, analgésicos, drogas anti-hipertensivas e uma variedade grande de drogas pode levar a obstipação.

Há outros sintomas associados? Pessoas com obstipação geralmente sentem a barriga estufada ou inchada. Pode apresentar desconforto retal ou pressão no reto.

QUANDO DEVO PROCURAR UM MÉDICO?

Qualquer alteração do seu hábito intestinal (ritmo) merece a atenção de um profissional. Sintomas associados como perda de peso, dor abdominal acentuada ou sangramento podem indicar doenças associadas e merecem especial atenção. Outras doenças sistêmicas podem estar associadas a obstipação como diabetes ou doenças da tireóide.

QUE TIPO DE EXAMES DEVO FAZER?

Seu médico deverá fazer algumas perguntas para avaliar a necessidade de determinados exames . Exames de RX do intestino chamado enema opaco ou endoscopia às vezes se faz necessário. A endoscopia é um método mais direto , pois é visualizada a superfície do intestino parcialmente através da retossigmoidoscopia ou todo o intestino grosso através da colonoscopia.

COMO DEVO RESOLVER MEU PROBLEMA?

Três recomendações básicas :

1 - INGERIR BASTANTE LÍQUIDOS (6-8 COPOS /DIA)

2 - EXERCÍCIO FÍSICO (ATIVIDADE FÍSICA)

3 - DIETA RICA EM FIBRAS.

NÃO MELHORANDO PROCURE SEU MÉDICO.

ATENÇÃO NÃO FAÇA USO DE LAXANTES SEM ORIENTAÇÃO DO SEU MÉDICO.




quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Liberdade de Expressão, Alberto Lins Caldas.

tenho me engajado a vida inteira na luta e na defesa da liberdade. aqui pretendo falar daquela liberdade que deve ser completa, total, absoluta: a de pensar, falar, imaginar e escrever definitivamente tudo sem que nada impeça, nada proíba; nada censure, nada se interponha, nada reverta ou abale; nada torture ou aprisione. que tudo responda, mas que nada rasgue, queime, impossibilite, processe, violente, mude, refaça, esconda, ameace.

e pensar isso e assim nesse país infeliz (não que haja países felizes) que carrega o fascismo como corpo e alma, como história e memória, como cotidiano e crença, é pedir demais. uma das loucuras aceitas como normalidade é o “delito de opinião”, que permite processar os que escrevem, como se isso fosse a maior conquista do mundo. em nome de todos os bons conceitos, das boas idéias, do reto caminho todos renunciam a liberdade, justificam a censura em todas as suas sutis formas, o corte, o processo, a perseguição, a imposição. outra é a “apologia ao crime”, como se defender qualquer forma de crime, de delito, de horror reproduzisse magicamente esse horror, como se fossem todos imbecis que não podem nem conseguem discernir nada. e quem “omite opinião” é processado, preso e perseguido, e isso não é visto como o maior dos horrores, uma brutalidade.

nada, absolutamente nada do que é ou pode ou já foi escrito é mais abominável que as ações contra o escrito, o pensado, o desejado, o dito, o visto. tudo, absolutamente tudo, pode e deve ser dito, ser escrito, ser transformado em imagem, em som, em algo manipulável. nossa função é defender essa forma absoluta de liberdade e a sua também absoluta resposta e lutar contra o abominável que foi escrito, pensado, falado, filmado, mas jamais proibir. a luta se faz entre as escritas, entre falas sem proibir nenhuma delas e possibilitando a todas elas a igualdade de condições e de divulgação.

defender, propagar, expor todas as formas de exploração como se fizesse o bem, os apartáides, todos os nazismos, todas as formas de terrorismo, a pedofilia, a proibição de livros e idéias, as chacinas, os massacres, as perseguições, as torturas, as humilhações, as intervenções, as desproteções, as dormências, os conformismos, os genocídios, as repressão, o terror, os racismos, as homofobias, os machismos: - são absolutamente detestáveis, ridículas e monstruosas, mas devem ter o direito de serem ditos. como ações e palavras não são iguais, devem ser combatidas enquanto idéias e enquanto ações por poderes e forças diferentes. palavras contra palavras, ações contra ações. não se pune um pedófilo por ser pedófilo em idéias, em propagar a pedofilia, mas por ser pedófilo, por praticar de alguma maneira a pedofilia: numa dimensão ele deve ser absolutamente livre, na outra a lei cuida dele, a “comunidade” põe sua existência em cheque. que suas idéias são monstruosas ou não, a decisão cabe ao leitor, ao ouvinte, ao telespectador, ao cidadão, não a lei ou ao estado. ou o monstro seremos nós os que destruímos suas palavras e seu direito inalienável de dizer. por eles serem monstros não serei também censurando por aquilo que me faz diferente deles e eticamente capaz de lutar contra eles. luto contra eles, e devemos lutar sempre contra eles, mas devemos também e com o mesmo ardor defender seu direito de dizer e o pleno direito dos “leitores” discernirem, escolherem, usando sua vida e sua consciência plenamente, sem que algo externo diga o que deve ouvir ou não ouvir, ler ou não ler, ver ou não ver, escolher ou não escolher: devo ser livre para escolher ou não o abominável, sem que ele seja retirado violentamente dos meus sentidos, do meu corpo, da minha consciência, da minha convivência como se fossemos “débeis mentais”, “escravos” ou “crianças”: eu devo escolher, eu posso escolher, eu luto para escolher, eu sou escolha. não pode ser a polícia, o exército, a tradição, o mercado, a mídia, os intelectuais, o partido, o bom gosto, o bom tom, a justiça, o estado, o síndico, o sacerdote, o prefeito, o censor, o professor, o pai: precisamos aprender a conviver com a diferença e com a liberdade que essa diferença exige. a tolerância absoluta é ao “escrito” (ficção de convicção), jamais ao intolerável que, se exercendo, destrói essa liberdade e outras que são essenciais.
tudo dizer, tudo escrever, tudo ouvir, tudo ver, tudo escrever, tudo ouvir, tudo pensar tem como correlato a luta obsessiva contra as múltiplas barbáries que transformam tudo em mercadoria, em cinzas ou numa perversa violência sem fim. nada pode ser íntegro, intocável; nada deve sair ileso; nada é sagrado, nada é puro; nenhuma idéia, nenhum nome, nenhuma relação, nenhuma crença, nenhuma noção, nenhum deus, nenhuma gramática, nenhum costume, nenhum corpo, nenhuma cor, nenhuma memória, nenhum desejo, nada pode escapar ao ridículo, à crítica, ao escracho, ao escárnio, a dissolução, ao direito de ser exposto, comparado, diminuído, posto na sua devida estatura.

o que não resiste, não se agüenta, o que chama a polícia, a justiça, os amigos, os capangas, o exército é porque não vale a pena. se valesse a pena responderia a altura, lutaria com as mesmas armas, sem impor sua evidência de poder sem contestação, sua evidência monstruosa. como clama os poderes se esvazia de valor, de verdade, comungando com tudo aquilo que impõe sombras, violência e mercadoria como horizonte único.

a liberdade de expressão é o espírito vivo da palavra, do diálogo, da linguagem, da comunicação, da possibilidade viva de convivência e superação, mas não quer dizer aceitação, aprovação, chancela de tudo. é exatamente por viver a diferença que posso e devo aceitar plenamente a “apologia ao crime” e lutar veementemente contra o crime, que não foi criado nem se difunde pela “apologia”: punir a "apologia ao crime" é maior e mais danoso que qualquer crime: é o crime fundamental.

a liberdade de expressão devolve ou recria na linguagem sua dimensão humana, seu poder poético, sua missão política e revigora ela enquanto aquilo que gera e mantém o próprio real. não é a toa que no brasil a palavra sempre teve donos, sempre foi vigiada, sempre fez parte de sistemas de permissão e proibição, sempre foi propriedade privada, sempre foi fazenda e fábrica, sempre se colou à moral, à imagem, aos bons costumes, à pessoa: sem a garantia da palavra, sem a palavra garantida e protegida, grande parte das crenças estúpidas e fascistas dos brasileiros se desmoraliza e sua situação de dependência aparece.

entre os brasileiros a palavra deve, precisa inapelavelmente ser tutelada, protegida, abrigada, brindada; o indivíduo não pode estar só diante da tempestade do dizer: é preciso chamar o rei, a lei, todas as formas de poder para proteger ele da parrhesia dos trágicos cínicos, a liberdade de linguagem, a liberdade de falar francamente a sua verdade sem mediações permitidoras ou censoras. o dizer numa dimensão ética plena e, nessa dimensão, ser defendida não somente pelos indivíduos, mas pela própria polis enquanto condição democrática de sua existência. essa palavra tutelada dos brasileiros torna eles eternamente infantis, recorrendo sempre ao papai quando sua imagem é atingida, quando sua vida é exposta, quando sua moral é danificada: são incapazes de dizer de volta e na medida, incapazes de rejeitar a palavra sem o apoio do rei ou da lei: são castrados ao castrarem com a lei e com o rei. ao não enfrentarem as tempestades das palavras além de se tornarem fracos, fortalecem as tempestades viciadas, os nazismos e todas as formas monstruosas das palavras. ao buscarem a verdade com a força se enfraquecem e a verdade e o direito somem. todos são "senhores de engenho", intocáveis em sua imagem, sua moral e história: o senhor ainda está colado nas costas do brasileiro até quando ele pensa "defender os seus direitos".

Ficha Técnica: Patos.

Reino: Animalia

Filo: Chordata

Classe: Aves

Ordem: Anseriformes

Família: Anatidae Origem

O tradicional pato branco, que encontramos nas quintas da Europa, tem origem na China continental, sendo conhecido como Pato de Pequim.
Alimento de qualidade

A carne de pato é muito apreciada, e a sua grande procura para fins culinários levou a que este animal fosse criado em cativeiro, por todo o mundo.Uma pata põe cerca de 100 ovos por ano. Estes ovos também encontram muitos interessados, já que há quem os procure em detrimento dos ovos de galinha, que são mais pequenos.

Hábitos

O pato, tal como o ganso, vive em regime de semi liberdade, comendo tudo o que encontrar desde caracóis, até rações e ervas.Se na exploração houver um lago, ou passar um rio, os patos vão até lá, onde passam o dia alternando banhos com períodos de descanso ao sol.

Reprodução

As patas chocam entre 6 e 10 ovos que vão eclodir 30 dias depois do início do choco. São mães excelentes, passando o tempo a contar e juntar os filhos.

Longevidade

Um pato pode viver cerca de 15 anos e pesar mais de 6 kg.


O amor de agora é o mesmo amor de outrora, Dante Milano.

O amor de agora é o mesmo amor de outrora
Em que concentro o espírito abstraído,
Um sentimento que não tem sentido,
Uma parte de mim que se evapora.


Amor que me alimenta e me devora,
E este pressentimento indefinido
Que me causa a impressão de andar perdido
Em busca de outrem pela vida afora.


Assim percorro uma existência incerta
Como quem sonha, noutro mundo acorda,
E em sua treva um ser de luz desperta.


E sinto, como o céu visto do inferno,
Na vida que contenho mas transborda,
Qualquer coisa de agora mas de eterno.



Guinga no coração e no HD.


Carioca, alterna o trabalho de compositor e violonista com o de dentista, sua profissão original e que continua exercendo. Suas primeiras composições gravadas foram "Conversa com o Coração" e "Maldição de Ravel", ambas em parceria com Paulo César Pinheiro e lançadas em disco pelo MPB-4 em 1973, mesmo ano em que Clara Nunes gravou "Punhal". Em 1979, Elis Regina gravou no disco "Elis, Essa Mulher" sua música "Bolero de Satã" (com P.C. Pinheiro).
baixe AQUI
Nas décadas de 70 e 80 participou de gravações como violonista e em 1989 fez o primeiro show, com Paulo César Pinheiro e Ithamara Koorax. Passou a ser conhecido no meio musical pelo virtuosismo no violão e pelas composições de rara inspiração. Assim, em seu primeiro disco, "Simples e Absurdo", lançado em 1991 inaugurando o selo Velas, contou com participações ilustres como Chico Buarque e Leny Andrade, entre outros. O mesmo aconteceu em seus três CDs seguintes, "Delírio Carioca", de 1993, "Cheio de Dedos", de 1996, e "Suíte Leopoldina", de 1999, que alternam faixas instrumentais e cantadas. "Suíte Leopoldina" foi considerado pelos jornais "O Globo" e "Jornal do Brasil" o melhor CD de MPB do ano. Depois de Paulo César Pinheiro, encontrou em Aldir Blanc um parceiro à altura, e da parceria surgiu todo o repertório do disco "Catavento e Girassol", da cantora Leila Pinheiro, gravado em 1996.



Correspondência Sacana: O primo da minha amiga me comeu.


Bom, meu nome é Samantha, eu tenho 16 anos, venho aqui para contar o que aconteceu comigo há poucos dias atrás.

Eu estava conversando com minha super amiga Alessandra pelo MSN, quando ela me chamou pra ir na casa dela, já que não tinha ninguém lá, porque a família dela é muito chata, não deixa ninguém ir lá, a não ser os familiares.

Um casarão enorme e lindo, lá, além de Alessandra, estava Caio, o primo dela, que estava dormindo. Ela me chamou para ver a TV de plasma que ela tinha ganhado e estava no andar de cima onde Caio estava. Sem querer, ao chegar lá em cima, esbarrei no tapete do quarto e Caio acordou assustado. Quando me viu foi logo se vestir pois estava só de cueca.

Ele chamou Alessandra e cochichou não sei o que no ouvido dela. Quando eu perguntei ela disse: "Ele falou que queria te comer". Na hora eu não me agüentei e ri muito, mas ela perguntou se eu queria e eu disse que não sabia, estava meio confusa, mas a verdade é que sei que sou bem safadinha, e subi lá, só pra ver o que ele me diria.

Quando entrei no quarto, ele estava deitado e eu disse: "Caio, o que você falou para Alessandra mesmo?" Ele se assustou, mas deu um sorriso safado e pediu para ficar comigo.

Eu cheguei perto, pensei que fosse só um beijo. Beijei, mas ele passou a mão por baixo da minha blusa e começou a acariciar meus seios. A essa altura não estava mais preocupada com nada e ele me jogou na cama, e disse que queria eu todinha para ele, então tirou a minha roupa toda, depois tirou a dele e colocou aquele pau enorme e duro para fora.

Eu fiquei meio insegura, mas ele começou a beijar meu corpo todo e a lamber a minha xaninha. Aí ele disse que ia me mostrar o que ele disse para Alessandra, e meteu em mim aquele pau duro, e começou a meter rapidão, e mais rápido até eu soltar um gemido bem alto, depois eu beijei o corpo dele todo e ele lambeu minha xaninha de novo até eu gozar de novo.

De repente ele me veio com alguma coisa que começou a massagear a minha bunda, eu deixei ele fazer até que ele meteu no meu cu aquele pau gostoso, não agüentei e gemi muitas vezes afinal era minha primeira vez.

Depois eu disse que já tava cansada e ele falou que toda a vez que eu fosse lá ele ia me comer, depois disso ele me levou para o banheiro dele e tomamos banho juntos , ele não agüentou e meteu gostoso em mim aquele pau, depois eu me abaixei e coloquei na boca, foi uma delícia aquilo tudo, mas até hoje nunca mais voltei na casa dele!

Dica de Som: Beast Boys - The In Sound From Way Out



Alessandro Marques, 27 anos, Operador de Áudio:

"Um álbum exclusivamente instrumental – de originais, note-se, e não de versões instrumentais de temas anteriores. Este disco tresanda a Richard 'Groove' Holmes e a 'Brother' Jack McDuff, e o predomínio do órgão, do contrabaixo e da bateria está na linha de uns Medeski Martin and Wood. O álbum, aliás, abre – e não por acaso – com um tema chamado 'Groove Holmes', e muitos dos temas restantes evocam fortemente algum do Jazz da Blue Note dos anos 60 e 70.
The In Sound From Way Out! não é um álbum de Jazz, mas a inspiração está lá. Alguns temas são simplesmente brilhantes, como 'Sabrosa', 'Transitions' e o meu favorito, 'Ricky's Theme', mas não há nenhum que seja menos que bom."

TV sem Amnésia: Muppet Babies.

Os Muppets alcançaram um enorme sucesso na década de 1970, quando estrelaram uma série de Tv que apresentava o ritmo frenético vivido por pequenas criaturinhas que desejavam colocar seu Show de variedades no ar. Criados por Jim Hanson com a ajuda da sua esposa Jane Nabel, os Muppets estrelaram além da série de Tv mais seis longas-metragens para o cinema.

Em 1984 Jim Henson resolveu trazer de volta sua criação às telinhas, agora em desenho animado e com uma inovação: o desenho mostrava a infância dos personagens que divertiram a tantos ao longo dos anos. Ao lado de Margaret Loesch, Jim trabalhou na produção do desenho Muppet Babies, realizado por sua empresa Jim Henson Productions em parceria com a Marvel Productions Ltd. e conseguiram vender a idéia para a CBS Television, onde estreou no dia 15 de setembro.

O desenho mantinha o mesmo ritmo agitado das aventuras de The Muppet Show, mas acrescentava muita ternura às histórias como forma de atingir o público mais jovem. Aqueles endiabrados que serviam de mau exemplo, agora eram vistos como bagunceiros fofinhos. Mesmo amenizando as confusões dos Muppets o desenho mantinha alguns dos pontos principais da série, como o fato de freqüentemente os personagens interagiam com imagens de clássicos do cinema.

Em Muppet Babies, os exóticos bichinhos viviam num berçário, onde aprontavam as maiores confusões. Eles eram cuidados atentamente pela babá Nanny, uma mulher que só era era mostrada dos joelhos pra baixo, usando sempre uma meia listrada. A Babá vivia atenta a qualquer bagunça da turminha, e quando estes precisavam sair para alguma aventura geralmente era escondido.

Entre os bichinhos tínhamos a porquinha esnobe e aspirante a superstar chamada Piggy; Caco era uma espécie de líder da turma, sempre surgindo dele as idéias para sair das confusões ou na verdade entrar nelas; o sobrinho do Caco era tão esperto quanto o tio e chamava Robin; Gonzo vivia declarando seu amor a Piggy, mas essa, que só tinha olhos para Caco, não suportava a feiúra do bichinho, afinal o nariz de Gonzo era tão grande que constantemente o colocava em problemas como ficar preso a algum lugar. Ele tinha uma galinha chamada Camilla; Fozzy era um ursinho não muito esperto, sonolento e autor das piadas mais sem graça da turma. Vivia repetindo: "uaca, uaca, uaca" e tinha muito medo de água; o Animal era um bichinho com um apetite fora do comum que devorava tudo a sua frente, não tinha bons modos nem sabia falar corretamente; Rowlf era um cachorrinho que não desgrudava do seu piano; o nerd da turma era o Scooter, com óculos enormes ele resolvia muita coisa se valendo do seu computador; Skeeter era a irmã gêmea de Scooter que gostava muito de praticar esportes; Bunsen era o típico gênio maluco de avental branco pronto para criar alguma coisa útil, ele tinha um assistente chamado Beaker, que vivia fazendo um som estranho: "beep, beep, beep".


Perfil do Orkut: Marah Eva.

aniversário: 21 novembro

local: Brasil

relacionamento: namorando










Significado do Nome: SILVIA.



Origem do Nome: LATIM

Significado de Silvia: MULHER DA SELVA. Sabe o que quer da vida, e também como chegar lá. Tem grande habilidade para envolver as pessoas que podem ajudá-lo a tocar e realizar seus projetos, não se importa em ter que usar um teatrinho quando necessário. Possui uma sensualidade que não passa despercebida por ninguém, e aprendeu a se valer desta arma. Principalmente entre quatro paredes. Mas tome cuidado pois é um grande perigo se tornar dominador demais.

Sua marca no mundo: OUSADIA, ESPÍRITO COMPETITIVO, INDEPENDÊNCIA, FORÇA DE VONTADE, ORIGINALIDADE. Independente e dinâmico são características de um líder, e é desta forma que é visto. É necessário à pessoa desta personalidade agir com tato, diplomacia e paciência, evitando ser vista como egoísta ou autoritária. Com freqüência é procurada para assumir projetos e empreendimentos pois sua autoconfiança e facilidade em enfrentar os obstáculos são qualidades notórias, e as pessoas acreditam na sua eficiência em tomar conta das situações. É o tipo de pessoa que não se deixa afetar quando existe oposição à suas idéias ou ações. Por agir com equilíbrio sempre tem o apoio dos que o seguem e acreditam na sua liderança. Para alcançar a vibração positiva que emana do número 1 é preciso concentrar-se em atingir seu objetivo, coisa que costuma fazer com muita originalidade. Personalidades deste número são rapidamente notados pois conquistam facilmente a todos e costumam ser o centro das atenções.

COMO O MUNDO TE VÊ: O número da Expressão revela a missão que tem, o que deve fazer ou ser nesta vida, para que atinja sucesso e alcance suas metas e objetivos. Descreve como você se expressa no mundo. O seu "eu" completo - personalidade, caráter, disposição, identidade, temperamento.Tolerante e compreensivo, uma pessoa muito amorosa e generosa. Ajuda as pessoas sem esperar nada em troca. Por compreender a natureza humana, sabe perdoar. Precisa de liberdade para expressar suas emoções e usar sua intuição no trabalho. Atrai as pessoa em busca de compaixão e generosidade, e elas as encontra em você. Ser impessoal é importante para não sofrer grandes perdas quando se exige poder, posses ou mesmo amor. Não deixe sua popularidade virar a sua cabeça. Tem amplos horizontes, já que não gosta de confinamento em lugares pequenos ou ficar preso a situações sem que não tragam expectativas. Pode ser professor, escritor, médico, enfermeiro, advogado, pregador, filantropo, pensador humanitário, orador, pintor, músico, compositor, conselheiro, juiz, importador, ator dramático. Aprenda a evitar a crueldade, os esforços voltados aos ganhos pessoais e o excesso de sentimentalismo.

COMO VOCÊ VÊ O MUNDO: Mostra a pessoa como é interiormente. Revela como pensa, sente e age. Seu o desejo íntimo da alma, o seu "eu interior", suas esperanças, sonhos, ideais, motivações. As vezes é possível que percebamos essa manifestação, mas talvez não a expressamos como deveriamos ou mesmo não vivemos de acordo com ela, assim estamos reprimindo os nossos sentimentos e impulsos, o que gostariamos de ser ou fazer, estamos adormecendo nossos objetivos secretos, as ambições, os ideais mais intimos.O 8 é considerado número da conquista material; mas é necessário àqueles que o possuem como numero de impressão aprender a equilibrar o espiritual e o material. Só quando equilibram estes dois polos e atigem a igualdade entre eles é que tornam-se capazes de realizar seus objetivos e obter recompensas esperadas. São conselheiros, analistas, pesquisadores, geralmente supervisionam e dirigem o trabalho dos outros. Precisam de caráter forte e perspicácia, assim como necessitam desenvolver sua capacidade de liderança. Podem assumir a administração de imóveis ou quaisquer propriedades. Filósofos e psicólogos natos, percebem a vida como ela realmente é. Tem o dom de ajudar as pessoas a compreenderem a si mesmas. É fundamental que adquiram o mínimo de sensibilidade e justiça em relação aos outros para que não se percam em egoísmos ou extravagâncias que acabariam por levá-las à ruína total. Para que conquistem seus objetivos precisam de tolerância e compreensão, este aspectos são "chaves" que abrem portas para os de número 8. Conseguem muito êxito os profissionais que levam este número, especialmente escritores, agentes de viagem, instrutores, supervisores, treinadores, atletas, exploradores, gerentes, superintendentes, engenheiros civis, agentes de seguros, corretores de imóveis, arquitetos, artistas profissionais, hoteleiros, editores, estatísticos ou executivos. Sabem lidar com animais e possuem um amor particular pela natureza. Vivendo de acordo com seus propósitos tornam-se grandes mestres ou misticos, e atraem que todos venham em busca de seus conhecimentos. Cuidado com a sede de poder pessoal, e a tendência negativa a se tornarem ambiciosos, materialistas, egoístas, perdulários, avarentos, não confiáveis ou até imprudentes.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Neste soneto, Paulo Mendes Campos.


Neste soneto, meu amor, eu digo,
Um pouco à moda de Tomás Gonzaga,
Que muita coisa bela o verso indaga
Mas poucos belos versos eu consigo.
Igual à fonte escassa no deserto,
Minha emoção é muita, a forma é pouca.
Se o verso errado sempre vem-me à boca,
Só no meu peito vive o verso certo.
Ouço uma voz soprar à frase dura
Umas palavras brandas, entretanto,
Não sei caber as falas de meu canto
Dentro de forma fácil e segura.
E louvo aqui aqueles grandes mestres
Das emoções do céu e das terrestres.

Ouça Quincy Jones!

Em entrevista à revista americana US Magazine, o lendário produtor musical Quincy Jones, 77 anos, falou sobre sua visão da música atual, com os desafios trazidos pela pirataria e pelo download ilegal de músicas em MP3. Jones, que está lançando um disco com versões de suas músicas feitas por astros da atualidade como Amy Winehouse, Ludacris, Akon e Mary J. Blidge, criticou o disco de músicas inéditas de Michael Jackson e o megalomaníaco rapper Kanye West, mas elogiou Lady Gaga.

O entrevistador disse que nesta década Kanye West é o produtor com que todos querem trabalhar, como Jones era no passado. "Como, cara? Nem pensar. Ele compôs para orquestra sinfônica? Ele compõe para uma orquestra de jazz? Dá um tempo, cara. Ele é apenas um rapper. Não há comparação. Eu não estou diminuindo ele ou fazendo um julgamento, mas nós viemos de dois lados diferentes do planeta. Eu demorei 28 anos para aprender minha técnica. Eu não faço rap. Não é a mesma coisa", respondeu o produtor. Ele disse ainda que não pensa muito sobre West. "Ele é um bom rapper, mas há muitos bons. O Ludacris é um dos meus favoritos".

Sobre Lady Gaga, Jones disse: "ela é ótima. Me interpretaram mal em outra entrevista e disseram que eu não escuto tudo, se referindo a ela. Claro que eu não escuto tudo, cara. Cada um tem seu estilo, mas isso é o show business. Gaga é como Madonna Jr. Muitas pessoas seguem a Madonna. Eu não, mas não critico aqueles que seguem. Não há certo ou errado. É o que você gosta ou não. Sou contra categorias."

O produtor disse que ainda não teve chance de ouvir com atenção as faixas do disco póstumo de Michael Jackson. "Alguém me ligou e me perguntou se era o Michael cantando, e eu disse que parece o Michael. Mas tem tantos outros vocais que eu ainda não consegui mergulhar fundo para poder identificar. Mas eu acho que de modo algum isso deveria ser lançado. Tudo devia ter ficado no cofre. Parece que todo mundo está tentando lançar qualquer coisa que tenha ele. É só para ganhar dinheiro. Ele não ia querer que isso saísse desta forma. Ele não ia querer nada que ele não tenha dado o toque final. Mas esta é uma época louca. Estamos vendo a decadência da indústria musical. Eu estou nesse ramo há 60 anos, e nunca vi nada assim."



Clarice Lispector encontra Tom Jobim.

Tom Jobim foi o meu padrinho no I Festival de Escritores, não lembro em que ano, no lançamento de meu romance "A maçã no escuro". E na nossa barraca ele fazia brincadeiras: segurava o livro na mão e perguntava:

- Quem compra? Quem quer comprar?

Não sei, mas o fato é que vendi todos os exemplares.

Um dia, faz algum tempo, Tom veio me visitar: há anos que não nos víamos. Era o mesmo Tom: bonito, simpático, com o ar de pureza que ele tem, com os cabelos meio caídos na testa. Um uísque e conversa que foi ficando mais séria. Reproduzirei literalmente nossos diálogos (tomei notas, ele não se incomodou).

- Tom, como é que você encara o problema da maturidade?

- Tem um verso do Drummond que diz: "A madureza, esta horrível prenda..." Não sei Clarice, a gente fica mais capaz, mas também mais exigente.

- Não faz mal, a gente exige bem.

- Com a maturidade, a gente passa a ter consciência de uma série de coisas que antes não tinha, mesmo os instintos, os mais espontâneos passam pelo filtro. A polícia do espaço está presente, essa polícia que é a verdadeira polícia da gente. Tenho notado que a música vem mudando com os meios de divulgação, com a preguiça de se ir ao Teatro Municipal. Quero te fazer esta pergunta a respeito da leitura de livros, pois hoje em dia estão ouvindo televisão e rádio de pilha, meios inadequados. Tudo o que escrevi de erudito e mais sério fica na gaveta. Que não haja mal-entendido: a música popular, considero-a seríssima. Será que hoje em dia as pessoas estão lendo como eu lia quando garoto, tendo o hábito de ir para a cama com um livro antes de dormir? Porque sinto uma espécie de falta de tempo da humanidade - o que vai entrar mesmo é a leitura dinâmica. Que é que você acha?

- Sofro se isso acontecer, que alguém leia meus livros apenas no método do vira-depressa-a-página dinâmico. Escrevi-os com amor, atenção, dor e pesquisa e queria de volta como mínimo uma atenção completa. Uma atenção e um interesse como o seu, Tom. E no entanto o cômico é que eu não tenho mais paciência de ler ficção.

- Mas aí você está se negando, Clarice!

- Não, meus livros, felizmente para mim, não são superlotados de fatos, e sim da repercussão dos fatos no indivíduo. Há quem diga que a música e a literatura vão acabar. Sabe quem disse isso? Henry Miller. Não sei se ele queria dizer para já ou para daqui a 300 ou 500 anos. Mas eu acho que nunca acabarão.

Riso feliz de Tom:

- Pois eu, sabe, também acho!
- Acho que o som da música é imprescindível para o ser humano e que o uso da palavra falada e escrita é como a música, duas coisas das mais altas que nos elevam do reino dos macacos, do reino animal.

- E mineral também, e vegetal também! (Ele ri.) Acho que sou um músico que acredita em palavras. Li ontem o teu O búfalo e A imitação da rosa.

- Sim, mas é a morte às vezes.

- A morte não existe, Clarice. Tive uma experiência que me revelou isso. Assim como também não existe o eu nem o euzinho nem o euzão. Fora essa experiência que não vou contar, temo a morte 24 horas por dia. A morte do eu, eu te juro, Clarice, porque eu vi.

- Você acredita na reencarnação?

- Não sei. Dizem os hindus que só entende de reencarnação quem tem consciência das várias vidas que viveu. Evidentemente, não é o meu ponto de vista: se existe reencarnação, só pode ser por um despojamento.

Dei-lhe então a epígrafe de um de meus livros: é uma frase de Bernard Berenson, crítico de arte: "Uma vida completa talvez seja aquela que termina em tal identificação com o não-eu que não resta um eu para morrer."

- Isto é muito bonito - disse Tom - é o despojamento; Caí numa armadilha porque sem o eu, eu me neguei. Se nos negamos qualquer passagem de um eu para outro, o que significa reencarnação, então a estamos negando.

- Não estou entendendo nada do que estamos falando mas faz sentido. Como podemos falar do que não entendemos! Vamos ver se na próxima reencarnação nós dois nos encontraremos.

3 de julho de 1971

Uma história de Lindomar Castilho


Em 1981, a vida do cantor Lindomar Castilho deu uma virada brusca. Lindomar era "o rei do bolero" até 30 de março daquele ano, dia em que assassinou a tiros a ex-mulher Eliane de Grammont numa boate em São Paulo. Preso em flagrante, esperou na cadeia o julgamento. Em 23 de agosto de 1984, foi condenado a doze anos de reclusão, por homicídio doloso e tentativa de homicídio. O artista também havia tentado matar seu primo, o músico Carlos Randal, namorado de Eliane, que estava com ela na ocasião. Tudo premeditado: antes de encontrar o casal, Lindomar comprou um revólver calibre 38 e o recheou com balas "dundum", daquelas que explodem dentro do corpo provocando ferimentos ainda mais graves nas vítimas. O crime do cantor foi um divisor de águas na história jurídica brasileira. Até então, a figura da "legítima defesa da honra" costumava ser utilizada, cinicamente, como atenuante para atos covardes como o que ele praticou. A desculpa não serviu para Lindomar.

Seu julgamento foi acompanhado de perto por organizações feministas, que pressionaram para que se fizesse justiça. Sentença proferida, ele permaneceu preso até 1988, quando ganhou liberdade condicional por bom comportamento. Antes disso, já gozava de algumas regalias. Transferido para Goiânia, onde tem parentes importantes, ele ficava por longos períodos fora da prisão, sob pretexto de estar realizando serviços comunitários.

Ao sair da cadeia, Lindomar tentou retomar a carreira. No começo dos anos 90, fez alguns shows. Em todos eles, enfrentou vaias sonoríssimas de mulheres na platéia. "Em uma das vezes, durante um espetáculo beneficente, os assobios eram tantos que ele desistiu de cantar", lembra Sérgio Reis, um dos poucos amigos que não se afastaram de Lindomar. Enxotado dos palcos, o artista foi cuidar das três fazendas que possui em sua cidade natal, Santa Helena de Goiás. Agora, aos 61 anos, ele tem uma grande oportunidade. Vai lançar um CD ao vivo em abril pela multinacional Sony. A gravadora, que já ressuscitou Reginaldo Rossi, aposta no apelo de clássicos castilhianos, como Você É Doida Demais e Eu Vou Rifar Meu Coração. Em seu auge, nos anos 70, Lindomar chegou a vender 500.000 cópias de um único LP, um número assombroso para o mercado da época. "Já paguei minha dívida com a sociedade", diz o cantor. "Quero começar uma outra vida."

Lindomar se diz um novo homem. Trocou o cavanhaque por um rabo-de-cavalo. Parou de beber e de fumar. Não fala sobre o crime que o marcou indelevelmente – prefere chamá-lo de "o acidente" ou "a burrada". Tem até namorada, a funcionária pública Vera Cruz de Castro Lobo, de 49 anos. Não moram juntos. Lindomar vive com um irmão mais velho num confortável apartamento em Goiânia. "Não pretendo mais me casar. Prefiro cada um no seu canto, está bom assim." Ele afirma que está menos machista e cita um episódio para ilustrar o fato. "Uma vez, num dos raros shows que dei, um casal de gays pediu para que eu cantasse Nós Somos Dois Sem-Vergonhas em homenagem a eles. Achei estranho esse público apreciar minha música, mas no fim considerei tudo muito engraçado."

Curso de dança – O ponto mais delicado da reconstrução da vida do cantor é o relacionamento com a filha. Liliane de Grammont Cabral, de 20 anos, tinha 1 ano e 8 meses quando a tragédia aconteceu. Com a mãe morta e o pai na cadeia, foi criada pelos tios Carmen, irmã de Eliane, e Haroldo. Teve assistência psicológica, mas ninguém lhe contava sobre o que realmente tinha acontecido. Soube do assassinato na época do julgamento, por uma prima, aos 5 anos. Na família Grammont, o nome de Lindomar é tabu. "Meus tios evitam falar dele, mas também nunca julgaram em casa a moral de meu pai", diz Liliane, que é bailarina e estuda psicologia. Na adolescência, resolveu, enfim, conhecer Lindomar. Telefonou para ele. O cantor chora quando se lembra desse momento. "Eu esperei dezessete anos para ouvir minha filha me chamar de pai", emociona-se. Estabelecido o contato, o artista patrocinou um curso de dança de seis meses para a moça na prestigiada Juilliard School de Nova York. Só vieram a se encontrar pessoalmente em 1998, quando Liliane apareceu de surpresa na festa de aniversário do pai. Hoje Lindomar paga o seu curso de psicologia numa faculdade paulista. Mesmo assim, os dois não são próximos. Eles raramente se vêem. Liliane atualmente mora com outra tia, a jornalista Helena de Grammont, casada com o comentarista esportivo Juarez Soares. Lindomar não se sente à vontade em telefonar para lá. Quando a saudade aperta, pede para a sua namorada ligar e chamar Liliane. Em seu apartamento, coleciona as lembranças dos melhores momentos de sua vida – discos de ouro, pôsteres, troféus. Num lugar de destaque está a foto da filha.

Para relançar-se, o cantor arrendou as fazendas e abriu um escritório em Goiânia. Não tem secretária nem empresário. Ele próprio atende aos telefonemas e tenta vender os seus shows, a um cachê de 3.000 reais. Está de passagem marcada para Boston e Toronto, onde cantará para os brasileiros e portugueses que emigraram para essas cidades. O CD que sai em abril terá os maiores sucessos de sua época áurea e incluirá uma música composta na cadeia, Muralhas da Solidão. A letra tem versos como Essa dor eu transformo em sorriso/ E meu inferno em paraíso/ Ao plantar na lama e colher uma flor. "Tudo o que posso dizer é que lamento, de verdade, o que aconteceu", diz o artista. Há quase dezesseis anos, Lindomar submeteu-se a júri popular e foi condenado. Agora, espera com ansiedade o veredicto do público – que dirá se ele merece ou não ter sua carreira de volta.



Wikipédia explica Ibiassucê-Ba ou Paula Fernandes na Festa da Padroeira da Cidade.

Os primitivos habitantes da região eram índios Caetés. No século XIX, o território integrava o município de Caculé. Nessas terras desenvolveu-se a fazenda Lagoa do Cisco, propriedade de Anselmo Cruz Prates, Sebastião Figueiredo Cardo e das famílias Lima, proprietária da Casa Grande - primeira edificação do sito e onde celebrava-se as missas inicialmente-, e Gonçalves de Aguiar. Logo surgiram as primeiras casas e edificou-se a capela de São Sebastião. Formou-se o povoado São Sebastião do Cisco, situada à margem do Rio das Antas ou Jacaré e da Lagoa do Tamboril em fins do século XIX.

A sociedade local baseava-se em economia escravagista, utilizando-se de mão-de-obra forçada para a construção das primeiras edificações, para a produção agrícola e para as tarefas caseiras. Dada a fertilidade de suas terras, foram chegando famílias e o lugarejo transformou-se em povoado. Inicialmente, pertenceu ao município de Caetité a depois, com a emancipação política de Caculé, passou a se integrar àquele município, adquirindo a condição de distrito.

A denominação do vilarejo foi alterada para São Sebastião em 1920, para São Sebastião do Caetité em 1933 e voltando a São Sebastião em 1938, para finalmente ser nomeado Ibiassucê, topônimo definido pelo Decreto Estadual nº 141, de 1943. Contudo, era ainda distrito de Caculé. O povoado evoluia lentamente e a sua população ansiava pela sua emancipação política, que só veio a ocorrer em 18 de julho de 1962, pelo Decreto nº 1.724, do então governador da Bahia coronel Juracy Magalhães, desmembrando a vila do município de Caculé e conseguindo a sua municipalização.

O município teve como primeiro chefe executivo o professor Benedito dos Santos Nascimento que foi inicialmente o responsável pela partida desenvolvimentista da sede, em seus aspectos físicos sócio-culturais.


Obs.: É nessa quarta-feira, dia 19 de Janeiro, o super show com Paula Fernandes na cidade de Ibiassucê, em comemoração à padroeira da cidade.
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