domingo, 31 de outubro de 2010

Aula do Dia: Sexo [parte 4], José Ângelo Gaiarsa

Trecho: Cânticos dos Cânticos, Salomão.

Quão belos são os teus pés
nas sandálias que trazes, ó filha de príncipe!
As colunas das tuas pernas são como anéis
trabalhados por mãos de artista.


O teu umbigo é uma taça arredondada, que nunca está desprovida de vinho.
O teu ventre é como um monte de trigo
cercado de lírios.
Os teus dois seios são como dois filhinhos gêmeos duma gazela.
O teu pescoço é como uma torre de marfim. Os teus olhos são como as piscinas de Hesebon,
que estão situadas junto da porta de Bat-Rabim.
O teu nariz é como a torre do Líbano, que olha para Damasco.


A tua cabeça levanta-se como o monte Carmelo;
os cabelos da tua cabeça são como a púrpura
um rei ficou preso às suas madeixas.
Quão formosa e encantadora és, meu amor, minhas delícias!


A tua figura é semelhante a uma palmeira. Eu disse. Subirei à palmeira,
e colherei os seus frutos.
Os teus seios serão, para mim, como cachos de uvas,
e o perfume da tua boca como o das maçãs.

Soneto da posse, Ildásio Tavares.

Amar é possuir. Não mais que o gozo
quero. Não sei porque desejas tanto
escravizar-me; escravizar-te. Quanto
menos me tens, mais me terás. Gostoso


é ser-me livre, alegre, escandaloso –
o peito aberto pra cantar meu canto;
os olhos claros pra ver todo encanto;
as mãos aladas, pássaros sem pouso.


Abre-me o corpo, vem dá-me o teu vale,
e a esconsa flor que ocultas hesitante,
pois o que falo o falo sem que fale


em tom de amor. Quero vaivem, espasmo -
um corpo a corpo num só corpo palpitante,
dois no galope até o sol de um só orgasmo.

Sabor do Pecado, Piero Valmart.

Tens um odor encantado,
Meu objeto adorado,
Colibri dos dias meus...
Se me beijas como à flor,
Eu me entrego com ardor
Ao sabor dos lábios teus.


Nosso caso, apimentado,
Com tempero de pecado,
Transborda em excitação.
No vai-vem dos nossos laços,
No roçar de nossos braços,
Explode esta relação.


O momento mais bonito
É quando vibro e grito
De tanta satisfação...
Nada embota este prazer
Que é a ti pertencer,
Corpo, alma e coração...


A Indecência pode ser saudável, D.H. Lawrence.

A indecência pode ser normal, saudável;
na verdade, um pouco de indecência é necessário em toda vida
para a manter normal, saudável.

E um pouco de putaria pode ser normal, saudável.
Na verdade, um pouco de putaria é necessário em toda vida
para a manter normal, saudável.

Mesmo a sodomia pode ser normal, saudável,
desde que haja troca de sentimento verdadeiro.

Mas se alguma delas for para o cérebro, aí se torna perniciosa:
a indecência no cérebro se torna obscena, viciosa,
a putaria no cérebro se torna sifilítica
e a sodomia no cérebro se torna uma missão,
tudo, vício, missão, insanamente mórbido.

Do mesmo modo, a castidade na hora própria é normal e bonita.
Mas a castidade no cérebro é vício, perversão.
E a rígida supressão de toda e qualquer indecência, putaria e relações assim
leva direto a furiosa insanidade.
E a quinta geração de puritanos, se não for obscenamente depravada,
é idiota. Por isso, você tem de escolher.




terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Inutensílio do Leminski.

A ditadura da utilidade

A burguesia criou um universo em que todo gesto tem que ser útil. Tudo tem que ter um para quê, desde que os mercadores, com a Revolução Mercantil, Francesa e Industrial, substituíram no poder aquela nobreza cultivadora de inúteis heráldicas, pompas não rentáveis e ostentosas cerimônias intransitivas. Parecia coisa de índio. Ou de negro. O pragmatismo de empresários, vendedores e compradores, mete preço em cima de tudo. Porque tudo tem que dar lucro. Há trezentos anos pelo menos, a ditadura da utilidade é unha e carne com o lucrocentrismo de toda essa nossa civilização. E o princípio da utilidade corrompe todos os setores da vida, nos fazendo crer que a própria vida tem que dar lucro. Vida é o dom dos deuses, para ser saboreada intensamente até que a Bomba de Neutrons ou o vazamento da usina nuclear nos separe deste pedaço de carne pulsante, único bem de que temos certeza.

Além da utilidade

O amor. A amizade. O convívio. O júbilo do gol. A festa. A embriaguez. A poesia. A rebeldia. Os estados de graça. A possessão diabólica. A plenitude da carne. O orgasmo. Estas coisas não precisam de justificação nem de justificativa.

Todos sabemos que elas são a própria finalidade da vida. As únicas coisas grandes e boas que, pode nos dar esta passagem pela crosta deste terceiro planeta depois do Sol (alguém conhece coisa além? Cartas à redação). Fazemos coisas úteis para ter acesso a estes bens absolutos e finais.. A luta dos trabalhadores por melhores condições de vida é, no fundo, luta pelo acesso a esses bens, brilhando além dos horizontes estreitos do útil, do prático e do lucro.

Coisas inúteis (ou in-úteis) são a própria finalidade da vida.

Vivemos num mundo contra a vida. A verdadeira vida, que é feita de júbilo, liberdade e fulgor animal.Cem mil anos-luz além da utilidade, que a mística imigrante do trabalho cultiva em nós, flores perversas no jardim do diabo, nome que damos a todas as forças que nos afastam da nossa felicidade, enquanto eu ou enquanto tribo.

A poesia é o princípio do prazer no uso da linguagem. E os poderes deste mundo não suportam o prazer. A sociedade industrial centrada no trabalho servo-mecânico, dos EUA à URSS, compra por salário o potencial erótico das pessoas, em troca de performances produtivas, numericamente calculáveis.

A função da poesia é a função do prazer na vida humana.

Quem quer que a poesia sirva para alguma coisa não ama a poesia. Ama outra coisa. Afinal a arte só tem alcance prático em suas manifestações inferiores, na diluição da informação original. Os que exigem conteúdo querem que a poesia produza um lucro ideológico.O lucro da poesia quando verdadeira é o surgimento de novos objetos no mundo. Objetos que signifiquem a capacidade da gente de produzir mundos novos. Uma capacidade in-útil. Além da utilidade.

Existe uma política na poesia que não se confunde com a política que vai na cabeça dos políticos. Uma política mais complexa, mais rarefeita, uma luz política ultravioleta ou infravermelha. Uma política profunda, que é crítica da própria política, enquanto modo limitado de ver a própria vida.
O indispensável in-útil

As pessoas sem imaginação estão sempre querendo que a arte sirva para alguma coisa. Servir. Prestar. O serviço militar. Dar lucro. Não enxergam que a arte (a poesia é arte) é a única chance que o homem tem de vivenciar a experiência da liberdade, além da necessidade. As utopias, afinal de contas, são, sobretudo, obras de arte. E obras de arte são rebeldias.A rebeldia é um bem absoluto. Sua manifestação na linguagem chamamos poesia, inestimável inutensílio.As várias prosas do cotidiano e do(s) sistema(s) tentam domar a megera.

Mas ela sempre volta a incomodar.

Com o radical incômodo de uma coisa in-útil num mundo onde tudo tem que dar lucro e ter um por quê.

Pra que por quê?

Apenas ouça: Etienne Mbappe.

O Olhar é Linguagem.

O poder de um olhar

Mais do que pela linguagem, é pelo olhar que a empatia se manifesta no ser humano. Graças aos avanços dos estudos das imagens do cérebro, sabe-se hoje que o contato do olhar ativa a amígdala (região do cérebro onde se processam algumas sensações) e todo o sistema de emoções. “A troca de olhar é a forma mais fundamental de compreensão e aceitação do outro”, nota Alain Berthoz, diretor do Laboratório de Fisiologia da Percepção e da Ação, do Collège de France.

Segundo ele, na troca do olhar encontramos três componentes da empatia: 1) eu te olho; 2) você me olha, mas eu devo compreender o que esse olhar, experimentado por nós e dirigido para mim, significa; e 3) nasce da troca do olhar um elo que não pertence nem mais a mim nem a você, mas ocorre entre nós. “Isto é, de repente percebo esse elo que nos liga no mundo como se sobrevoasse a cena. Eu nos percebo juntos como um objeto no mundo”, diz ele, explicando que essa empatia é a qualidade que garante as relações em que há a liberdade para escolher pontos de vista próprios.

Simpatia é outra coisa

É preciso, antes de tudo, não confundir empatia com simpatia, assinala o francês Gérard Jorland, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisas Sociais e um dos organizadores da obra. Designa-se por empatia a capacidade de se colocar no lugar do outro para tentar compreender seus sentimentos sem necessariamente experimentar as mesmas emoções. A simpatia, ao contrário, consiste em experimentar as emoções do outro sem necessariamente se colocar no lugar dele. A simpatia é um contágio de emoções, sendo o riso em cadeia um exemplo típico. Da mesma maneira que podemos chorar ao ver alguém chorar, porém sem saber o motivo. A empatia pode alimentar a simpatia, mas esta não é uma conseqüência necessária, acrescenta Élisabeth Pacherie, filósofa do Instituto Jean-Nicod. Compreender o sofrimento ou a alegria que ele sente, se colocando no lugar do outro, não implica o desejo de ajudá-lo. “O objeto da empatia é a compreensão, e o objeto da simpatia é o bem-estar do outro. (...) Em resumo, a empatia é um modo de conhecimento e a simpatia um modo de encontro com o outro”, define o psicólogo americano Lauren Wispe.

Perceber x entender

A empatia não é só um instrumento de conhecimento da outra pessoa mas também do mundo e de nós mesmos, diz Elisabeth Pacherie. A filósofa elaborou um esquema de “anatomia da emoção”. Imagine, por exemplo, Simone brava com Jacques por ter sabido que ele quebrou a peça mais preciosa de sua coleção de vasos chineses. Trata-se de uma reação a uma situação. Mas, enquanto Simone não souber que seu vaso foi quebrado, ela não tem motivo para estar brava e, enquanto não souber que o autor foi Jacques, também não terá por que estar chateada com ele. Mais ainda, pode ser também que o vaso nem tenha sido quebrado, e que o marido de Simone tenha mentido para ela de brincadeira.

Em certos casos, não é nem mesmo necessário que as situações que provoquem emoções sejam verdadeiras. “A ficção, às vezes, nos emociona mais do que a realidade”, diz a filósofa. A reação de Simone depende ainda de sua avaliação da situação, de seus interesses, motivações, valores, objetivos e desejos. Jérôme, o filho de Simone, que pouco se importa com a coleção de vasos chineses da mãe, poderia, por exemplo, ter recebido a notícia com completa indiferença. Esse é um exemplo para mostrar que os graus da empatia podem ser variados. Perceber que uma pessoa está triste não significa entender a razão do sentimento e menos o porquê da tristeza. Para Gérard Jorland, vivemos numa sociedade egocêntrica, em que cada um é muito preocupado consigo mesmo. O mundo virtual da internet e dos videogames, se mal utilizado, pode desviar para a falta de troca nas relações. “É um universo fechado, no qual cada um contempla sua imagem, em que se projeta o que se quer em personagens criados”, nota.



Por não estarem distraídos, Clarice Lispector.



Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Por dentro do LSD.


O LSD, também chamado de ácido, pills, cones ou trips é uma droga com acção alucinogénia ou psicadélica. A dietilamida do ácido lisérgico é sintetizada clandestinamente a partir da cravagem de um fungo do centeio (Claviceps purpúrea).

Pode apresentar a forma de barras, cápsulas, tiras de gelatina, micropontos ou folhas de papel secante (como selos ou autocolantes), sendo que uma dose média é de 50 a 75 microgramas. É consumido por via oral, absorção sub-lingual, injectada ou inalada.

Esta substância age sobre os sistemas neurotransmissores seratononérgicos e dopaminérgicos.
Para além disso, inibe a actividade dos neurónios do rafe (importantes a nível visual e sensorial).
Não são conhecidas utilizações terapêuticas desta substância.

Origem

O LSD (ácido lisérgico dietilamida) foi sintetizado por Albert Hoffman em 1937, mas só em 1953 é que foram descobertos os seus efeitos alucinogéneos. Este químico alemão estava a trabalhar num laboratório suíço na síntese dos derivados do ácido lisérgico, uma substância que impede o sangramento excessivo após o parto. A descoberta dos efeitos do LSD verificou-se quando Hoffman ingeriu, de forma não intencional, um pouco desta substância e se viu obrigado a interromper o seu trabalho devido aos sintomas alucinatórios que estava a sentir.

Inicialmente, foi utilizado como recurso psicoterapêutico e para tratamento de alcoolismo e disfunções sexuais. Com o movimento hippie começa a ser utilizado de forma recreativa e provoca grande agitação nos Estados Unidos. O consumo do LSD difunde-se nos meios universitários norte-americanos, grupos de música pop, ambientes literários, etc. Lucy in the Sky with Diamonds, uma das mais conhecidas músicas dos Beatles, é uma alusão ao LSD.

Recentemente verificou-se um ligeiro aumento do consumo de LSD, provavelmente como resultado da influência do revivalismo dos anos 70.

Efeitos

Os efeitos variam consoante a personalidade do sujeito, o contexto (ambiente) e a qualidade do produto, podendo ser agradáveis ou muito desagradáveis. O LSD pode provocar ilusões, alucinações (auditivas e visuais), grande sensibilidade sensorial (cores mais brilhantes, percepção de sons imperceptíveis), sinestesias, experiências místicas, flashbacks, paranóia, alteração da noção temporal e espacial, confusão, pensamento desordenado, baforadas delirantes podendo conduzir a actos auto-agressivos (suicídio) e hetero-agressivos, despersonalização, perda do controlo emocional, sentimento de bem-estar, experiências de êxtase, euforia alternada com angústia, pânico, ansiedade, depressão, dificuldade de concentração, perturbações da memória, psicose por “má viagem”. Poderão ainda ocorrer náuseas, dilatação das pupilas, aumento da pressão arterial e do ritmo cardíaco, debilidade corporal, sonolência, aumento da temperatura corporal.

Estes efeitos duram entre 8 a 12 horas e aparecem cerca de 30/40 minutos após o consumo.

Riscos

Não existem provas das consequências físicas do consumo de LSD; apenas se conhecem as relacionadas com problemas psicológicos, como a depressão, ansiedade, psicose, etc.
O consumo do LSD poderá provocar a alteração total da percepção da realidade.
O flashback ou revivescência é o principal perigo do consumo. Nestas situações, o indivíduo volta a experimentar a vivência tida com a droga, sem que para tal tenha de a consumir de novo. Estes flashbacks podem ocorrer semanas após a ingestão da substância.
Em mulheres grávidas pode induzir a contracção das fibras do músculo uterino.
Há riscos de sobredosagem dada a percentagem muito variável de pureza do produto. É desaconselhável o consumo não acompanhado/isolado devido a riscos de distracção perceptiva.
Quando misturado com produtos do tipo anfetaminas torna-se mais perigoso.
Não consumir em caso de problemas de saúde mental, depressão ou crises de ansiedade.

Tolerância e Dependência

Parece existir tolerância, no entanto os estudos divergem. A tolerância desaparece rapidamente após alguns dias de abstinência. Pode criar dependência psicológica mas não cria dependência física.



Trecho: A Casa dos Budas Ditosos, João Ubaldo Ribeiro.

“Eu era louca por meu irmão, ensandecida, fanática, quem falava qualquer coisa dele virava meu inimigo. Ele era lindo, parecia comigo, só que mais bonito ainda, era grande como eu, tinha os mesmos lábios, os mesmos olhos verdes, um bigode indizível, desses que descem pelas comissuras quase como o dos mongóis do cinema, só que mais cheio e menos comprido, era a pessoa mais carinhosa que se possa conceber, tinha um canto de olho enrugadinho como eu nunca vi em ninguém, a voz só um tantinho rouca, mas forte, os pés enérgicos, suaves, doces, violentos, tinha as mãos mais sexy que alguém pode ter, tinha uma bunda esplendorosa, não há palavra para descrever aquela mistura realmente inefável de masculinidade e feminilidade, aquele jeito de deitar de bruços com as pernas dobradas, aquele sorriso entre maroto e tímido e no fundo resoluto, uns dentes como nunca houve dentes, esporrava mais longe e fartamente do que jamais algum homem esporrou, tinha um pau lindíssimo, delicado e ao mesmo tempo afirmativo e mais duro do que a consciência da Alemanha, tinha uma inteligência acachapante, umas virilhas de cheiro inebriante, os cabelos mais macios do planeta, uns grunhidozinhos impossíveis de imitar, umas caras tão lindas na hora de trepar — e olhe que já vi as mudanças de cara na hora de trepar mais espetaculares, como é bela a mudança de cara na hora de trepar, é o conhecimento absoluto –, tinha orgasmos pelos peitos igual a mim, orgasmos completos, tinha um ofegar inimitável na hora de gozar, tinha a melhor trilha sonora de que já participei, tinha um umbigo irrepreensível, entre pêlos mais macios que barriga de ovelha, tinha o melhor nariz que já entrou pelas minhas pernas acima, um cangote irresistível, tinha um saco que dava imediata vontade de beijar e lamber e que me fazia gozar quando esfregava a cara nele, tinha um jeito de bater punheta para gozar na minha boca só na última hora que até agora me deixa endoidecida, tinha uma maneira de me penetrar por trás que eu nunca esqueço, oferecendo lindo seu pau ereto para que eu chupasse e molhasse e depois metendo tudo dentro de mim, eu de quatro e ele amassando meus peitos e me xingando e fazendo questão de puxar o pau para meter de novo devagar até o fundo e mordendo meu pescoço e me puxando pelos quadris e eu abrindo a bunda com as mãos para ele me meter ainda mais fundo, ele tinha tudo, tudo, tudo, ele me comeu de todas as formas que ele quis, e eu também comi ele, eu adoro meu irmão, nunca mais a vida foi a mesma coisa, ele estava sempre, ele era sempre, eu nunca podia ficar só porque ele existia, ele era minha referência e meu parceiro básico, meu macho e minha fêmea, ele me deixava molhada todas as vezes em que me tocava, ele anunciava que ia gozar em mim como um césar em triunfo, me elogiava antes, durante e depois, o pau dele pulsava em minha boca antes de ele gozar, todas as minhas entradas palpitavam antes de ele meter, eu subia para o céu quando ele levantava meu traseiro e me transfigurava numa potranca sendo enrabada pelo puro-sangue seu irmão, o único que sonhe ser tudo, macho, puto, fêmea, descarado, sádico, masoquista, mentiroso, verdadeiro, lindo, feio, disposto, preguiçoso, lindo, lindo, lindo, lindo, meu irmão Rodolfo.”

Perfil do Orkut: Iuri [C.d.A]



relacionamento: solteiro(a)

idiomas que falo: Karelian

quem sou eu:
SÓ PRA COMEÇAR!!!
http://www.youtube.com/watch?v=MSAx-fYL7m0 src='http://www.youtube-nocookie.com/v/?fs=1&hl=pt_BR&autoplay=1' type='application/x-shockwave-flash' allowscriptaccess='always' allowfullscreen='true' width='480' height='385'>.
Deixar que os fatos sejam fatos naturalmente, sem que sejam forjados para acontecer. Deixar que os olhos vejam os pequenos detalhes lentamente. Deixar que os coisas que lhe circundam estejam sempre inértes, como móveis inofensivos, para servir quando for preciso e nunca lhe causar danos, sejam eles morais, físicos ou psicológicos!!!Baixe o "Nosso", Ep da Chá de Abu. http://palcomp3.com/chadeabu/[conteúdo removido]

etnia: Ilhas do Oceano Pacífico

religião: Cao Dai

visão política: libertário ao extremo

humor: seco/sarcástico, rude

estilo: alternativo, minimalista

fumo: não

bebo: regularmente

moro: com outra(s) pessoa(s)

cidade natal: Jacobala

página web:http://www.myspace.com/iurismo

música:

Rage Against The Machine
Rammstein
System of a down
Nação Zumbi
Matanza
Velhas virgens
White stripes
Zefirina Bomba
Johnny Cash...

cozinhas: Comida!

cidade: Tombstonecity

estado: South America Hell

código postal/CEP: 666

país:
Camboja


Reconheça: Dom Um Romão [1925-2005]

Dom Um nasceu no dia três de agosto de 1925, na cidade do Rio de Janeiro. Seu pai era baterista e o influenciou tanto na música africana quanto da brasileira. Dom Um Romão é um estilista original da percussão, sempre utilizando os instrumentos para poder evocar os sons de natureza.

Dom Um Romão se tornou um profissional nos final de 40, tocando bateria em orquestras de dança e acabou sendo contratado pela orquestra da Rádio Tupi. Ele formou no Beco Garrafas em 1955, o Copa Trio (que tinha o pianista Toninho e o baixista Manuel Gusmão). No mesmo período, ele foi contratado pela boate Vogue.

Em 1958, ele participou do marco inicial da bossa, o álbum de Elizeth Cardoso, “Canção do Amor Demais”. Em 1961, Romão tocou com Sérgio Mendes no Sexteto Bossa Rio, no Festival Sul-americano de Jazz (no Uruguai). Em 1962, com o Bossa Rio, participou do Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, em New York. Com Cannonball Aderley, ele gravou o álbum “Cannonball’s Bossa Nova” (Riverside).
Com o Copa Trio participou de “O Fino da Bossa” no Teatro Paramount (1964), sendo a primeira vez que bossa nova foi lançada na cidade de São Paulo. O seu primeiro álbum, “Dom Um”, foi gravado no mesmo ano. Com pianista Dom Salvador e o baixista Miguel Gusmão surgiu a nova formação do Copa Trio, que acompanhou vários cantores na boate Bottle’s, no Beco Garrafas, inclusive o Quarteto em Cy. O trio ao se unir a Jorge Ben, acabaram formando o Copa 4.

Em 1965, ele participou do primeiro álbum de Flora Purim (então sua esposa), “Flora é MPB”(RCA). No mesmo ano, ele foi convidado por Norman Granz para se mudar para os EUA, onde gravou com Stan Getz e Astrud Gilberto, seguindo depois para a Europa. Sendo muito requisitado, Dom Um gravou muitos álbuns, inclusive com Tom Jobim. Romão se juntou ao Brasil 66 de Sérgio Mendes para gravar “Fool on the Hill”(A&M) e para excursionar ao Brasil (1966). Ele participou da gravação do álbum “Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim” no ano seguinte. Deixando o grupo de Sérgio Mendes, ele gravou entre outros, com Tony Bennett (The Movie Song Álbum). Já em 1971, Romão substituiu o Airto Moreira no Weather Report.

Em 1973, ele gravou seu primeiro álbum de solo no EUA, “I Sing the Body Electric”, e na seqüência, “Spirit of the Times”. No mesmo ano, ele viajou com Blood, Sweat and Tears. “Hotmosphere” seu terceiro álbum,foi gravado em 1976. Dono do estúdio Black Beans em Nova Jersey, Dom Um acabou se mudando para a Suíça no início dos anos oitenta.

Na Suiça ele formou o Dom Um Romão Quintet, que participou no exterior de vários shows, inclusive abrindo as apresentações de muitos artistas importantes, como Tony Bennett e Blood, Sweat and Tears. Em 1993 gravou “Saudades” e em 1998, o cd “Rhythm Traveller” foi gravado no Brasil.


Aula do Dia: Sexo [parte 3], José Ângelo Gaiarsa.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Ato de Esperar.



“A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.” [Aurélio Agostinho]


"Deixe suas esperanças, e não seus ferimentos, moldarem seu futuro." [Robert H. Schuller]


"Se queres ser feliz amanhã, tenta hoje mesmo." [Liang Tzu]


"Não sobrecarregues os teus dias com preocupações desnecessárias, a fim de que não percas a oportunidade de viver com alegria." [André Luiz]


“Se você não se atrasar demais, posso te esperar por toda a minha vida.” [Oscar Wilde]


A questão do aborto, Antonio Cicero.

Se não me engano, algum tempo atrás Lula previu que, nas eleições deste ano, todos os candidatos à Presidência seriam de esquerda. De fato, os três mais votados candidatos do primeiro turno, logo, os dois do segundo, são considerados de esquerda.

Serão mesmo? Pensaria o contrário quem, sem nada saber dos candidatos, visse as fotos diárias que a imprensa publica de cada um deles a assistir à missa; ou suas confraternizações com pastores e políticos evangélicos; ou lesse suas declarações de fé; ou as promessas de obediência que fazem a líderes religiosos; ou suas renegações da proposta da descriminalização do aborto...

Dois dias atrás, afirmando que uma eleição é o pior momento para debater qualquer questão que seja, Contardo Calligaris postergou uma discussão sobre o aborto. Acho que ele estava certo. Contudo, tendo lido inúmeros ataques à tese de que o aborto deve ser descriminalizado, mas nenhum argumento a favor dela, resolvi lembrar alguns.

E, para mim, os argumentos mais decisivos são os do filósofo francês Francis Kaplan no seu livro "O Embrião É um Ser Vivo?", por ele resumidos em entrevista que a Folha publicou em abril de 2008.

Segundo Kaplan, deve-se distinguir entre "estar vivo" e "ser um ser vivo". Um ser vivo não é apenas um ser que tem funções (pois várias partes do ser vivo têm funções), mas um ser que tem todas as funções necessárias para estar vivo. Assim é um ser humano, por exemplo. Já o olho do ser humano, na medida em que lhe faculta enxergar, está vivo, mas não é um ser vivo. O olho está vivo somente na medida em que faz parte do ser vivo que é o ser humano.

Assim também o embrião está vivo somente enquanto parte de outro ser vivo, que é a sua mãe. Por si mesmo, "as funções vitais de que ele precisa para estar vivo são as da mãe. É graças à função digestiva da mãe que ele recebe o alimento, que pode usar somente por lhe chegar previamente digerido pela mãe; é graças à função glicogênica do fígado da mãe que ele recebe a glicose; é graças à função respiratória da mãe que os glóbulos vermelhos de seu sangue recebem o oxigênio; é graças à função excretória da mãe que ele expulsa materiais prejudiciais, dejetos que, de outro modo, o envenenariam".

E mais: "Não é o embrião que se desenvolve: é a mãe que, por meio da produção da serotonina periférica no sangue, determina, durante mais da metade da gestação, o desenvolvimento neurobiológico e a viabilidade futura do organismo que carrega".

Kaplan explica, ademais, que, pelo menos até o terceiro mês da concepção, o feto não tem atividade cerebral. Acontece que, como ele observa, "um homem sem atividade cerebral é considerado clinicamente morto". Ora, “o prazo de três meses é o prazo dentro do qual a maioria das mulheres que querem abortar aborta, mesmo quando podem fazê-lo legalmente mais tarde”. Vê-se assim que não tem o menor sentido comparar o aborto com o assassinato de uma criança, como alguns religiosos costumam fazer. E que pensar então da tese de que a vida da mãe não vale mais que a do feto?

Diga-se a verdade: quem se opõe à descriminalização do aborto defende não a vida, como alega, mas sim uma crença religiosa segundo a qual nem o prazer sexual pode ser um fim em si mesmo nem o ser humano é dono de si próprio ou do seu corpo.

Ora, cada qual tem o direito à crença religiosa que bem entender, mas o Estado, que deve ser laico, não pode adotar nenhuma delas em particular.

Nenhuma mulher recorre ao aborto por prazer, mas em consequência de sofrimento, e para evitar ainda maior sofrimento para si, para sua família e para a criança que nasceria.

É uma grande crueldade que o Estado penalize essas mulheres e, principalmente, as mulheres pobres que, sem recursos, são obrigadas a praticar o aborto nas piores condições imagináveis.


Aula do dia: Sexo [parte 2], José Ângelo Gaiarsa.

Notícias do México, por Maíra Castanheiro.



ea jah!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ea galera!!!!!!!!!!!!!!! rpz resolvi escrever-lhes um email coletivo...porém escrevo na primeira pessoa, como se eu tivesse dizendo para cada um as minha impressões de la ciudad de los aztecas! rsrsrs estoy pensado em portunhol...

oi!!!!! hola!!!!!!!!!

buenos dias, por aqui sao 12:35, estou ouvindo raul seixas, "esperando a morte chegar".....

desculpe a demora por noticias, mas estava mto ocupada matando as saudades com nuno.srsrs
a viagem foi cansativa, porem tranquila e belissima. vi a amazonia, o caribe, tudo mto lindo.
estou encantadissima com a cidade do mexico, aqui eh realmente mto lindo e indescretivel. vc pode ver claramente a cidade dos aztecas, eh mto lindo mesmo, estou amando demais.



Fonte: http://valeriareis.blogspot.com


a comida eh mto gostosa, sempre com pimenta, claro.
as pessoas, mesmo no metro ou no centro, sempre te cumprimentam, mesmo apressados. o povo mexicano me parece muito amavel.

hj fiz minha inscrição no curso de espanhol e cultura mexicana aqui da unam. alem de espanhol, pude escolher duas disciplinas e escolhi Arte popular mexicana e arte pré-hispanica.

com isso já estou com o dia todo ocupada, de manha e pela tarde, acabaram meus dias de ocio!
sorte q nossa casa eh de verdade mto perto da unam, vizinha.

me assusta a quantidade de gente q tem aqui. em qualquer lugar em qualquer hora tudo é sempre lotado, mto mais q ai em sampa e isso me assuta um pouco, confesso, me sinto uma matuta do interior. rsrsrs

os mexicanos sao bem indigenas, com os traços indigenas bem marcados, em geral sao baixos com corpos largos. as roupas sao mto coloridas, com mto bordados, eu acho mto lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

bom aqui há caveiras por todos os lados, em tudo! em mercados, lojas, nas casas, nas ruas....o povo aqui ama as caveiras!!!!!! tem caveiras de tudo qnt é tipo, porém não são caveiras assustadoras, são hilárias. hehehe está perto do dias dos mortes e a caveira é o grande símbolo, estou mto curiosa para ver essa festa, que pára o país!

bom, sigo encantada aqui na cidade mais antiga das américas, admirada por tanta beleza e engordando com tanta comida boa....ah, a massa aqui é mto boa!!!!!!!!!!!!!!

um bjao!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! besos y quesos, tudo de bom pra vc.


Sentimental, Carlos Drummond de Andrade.

Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
e debruçados na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.


Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente
para acabar teu nome!


- Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!


Eu estava sonhando...


E há em todas as consciências um cartaz amarelo:
"Neste país é proibido sonhar."


La Sagesse diz: Jesus Cristo Nunca Existiu!



Os pesquisadores que se dedicaram ao estudo das origens do cristianismo sabem que, desde o Século II de nossa era, tem sido posta em dúvida a existência de Cristo. Muitos até mesmo entre os cristãos procuram provas históricas e materiais para fundamentar sua crença. Infelizmente, para eles e sua fé, tal fundamento jamais foi conseguido, porquanto, a história cientificamente elaborada denota que a existência de Jesus é real apenas nos escritos e testemunhas daqueles que tiveram interesse religioso e material em prová-la.

Desse modo, a existência, a vida e a obra de Jesus carecem de provas indiscutíveis. Nem mesmo os Evangelhos constituem documento irretorquível. As bibliotecas e museus guardam escritos e documentos de autores que teriam sido contemporâneos de Jesus, os quais não fazem qualquer referência ao mesmo. Por outro lado, a ciência histórica tem-se recusado a dar crédito aos documentos oferecidos pela Igreja, com intenção de provar-lhe a existência física. Ocorre que tais documentos, originariamente, não mencionavam sequer o nome de Jesus; todavia, foram falsificados, rasurados e adulterados visando suprir a ausência de documentação verdadeira.

Por outro lado, muito do que foi escrito para provar a inexistência de Jesus Cristo foi destruído pela Igreja, defensivamente. Assim é que, por falta de documentos verdadeiros e indiscutíveis, a existência de Jesus tem sido posta em dúvida desde os primeiros séculos desta era, apesar de ter a Igreja tentado destruir a tudo e a todos os que tiveram coragem ousaram contestar os seus pontos de vista, os seus dogmas.

Por tudo isso é que o Papa Pio XII, em 955, falando para um Congresso Internacional de História em Roma, disse: “Para os cristãos, o problema da existência de Jesus Cristo concerne à fé, e não à história”.

Emílio Bossi, em seu livro intitulado “Jesus Cristo Nunca Existiu”, compara Jesus Cristo a Sócrates, que igualmente nada deixou escrito. No entanto, faz ver que Sócrates só ensinou o que é natural e racional, ao passo que Jesus ter-se-ia apenas preocupado com o sobrenatural. Sócrates teve como discípulos pessoas naturais, de existência comprovada, cujos escritos, produção cultural e filosófica passaram à história como Platão, Xenófanes, Euclides, Esquino, Fédon. Enquanto isso, Jesus teria por discípulos alguns homens analfabetos como ele próprio tê-lo-ia sido, os quais apenas repetiriam os velhos conceitos e preconceitos talmúdicos.

Sócrates, que viveu 5 séculos antes de Cristo e nada escreveu, jamais teve sua existência posta em dúvida. Jesus Cristo, que teria vivido tanto tempo depois, mesmo nada tendo escrito, poderia apesar disso ter deixado provas de sua existência. Todavia, nada tem sido encontrado que mereça fé. Seus discípulos nada escreveram. Os historiadores não lhe fizeram qualquer alusão.

Além disso, sabemos que, desde o Século II, os judeus ortodoxos e muitos homens cultos começaram a contestar a veracidade de existência de tal ser, sob qualquer aspecto, humano ou divino. Estavam, assim, os homens divididos em duas posições: a dos que, afirmando a realidade de sua existência, divindade e propósitos de salvação, perseguiam e matavam impiedosamente aos partidários da posição contrária, ou seja, àqueles cultos e audaciosos que tiveram a coragem de contestá-los.

O imenso poder do Vaticano tornou a libertação do homem da tutela religiosa difícil e lenta. O liberalismo que surgiu nos últimos séculos contribuiu para que homens cultos e desejosos de esclarecer a verdade tentassem, com bastante êxito, mostrar a mistificação que tem sido a base de todas as religiões, inclusive do cristianismo. Surgiram também alguns escritos elucidativos, que por sorte haviam escapado à caça e à queima em praça pública. Fatos e descobertas desta natureza contribuíram decisivamente para que o mundo de hoje tenha uma concepção científica e prática de tudo que o rodeia, bem como de si próprio, de sua vida, direitos e obrigações.

A sociedade atualmente pode estabelecer os seus padrões de vida e moral, e os seus membros podem observá-los e respeitá-los por si mesmos, pelo respeito ao próximo e não pelo temor que lhes incute a religião. Contudo, é lamentavelmente certo que muitos ainda se conservam subjugados pelo espírito de religiosidade, presos a tabus caducos e inaceitáveis.

Jesus Cristo foi apenas uma entidade ideal, criada para fazer cumprir as escrituras, visando dar sequência ao judaísmo em face da diáspora, destruição do templo e de Jerusalém. Teria sido um arranjo feito em defesa do judaísmo que então morria, surgindo uma nova crença. Ultimamente, têm-se evidenciado as adulterações e falsificações documentárias praticadas pela Igreja, com o intuito de provar a existência real de Cristo. Modernos métodos como, por exemplo, o método comparativo de Hegel, a grafotécnica e muitos outros, denunciaram a má fé dos que implantaram o cristianismo sobre falsas bases com uma doutrina tomada por empréstimos de outros mais vivos e inteligentes do que eles, assim como denunciaram os meios fraudulentos de que se valeram para provar a existência do inexistente.

É de se supor que, após a fuga da Ásia Central, com o tempo os judeus foram abandonando o velho espírito semita, para irem-se adaptando às crenças religiosas dos diversos povos que já viviam na Ásia Menor. Após haverem passado por longo período de cativeiro no Egito, e, posteriormente, por duas vezes na Babilônia, não estranhamos que tenham introduzido no seu judaísmo primitivo as bases das crenças dos povos com os quais conviveram. Sendo um dos povos mais atrasados de então, e na qualidade de cativos, por onde passaram, salvo exceções, sua convivência e ligações seria sempre com a gente inculta, primária e humilde. Assim é que, em vez de aprenderem ciências como astronomia, matemática, sua impressionante legislação, aprenderam as superstições do homem inculto e vulgar.

Quando cativos na Babilônia, os sacerdotes judeus que constituíram a nata, o escol do seu meio social, nas horas vagas, iriam copiando o folclore e tudo o que achassem de mais interessante em matéria de costumes e crenças religiosas, do que resultaria mais tarde compendiarem tudo em um só livro, o qual recebeu o nome de Talmud, o livro do saber, do conhecimento, da aprendizagem. Por uma série de circunstâncias, o judeu foi deixando, aos poucos, a atividade de pastor, agricultor e mesmo de artífice, passando a dedicar-se ao comércio.

A atividade comercial do judeu teve início quando levados cativos para a Babilônia, por Nabucodonosor, e intensificou-se com o decorrer do tempo, e ainda mais com a perseguição que lhe moveria o próprio cristianismo, a partir do século IV. Daí em diante, a preocupação principal do povo judeu foi extinguir de seu meio o analfabetismo, visando com isso o êxito de seus negócios. Deve-se a este fato ter sido o judeu o primeiro povo no meio do qual não haveria nenhum analfabeto. Destarte, chegando a Roma e a Alexandria, encontrariam ali apenas a prática de uma religião de tradição oral, portanto, terreno propício para a introdução de novas superstições religiosas. Dessa conjuntura é que nasceu o cristianismo, o máximo de mistificação religiosa de que se mostrou capaz a mente humana.

O judeu da diáspora conseguiu o seu objetivo. Com sua grande habilidade, em pouco tempo o cristianismo caiu no gosto popular, penetrando na casa do escravo e de seu senhor, invadindo inclusive os palácios imperiais. Crestus, o Messias dos essênios, pelo qual parece terem optado os judeus para a criação do cristianismo, daria origem ao nome de Cristo, cristão e cristianismo. Os essênios haviam-se estabelecido numa instituição comunal, em que os bens pessoais eram repartidos igualmente para todos e as necessidades de cada um tornavam-se responsabilidade de todos.

Tal ideal de vida conquistaria, como realmente aconteceu, ao escravo, a plebe, enfim, a gente humilde. Daí, a expansão do cristianismo que, nada tendo de concreto, positivo e provável, assumiu as proporções de que todos temos conhecimento. Não tendo ficado restrita à classe inculta e pobre, como seria de se pensar, começou a ganhar adeptos entre os aristocratas e bem-nascidos.

De tudo o que dissemos, depreende-se que o cristianismo foi uma religião criada pelos judeus, antes de tudo como meio de sobrevivência e enriquecimento. Tudo foi feito e organizado de modo a que o homem se tornasse um instrumento dócil e fácil de manejar, pelas mãos hábeis daqueles aos quais aproveita a religião como fonte de rendimentos.

Métodos modernos como, por exemplo, o método comparativo de Hegel, a grafotécnica, o uso dos isótopos radioativos e radiocarbônicos, denunciaram a má fé daqueles que implantaram o cristianismo, falsificando escritos e documentos na vã tentativa de provar o que lhe era proveitoso. Por meios escusos tais como os citados, a Igreja tornou-se a potência financeira em que hoje se constitui. Finalmente, desde o momento em que surgiu a religião, com ela veio o sacerdote que é uma constante em todos os cultos, ainda que recebam nomes diversos. A figura do sacerdote encarregado do culto divino tem tido sempre a preocupação primordial de atemorizar o espírito dos povos, apresentando-lhes um Deus onipotente, onipresente e, sobretudo, vingativo, que a uns premia com o paraíso e a outros castiga com o inferno de fogo eterno, conforme sejam boas ou más suas ações.

No cristianismo, encontraremos sempre o sacerdote afirmando ter o homem uma alma imortal, a qual responderá após a morte do corpo, diante de Deus, pelas ações praticadas em vida. Como se tudo não bastasse, o paraíso, o purgatório dos católicos e o inferno, há ainda que considerar a admissão do pecado original, segundo o qual todos os homens ao nascer, trazem-no consigo.

Ora, ninguém jamais foi consultado a respeito de seu desejo ou não de nascer. Assim sendo, como atribuir culpa de qualquer natureza a quem não teve a oportunidade de manifestar vontade própria. Quanta injustiça! Condenar inocentes por antecipação. O próprio Deus e o próprio Cristo revoltar-se-iam por certo ante tão injusta legislação, se os próprios existissem.

sábado, 16 de outubro de 2010

Química, pele, cheiro.



Karl Grammer e Elizabeth Oberzaucher estão coordenando as pesquisas sobre como os “aromas humanos” influenciam a atração sexual. Eles descobriram que, quando uma mulher está ovulando, ela produz copulina, uma substância que exala um odor que atrairia homens.

Os pesquisadores acreditam que, quando um homem inala copulina, seu nível de testosterona aumenta. Como “efeito colateral” seus poros secretam androsterona – uma substância cujo cheiro repele mulheres que não estão ovulando.

Como Oprah Winfrey declarou em seu programa, “bares e clubes noturnos ao redor do mundo são campos de batalha dessa guerra bioquímica”.

A terapeuta sexual Laura Berman afirma que a atração tem muito mais a ver com a evolução e com a ciência do que as pessoas pensam. De acordo com ela, somos capazes de, conscientemente, discernir mais de 10 mil aromas diferentes. Mas, inconscientemente, percebemos muito mais cheiros.

Esses odores fazem com que os homens saibam quando uma mulher está em seu período fértil e fazem as mulheres saberem os níveis de testosterona dos homens. Como resultado, as pessoas sabem qual é o período certo para a procriação, mesmo que inconscientemente. “A maior questão é a sobrevivência da espécie” declara Berman.

Um dos comentários que Berman mais ouve de suas pacientes é a de que elas amam seus namorados, mas eles não as amam. Ela lembra que há uma diferença entre amor e química. A dica dela para perceber a química é dar uma “fungada” no rapaz quando ele saiu do banho, mas está sem colônia ou perfume. Se esse cheiro a excitar, é a química funcionando.

Outro fator inesperado que foi recentemente descoberto é que mulheres que tomam anticoncepcionais são mais atraídas por homens com problemas de fertilidade. O nível de infidelidade entre esses casais também é maior.

Mais uma das surpresas foi que o tom de voz também influi na atração sexual. De acordo com Gordon Gallup, professor da Universidade Estadual de Nova York, em Albany, quando as mulheres estão em período fértil, suas vozes são consideradas mais atraentes pelos homens.
A ovulação também pode tornar as mulheres mais bonitas. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Aberdeen, na Escócia, homens acharam determinadas mulheres mais atraentes quanto elas estavam ovulando.

Pequenina reflexão amorosa.

Há aproximadamente 30 anos um filme causou tanto impacto que foi proibido em vários países: Le Bonheur (A felicidade), da francesa Agnès Varda. Conta a história de um casal feliz, com dois filhos pequenos, que costumava passar os domingos num belo parque.

Numa viagem de trabalho a uma cidade próxima, o marido conhece uma moça, por quem logo se apaixona. Começam um intenso relacionamento amoroso, entretanto, isso em nada afeta o casamento. Ele continua amando e desejando sua esposa, com a única diferença de se sentir mais pleno, com mais alegria de viver. Acostumado que estava a compartilhar com ela todos os aspectos da sua vida, num daqueles dias no parque, enquanto as crianças brincavam distantes e eles, abraçados, descansavam na relva, ele resolve contar o que está acontecendo.

Relatando com toda a sinceridade os fatos, afirma à sua atenta ouvinte que em nada ela foi prejudicada, pelo contrário, é como se numa macieira mais uma maçã tivesse nascido. Percebe estar podendo amá-la ainda mais, já que se sente mais feliz. Como de costume, fazem sexo e dormem. Na cena seguinte ouvem-se gritos vindos do lago. Ao acordar e não ver sua mulher ao lado, corre à procura dela. Chega a tempo de ver seu corpo sendo retirado. Naquele momento, procurando reconstituir em pensamento o que poderia ter ocorrido, imagina ela se afogando e, desesperada, tentando se agarrar a troncos de árvores para se salvar. Era tão verdadeiro o seu amor, que em momento algum passa pela sua cabeça o que de fato tinha acontecido: ela não suportou saber que ele amava outra mulher e se suicidara.

Na cena final ele e sua nova esposa, a antiga amante, passeiam alegres de mãos dadas, no mesmo parque com os filhos dele. Os moralistas não se conformaram. Afinal, para eles a transgressão de amar duas pessoas ao mesmo tempo merecia algum tipo de punição. Mas nada de mal acontece com o personagem e sua ausência total de culpa pela morte da mulher foi considerada inadmissível, tendo chocado muita gente.

O que poucos perceberam é que não havia mesmo motivos para culpa. O sofrimento vivido pela mulher, e que a levou a uma atitude tão desesperada, é que foi absurdo. O que estava ela perdendo? Absolutamente nada. Ao fazer com que todos acreditem ser impossível amar duas pessoas ao mesmo tempo, o modelo de amor imposto na nossa cultura torna inquestionável a conclusão: “se ele ama outra é porque não me ama”.

Contudo, não há dúvida de que podemos amar várias pessoas ao mesmo tempo. Não só filhos, irmãos e amigos, mas também aqueles com quem mantemos relacionamentos afetivo-sexuais. E podemos amar com a mesma intensidade, do mesmo jeito ou diferente. Acontece o tempo todo, mas ninguém gosta de admitir. A questão é que nos cobramos a rapidamente fazer uma opção, descartar uma pessoa em benefício da outra, embora essa atitude costume vir acompanhada de muitas dúvidas e conflitos.

Mas afinal, por que se tem tanto medo de amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo? O terapeuta José Ângelo Gaiarsa afirma que “somos por tradição sagrada tão miseráveis de sentimentos amorosos que havendo um já nos sentimos mais do que milionários, e renunciamos com demasiada facilidade a qualquer outro prêmio lotérico (do amor)”. E essa mesquinharia afetiva se desenvolveu a partir da crença de que somente através da relação amorosa estável com uma única pessoa é que vamos nos sentir completos e livres da sensação de desamparo. Não é à toa que exigimos que o outro seja tudo para nós e nos esforçamos para ser tudo para ele. Mesmo à custa do empobrecimento da nossa própria vida.


Aula do Dia: Sexo, com José Ângelo Gaiarsa [parte 1]

sábado, 9 de outubro de 2010

O Destino de Miguel está no Cu!



Alguns estudiosos afirmam que há cinco mil anos a prática do sexo anal era natural na Mesopotâmia, inclusive fazia parte dos cultos religiosos dos Assírios. Registros mostram, também, que na Antiguidade, alguns casais usavam o sexo anal como método anticoncepcional. Na Roma antiga, na noite de núpcias, os homens se abstinham de tirar a virgindade da noiva em consideração à sua timidez, entretanto, praticavam sexo anal com ela.

Na Grécia Antiga não existia os termos 'homossexual' e 'heterossexual', bem como não havia um identidade sexual como há hoje. Um homem poderia ter relações sexuais com homens e mulheres, tudo dependia da beleza.
Os jovens masculinos despertavam mais desejos nos homens mais velhos, pois a virilidade e o rigor do corpo jovem eram qualidades que iriam defini-lo mais tarde, ao tornar-se homem, como um excelente guerreiro.
E os jovens viam nos mais velhos o conhecimento, a experiência, e a partir daí existia o ato sexual, no qual o mais sábio, ensinava, dominava o mais jovem, sendo então este o passivo. A passividade era ridicularizada, mas somente por denotar inexperiência, e por acreditarem também que mostrava que o indivíduo era intelectualmente inferior ao ativo, o dominador do ato, aquele que sodomizava. Apesar do coito anal existir aqui, os gregos também praticavam a cópula intercrustal, traduzida para o termo 'entre-coxas', em que o 'ativo' colocava o pênis entre as coxas do 'passivo', próximo aos seus testículos, não havendo penetração anal.
Outra prática comum entre os homens era a masturbação mútua. Porém, em algumas civilizações o coito anal era considerado crime. Na França, antes da revolução, essa prática era passível de condenação à morte na guilhotina e na Inglaterra, no século 17, era considerada crime contra a natureza, com penas de morte e prisão perpétua. Para o Cristianismo, e outras religiões, a sodomia era pecado grave, devendo ser pago com a vida. A Inquisição Católica, em vários países, levou muitos homens às forcas e fogueiras por este crime religioso, conhecido como a 'sodomia perfeita' (cópula anal homossexual com ejaculação interna), sendo este o único 'crime' que chegava a tal ponto, os demais crimes religiosos geravam castigos ou torturas, a prática do sexo anal heterossexual também era considerado crime religioso, mas acarretava castigos ou torturas.
Alguns documentos mostram, também, que a relação anal era comum na África, tanto com mulheres e homens, e que alguns negros escravizados foram escolhidos por colonizadores com intuito sexual anal. Os senhores que fossem denunciados, descobertos, em tal prática era julgado, chegando a ser condenado a morte ou não, dependia do tribunal católico e seus interesses. Na Rússia, muitos homens também foram presos por terem cometido o crime da sodomia.

A anatomia da região anal mostra no ânus dois esfíncteres musculares em forma de anel que circundam o canal anal e que funcionam de forma independente, onde o esfíncter externo é voluntário - você tem controle dele - e o interno é involuntário - você não tem controle de sua contração, por isso é importante existir um preliminar antes da penetração.

Médicos afirmam que o ânus é rico em terminações nervosas e que é possível sim sentir prazer no coito anal, e que o psíquico contribui muito para o orgasmo através do ato também.

Nos homens, a canal anal conta com a próstata para intensificar o prazer. Que é conhecido também como Ponto G Masculino.

Profetas e Oráculos, Paulo Ghiraldelli Jr.

Oráculos lidam com a verdade de um modo diferente daquele dos profetas. Profecia é uma coisa, a verdade do oráculo é outra. Os profetas explicitam uma verdade que será apontada. Ao ouvinte, cabe não interpretação, mas reconhecimento da verdade quando ela acontecer. Pode-se anunciar a vinda de um salvador e, então, aguardar o momento de reconhecer ou não o salvador quando ele surgir. O oráculo não produz algo para ser reconhecido, mas interpretado. Ele diz uma verdade que permite interpretação e, mais que isso, alteração pelos que ficam sabendo da verdade, que podem então tentar controlar o destino.

Os que escutam o profeta sabem que o que ele disse ocorrerá. As disputas se dão na forma do reconhecimento. Uns podem reconhecer em um determinado evento ou pessoa o que foi profetizado e outros podem não reconhecer e, então, fazem nascer a disputa sobre a profecia. É isso que difere cristãos de judeus. A profecia sobre a vinda de um Messias é a questão. Cristãos apontam Jesus. Judeus não reconhecem Jesus como o Messias.

Os que acompanham o Oráculo sabem que o que ele disse precisa ser interpretado corretamente. Tratando-se de uma desgraça, eles tentarão evitar, mas se for algo bom buscarão tirar de cena os empecilhos. Todavia, a fala oracular, por mais simples que seja, pode ser um tipo de xarada que implica na interpretação correta. Em geral, nas histórias de oráculos, o que é dito ocorre, mas de um modo que não se esperava. Aliás, nunca se sabe se realmente ocorre, pois depois de determinado desfecho, pode-se interpretar o que ocorreu como sendo aquilo que aconteceu o real aviso oracular. É isso que se passa com Sócrates.

Sócrates escuta o recado do Oráculo dizendo que ele é sábio e, então, parte para refutá-lo, procurando outros mais sábios do que ele. Ao final, ele interpreta que aquilo que o oráculo queria dizer não era o que ele concluiu inicialmente. Inicialmente ele interpreta que ele não sabia, mas, ao menos, sabia que não sabia, enquanto que os outros acreditavam saber muitas coisas que não sabiam. Mas, já bem mais velho, Sócrates diz que a interpretação correta era a de ter filosofado como filosofou, fazendo a cidade inteira se questionar e, assim, sendo a Mosca de Atenas, ter trabalhado no sentido de conter o orgulho excessivo dos cidadãos. Ele interpreta, ao final da vida, que era isso que o Oráculo de Delfos queria dele. Assim, o que o oráculo disse se realizou, foi uma verdade, mas não do modo que Sócrates inicialmente pensou. O oráculo firmou a verdade de Sócrates como o mais sábio ao final, quando ele viu que suas perguntas não tinham resposta, mas que ser sábio não era respondê-las e, sim, fazer as indagações. Por isso, para Sócrates, ao final da vida, a frase com a qual ele fica é “uma vida não examinada não vale a pena ser vivida”. Quem pensa assim, então, é sábio.

A verdade da profecia coloca o povo que dela participa, ouvindo o profeta, na arte de um trabalho intelectual que é o reconhecimento. A verdade oracular coloca os que dela participam na arte da interpretação, um trabalho que, não raro, antes fabrica a verdade – posta na interpretação final – que a descobre. Nos dois casos, o trabalho não é exclusivamente cognitivo. A verdade do profeta é encontrada por reconhecimento, mas como reconhecer algo que nunca foi visto antes? Há uma margem de erro, portanto, nessa atividade. A verdade do oráculo é interpretada, mas não em uma atividade hermenêutica, e sim por meio da própria prática de lidar com o que o oráculo falou, ou seja, tentando refutá-lo ou então tentando evitar que ocorra ou tentando fazer com que ocorra.

No limite, a verdade da profecia é uma verdade encontrada e a verdade do oráculo é uma verdade fabricada. Ultrapassada a fase de profecias e oráculos, quando se instaura a filosofia, todo o passado retorna então crivado pela razão. Instaura-se a discussão sobre se a verdade é descoberta ou fabricada. Mas, nesse caso, sobre outras bases. Começa-se a usar a lógica, o discurso consistente. Termina a proto-história da verdade. Inicia-se a história da verdade.


Lennon rindo, Paulo Leminski [trecho]


A Spaniard In The Works, publicado em 1965, estranhas miscelâneas de textos de natureza vária,flash-contos, esboços de peças, poemasnonsense, acompanhados de desenhos, todos marcados por extrema criatividade de linguagem, conduzida ao absurdo por um humor sarcástico e cínico.

Quando os escreveu, John estava à frente de uma banda inglesa derock, os Quarrymen, agora The Beatles, trocadilho que ele inventou, montandobeetles, “besouros”, em inglês, combeat, “batida de percussão”, e, certamente, beat generation, beatniks.

Nesse momento, Lennon recebia, direta e pessoalmente, o impacto da criatividade de Bob Dylan, músico, escritor e desenhista como ele.

Com Dylan, um judeu novayorquino muito mais sofisticado intelectualmente que ele, John aprendeu isso e as coisas, “ouvindo Dylan, descobri que letra de música não precisa ser papo furado”, confessou o beatle que, no princípio, assinava letras que diziam apenas “I Want To Hold Your Hand” ou “She Loves You”.

Estava a caminho, e no bom caminho, o poeta que ia fazer, a seguir, a maior parte das letras e versos dos LPs Rubber Soul, Revolver, Abbey Road, e, sobretudo de Sergeant Pepper’s Lonely Hearts Club Band. E, daí, partiria para o vôo solitário de Imagine, Mind Games, até o maravilhoso e fatídico Double Fantasy.

Lennon foi figura de proa numa geração que produziu, entre os músicos populares, algumas de suas melhores cabeças (Dylan, Zappa, Jim Morrison, Bob Marley; no Brasil, Caetano Veloso, Gilberto Gil; e no mundo?), músicos e ao mesmo tempo, pensadores da coisa da cultura, ligados ao sentido das transformações, artistas abertos a outras artes, agitadores culturais, bons de som, de poesia e de conceito.


Os dois livros dobeatle ocupam lugar especial no quadro da criação textual da segunda metade do século XX. Pela linguagem, seus textos remetem a James Joyce, o mais radical dos prosadores do século, o Joyce das inovações de Ulysses e das montagens de palavras do Finnegans Wake. Assim que saíram, os livros de Lennon foram traduzidos para várias línguas. E consta até que, na Finlândia, traduziu-os o próprio tradutor finlândes de Ulysses.

O “walrus”, porém, declarou que, quando os escreveu, não conhecia Joyce. Sua fonte maior de influência era o Lewis Carrol, da Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho, influência fundamental sobre Joyce.

A ser verdade essa declaração, Lennon saiu da mesma fonte do pai do Wake.

Daquele bizarro professor de matemática que gostava de fotografar menininhas, tinha o estranho hábito de acasalar palavras em híbridos que chamou de portmanteau words, palavras-valise, palavras-montagem. E escrevia como se fosse o senhor de todas as lógicas.

O humor da linguagem, traço muito inglês de Lennon e o grande obstáculo para o tradutor, depende de alguns recursos- chave. Principalmente, o estranhamento do lugar-comum através da alteração da expressão idiomática. Mas também através do bizarro e do inesperado na lógica ficcional.

Além disso, John é muito chegado numa de alterar, a seu babel prazer, a grafia das palavras, criança que estivesse brincando de grudar uma letra, ou tirar, ou trocar as letras das palavras. Este efeito, no humor televisivo brasileiro, é a especialidade de Renato Aragão, o maior palhaço brasileiro vivo, exímio em arrancar as gargalhadas que se dá diante da informação nova, com uma alteração arbitrária do modo de dizer as palavras, graça fonética do Didi dos Trapalhões.
Como amostra de estranhamento do lugar-comum, valha o próprio título dos dois livros de Lennon. No primeiro, Lennon On His Own Write, acontece a superposição de duas expressões: “in his own right”, no seu direito, e “in his own writting”, com seu próprio punho, montagem que procurei traduzir para “Lennon Com Sua Própria Letra”. No segundo, o jogo é ainda mais complexo: A Spaniard In The Works, “Um Espanhol Nas Obras”, é, na realidade, uma corruptela da expressão idiomática “a spanner in the works”, ao pé da letra, “uma chave-de-fenda nos mecanismos”, mas que designa uma dificuldade súbita, um obstáculo que não estava nos planos. Alguma coisa que tem que ver com as origens da palavra francesasabotage. Em francês, sabot é “tamanco”. E sabotar, na origem, é “jogar um tamanco para danificar o mecanismo de uma máquina”. Tanto a expressão inglesa “a spanner in the works”, quanto a sabotagem francesa pertencem ao mundo da Revolução Industrial, e trazem conotações de luta de classes, “ludditas”, entre operários, os patrões e suas máquinas.

“A spanner in the works”: (botar) Formiga no Pudim (de alguém), uma mosca na sopa, por essa você não esperava, uma pedra no caminho?

Alice Ruiz, por fim, me tirou do impasse, propondo o imbatível (unbeatable!) Um Atrapalho no Trabalho.

O específico do discurso de Lennon parece ser uma subversão sistemática dos códigos de registro da escritura, bem dentro do juvenil espírito de quebra-quebra que caracterizou os anos 60.

John não escreve errado: ele, moleque, escreve “erros”. E subverte a grafia dos vocábulos, introduzindo neles ruídos arbitrários, grafitti, deformando agestal t ortográfica das palavras deixando subsentidos se infiltrarem pelos interstícios das frases. Uma escrita “fria”, nos termos de MacLuhan, uma escrita porosa, como a TV, que convida à participação.

Em Um Atrapalho no Trabalho, prosa-pop, prosa da era da TV, do VT clips, VTVTTVTVTVVTTT & tc, arte de arte, obe atle faz gato e sapato das receitas de todos os gêneros, excomunga os lugares-comuns. E, trapalhão, atrapalha todo o andamento do trabalho: uma gota da baba de Dadá, no comportamento textual do “Working Class Hero”.

Nenhuma fórmula verbal escapa da verve cínica e sarcástica daquele que escandalizou o mundo ao dizer, “somos mais populares que Jesus Cristo”.

O conto. A anedota. O poema. A estória da carochinha. De detetive. A peça de teatro. A carta do leitor. A entrevista. O anúncio. A frase de TV. A notícia de jornal. A canção de ninar. Um Atrapalho é caleidoscópio de todas as formas verbais imagináveis, erodidas e erotizadas como paródia.

Mas o humor do “Nowhere Man” não é um bom humor.

É a graça que nasce do azedume (não há sexo na prosa de Lennon).

Em suas fulminantes anedotas, sempre tendentes a estados caógenos, crepusculares, na fronteira entre o inteligível e o ininteligível (“Dividido Davi”, “Os Famosos Cinco Através das Ruínas de E agora”, “Linda Linda Cremilda”, “Mr. Boris Norris”, “Elerico e Eurique”), o desfecho é sempre trágico ou melancólico, com toques às vezes sádicos e mórbidos, teratológicos.

O beatle máximo era, hoje sabemos, um “maior abandonado”, aquela pessoa profundamente insegura, poço de angústias, atingida no coração e na cabeça pela súbita idolatria mundial em escala nunca vista.

Guia dos Curiosos responde: Desenhos Animados.


No desenho Bobby Pai e Bobby Filho, o que aconteceu com a Bobby Mãe?

A "Bobby mãe" nunca apareceu no desenho. "Às vezes, determinados personagens não interessam para o autor; então, ele simplesmente os ignora", explica o colecionador Marcelo Alencar. Segundo ele, é muito comum criadores de desenhos animados e histórias em quadrinhos utilizarem tal recurso. Ele lembra, por exemplo, que nos quadrinhos do Pato Donald, houve apenas uma participação da mãe dos seus sobrinhos. Quanto ao pai, nunca foi citado. Da mesma forma, nas histórias do Bobby Pai e Bobby Filho, o personagem mãe, aos olhos do autor, não deve interferir na trama.

Quem são os pais do Hughinho, Zezinho e Luizinho, os sobrinhos do Pato Donald?

No começo, a Disney dizia que todos os seus personagens eram filhos do "Papai Walt Disney". Na verdade, Pato Donald tem uma irmã gêmea chamada Dumbella (Della, nos Estados Unidos), que foi citada uma única vez numa história em quadrinhos, nos anos 1940. Ela deixa os três filhos com Donald junto a um bilhete. Só sua assinatura aparece. Na década de 1980, a Disney publicou a árvore genealógica de toda a população de Patópolis. Dumbella está lá, mas seu marido não aparece. No lugar do desenho do pai de Huguinho, Zezinho e Luizinho, foi publicada a figura de um passarinho. A Disney nunca revelou quem ele é.


Se os Flinstones viviam no período Neolítico, por que eles comemoravam o Natal?

O Natal dos Flinstones é mais uma daquelas deliciosas contradições que tornam os desenhos animados tão especiais. Vale lembrar que Fred, Barney e companhia andam de carro, jogam boliche, batem cartão de ponto e freqüentam restaurantes - nada disso existia no Neolítico -, tudo adaptado a uma Idade da Pedra tão absurda quanto a nossa realidade atual. O que nos faz aceitar tudo aquilo é justamente a verossimilhança que o mundo de Bedrock guarda com o mundo de hoje.

Como surgiu o desenho animado?

O inventor da animação de filmes foi o belga Joseph Plateau. Em 1832, ele criou o fenacistoscópio, um disco com figuras dispostas em torno do centro que parecem se movimentar quando o mecanismo é girado. Esse mecanismo, usado ainda hoje, apresentava uma rápida seqüência de desenhos em diferentes estágios, criando a ilusão de um único desenho em movimento.

O que significa a palavra "acme" que aparece nos desenhos do Pernalonga?

O termo vem do grego akme, que significa topo, cume ou ponto mais alto. Não é uma expressão usual na língua inglesa. Em português quer dizer algo como "pimpão" ou "brejeiro". A expressão causa um estranhamento e, por isso, tem um toque de humor.

Quem é a mãe de Pateta Júnior, o filho do Pateta?

Pateta já foi casado com a sra. Pateta. Ela apareceu pela primeira vez - e bem rapidamente - no curta-metragem Pais também são pessoas. A principal função de Pateta Júnior foi permitir a seu pai explodir de orgulho à medida que Pateta não conseguia se comportar para atender às mínimas expectativas. O garoto sabia que o pai não era um gênio pensante, mas não permitia que ele percebesse isso.

Por que Brutus não come espinafre para vencer o Popeye?

Em alguns desenhos, Brutus comeu espinafre e, de fato, ganhou muita força. Mas o vilão perdia as batalhas, pois acabava desferindo golpes que se viravam contra ele mesmo. Em a situação tenha se repetido em algumas histórias, ela não teve continuidade.

Como se faz um desenho animado?

Tudo começa com um storyboard. Essa "história em quadrinhos" é um roteiro cena a cena do que será o desenho animado. Serve de base para compôr a narrativa. Para prepará-la, é utilizada uma mesa de luz. Trata-se de uma caixa de madeira com uma luz fluorescente, uma placa de vidro ou acrílico branco e dois pinos de metal. O desenhista prende nos pinos a folha em branco que usará para trabalhar. Quando termina de rascunhar o personagem na posição inicial, coloca uma nova folha sobre ela e faz a cena seguinte. Ele consegue acompanhar a seqüência de movimentos porque, ao ligar a lâmpada da mesa, a luz incide sobre a placa de vidro e torna as páginas mais transparentes. Como estão uma sobre a outra, é possível ver as modificações feitas de um desenho para o outro. Depois de pronta, toda a seqüência de imagens é passada para o computador. Um programa as exibe com intervalos bem curtos de tempo, o que dá a impressão de movimento. Para fazer uma animação de 1 segundo, são necessários 12 desenhos. Ou seja, 60 segundos de ação exigem a preparação de 720 cenas.
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