terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ouça Quincy Jones!

Em entrevista à revista americana US Magazine, o lendário produtor musical Quincy Jones, 77 anos, falou sobre sua visão da música atual, com os desafios trazidos pela pirataria e pelo download ilegal de músicas em MP3. Jones, que está lançando um disco com versões de suas músicas feitas por astros da atualidade como Amy Winehouse, Ludacris, Akon e Mary J. Blidge, criticou o disco de músicas inéditas de Michael Jackson e o megalomaníaco rapper Kanye West, mas elogiou Lady Gaga.

O entrevistador disse que nesta década Kanye West é o produtor com que todos querem trabalhar, como Jones era no passado. "Como, cara? Nem pensar. Ele compôs para orquestra sinfônica? Ele compõe para uma orquestra de jazz? Dá um tempo, cara. Ele é apenas um rapper. Não há comparação. Eu não estou diminuindo ele ou fazendo um julgamento, mas nós viemos de dois lados diferentes do planeta. Eu demorei 28 anos para aprender minha técnica. Eu não faço rap. Não é a mesma coisa", respondeu o produtor. Ele disse ainda que não pensa muito sobre West. "Ele é um bom rapper, mas há muitos bons. O Ludacris é um dos meus favoritos".

Sobre Lady Gaga, Jones disse: "ela é ótima. Me interpretaram mal em outra entrevista e disseram que eu não escuto tudo, se referindo a ela. Claro que eu não escuto tudo, cara. Cada um tem seu estilo, mas isso é o show business. Gaga é como Madonna Jr. Muitas pessoas seguem a Madonna. Eu não, mas não critico aqueles que seguem. Não há certo ou errado. É o que você gosta ou não. Sou contra categorias."

O produtor disse que ainda não teve chance de ouvir com atenção as faixas do disco póstumo de Michael Jackson. "Alguém me ligou e me perguntou se era o Michael cantando, e eu disse que parece o Michael. Mas tem tantos outros vocais que eu ainda não consegui mergulhar fundo para poder identificar. Mas eu acho que de modo algum isso deveria ser lançado. Tudo devia ter ficado no cofre. Parece que todo mundo está tentando lançar qualquer coisa que tenha ele. É só para ganhar dinheiro. Ele não ia querer que isso saísse desta forma. Ele não ia querer nada que ele não tenha dado o toque final. Mas esta é uma época louca. Estamos vendo a decadência da indústria musical. Eu estou nesse ramo há 60 anos, e nunca vi nada assim."



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