sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Considerações da Professora Rosângela Epifanio a respeito do Beijo.

A química do beijo e da atração sexual vem sendo estudada há décadas e, em alguns aspectos, ainda é repleta de mistérios.

Beijo de amigo, beijo selinho, beijo comportado, beijo romântico, beijo sensual, beijo de lado, beijo roda-gigante, beijo aspirador de pó, beijo roubado, beijo devolvido, beijo com pressa, beijo sem pressa, beijo tântrico ... Quantos tipos de beijo você conhece? Provavelmente todos. A diferente “nomenclatura” depende apenas da sua geração, da cultura de seu país e de querer, enfim, dar “nome aos bois”.

Por exemplo, os romanos classificavam ou nomeavam os beijos em apenas três tipos: o basium, trocado entre conhecidos; o osculum, dado apenas em amigos íntimos; e o suavium, que era o beijo dos amantes.

No encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), realizado de 12 a 16 de fevereiro de 2009, um dos simpósios foi dedicado à “Ciência do Beijo” e, entre outros assuntos, foram discutidos a química do beijo e de prováveis feromônios de atração sexual humana.

A antropóloga Helen Fischer da Universidade de Rutgers em Nova Jérsei (EUA) conta que, assim como os chipanzés, 90 % das sociedades humanas praticam o beijo e acredita-se que o ato de beijar oferece uma vantagem evolutiva.

Segundo matéria de Chip Walter para a revista Scientific American de Janeiro de 2008 (Affairs of the Lips: Why We Kiss), o beijo desencadeia uma cascata de eventos químicos que transmitem sensações táteis, estímulos sexuais, sentimento de proximidade, motivação e euforia.

Para Fischer, o homem prefere os beijos molhados e com a língua em ação, permitindo a transferência de maior quantidade de testosterona à mulher. Testosterona, todos já sabem, aumenta a libido - consequentemente melhora o humor - feminina. O “beijo de língua” também permitiria que os homens percebam, inconscientemente, se a mulher está em sua fase menstrual

Mas se é no “beijo molhado” que substâncias químicas são trocadas através da saliva, para os casais essa troca pode significar o fim do relacionamento ou o início de uma relação duradoura, até que o último beijo (ou a falta de) os separe.

Experiências, no mínimo interessantes, vêm sendo conduzidas por Wendy L. Hill e seus colaboradores no Centro de Saúde do Estudante do Lafayette College e foram descritas por Tina H. Saey em sua matéria para a Science News de 13 de fevereiro de 2009 (“Kissing Chemistry”).

Segundo a Profa. Hill, ainda não foi comprovado, ao menos cientificamente, que passar no teste do primeiro beijo significa passar no teste químico. Seu grupo fez uma experiência com 15 casais heterossexuais (com diferentes tempos de relacionamento) em que a saliva e o sangue de cada voluntário foram analisados antes e depois do “experimento”. Nas amostras de saliva mediu-se o cortisol (hormônio do estresse) e no sangue os níveis de oxitocina, peptídeo neurotransmissor, também conhecido pela internet como o hormônio do amor.


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