Foi responsabilidade dos Rolling Stones a introdução da rebeldia como parte definitiva e importante da imagem das bandas de rock. Desde o início foram a antítese do rock bem comportado dos contemporâneos Beatles, deixando o amor juvenil em segundo plano e pregando abertamente o sexo como diversão ao invés de apenas sugerir isso a exemplo de astros americanos como Chuck Berry e Jerry Lee Lewis.
GAIARSA, O DESCOMPREENDIDO: "A sexualidade não é muito diferente de antes. A mãe continua não tendo xoxota e as crianças não podem ter xoxota nem pinto. A sexualidade natural de bicho saudável é castrada. Na adolescência, desenvolvemos uma sexualidade social. Tudo o que se aprende é com os similares. Se em casa ninguém tem pinto, na gangue, no grupo de adolescentes, todos só têm pinto. É impensável o desenvolvimento natural da sexualidade num esquema monogâmico, que é feito para baixar as necessidades sexuais. Se eu visse uma menina de 4 anos mexendo na xoxota eu daria uma piscada, um sorriso e diria: "é bom, né?" Talvez fosse chamado de pervertido. Mas não é à toa que todos os palavrões são anti-sexuais. Será que com todos esses palavrões a gente vai fazer bonito na cama? Globalmente, a mulher é mais amarrada do que o macho, porque quando jovem é vigiada pela mãe e, quando adulta, pelas amigas. Se a mulher sair com mais de um, logo é a piranha. E há muito mais masturbação que relações sexuais, além do que somos muito monótonos até nisso, não brincamos com as possibilidades. Uma mão com um pouco de criatividade pode fazer coisas incríveis."
Pescador foragido confessa que matou Luz del Fuego com cumplicidade do irmão
2 de agosto de 1967
Ao contrário do que disse à polícia anteontem, ao ser preso, o pescador Alfredo Teixeira Dias, foragido do Presídio-Geral do Estado do Rio, acabou confessando a autoria do assassinato de Luz del Fuego e do vigia Edgar, com a cumplicidade do irmão, Mozart Gaguinho. A confissão foi feita ontem, na delegacia de Vigilância e Capturas de Niterói.
O pescador, que está preso na Secretaria de Segurança Fluminense, declarou ao delegado Godofredo Ferreira da Silva Filho que ele e o irmão praticaram o crime na noite do último dia 19, entre as Ilhas do Sol e das Capuanas de Baixo. Revelaram que a vingança foi o motivo do assassinato, pois “há tempos Luz del Fuego nos denunciou”.
COMO FOI
Em seu novo depoimento, Alfredo Teixeira Dias revelou que no dia 19, por volta das 18 horas, partiu com o irmão para a Ilha do Sol, onde não puderam desembarcar porque os cães da ex-vedete logo notaram a presença de estranhos. Conseguiram, entretanto, com todo cuidado, cortar a corda que amarrava uma canoa de Luz del Fuego. Levaram-na até a Ilha das Capuanas, já planejando atrair a ex-vedete para uma armadilha.
Mozart Gaguinho gritou então, chamando Luz del Fuego, que logo apareceu, de calça, à beira do cais, com um revólver calibre 38 na mão e perguntando o que “havia”. Gaguinho respondeu que a sua canoa se afastara.
Disse Alfredo que Luz del Fuego não relutou em embarcar na canoa dos dois, a fim de recuperar a dela. Pouco depois, Mozart Gaguinho pediu que Luz del Fuego lhe entregasse a arma. Nesse momento, Alfredo deu uma pancada em sua cabeça, com um cacete. Em seguida, mais dois golpes fatais.
Deixaram o corpo na Ilha das Capuanas de Baixo e voltaram à Ilha do Sol, onde chamaram o vigia Edgar. Pediram que êle trouxesse uma corda e um remo, a fim de que a canoa de sua patroa fosse rebocada. Edgard, segundo disse Alfredo, não veio com os objetos solicitados, mas com uma foice. Hesitou um pouco, mas decidiu entrar no barco de Alfredo e Gaguinho, sentando-se entre os dois.
Ney Matogrosso disse assim: "Eu nunca contei essa história. Dois remadores grandes, dei um flagrante. Eu não conseguia dormir, tava muito calor e saí do alojamento. Era de madrugada. Vi dois homens largos, másculos, viris, não estou falando de veadinho, não. Um sentado e o outro de pé em cima, e abraçados. Quando olhei, vi muito mais do que estava ali, vi outra coisa. Vi que existia entre aqueles dois homens alguma coisa tão extraordinária que ultrapassava o fato de eles estarem abraçados. Existia – eu nunca tinha visto isso – amor. Você não sabe o que foi para mim, entortou a minha cabeça, fiquei desentendido, pensei: “Meu Deus, o que é isso?” Mas o amor existe entre homens e mulheres, homens e homens, mulheres e mulheres, mas existe, é um sentimento comum. Queira ou não queira, não adianta a Igreja, não adianta ninguém estrebuchar, existe. E eu vi isso acontecer, e não era sexo que estava acontecendo, era algo muito mais subversivo que sexo."