"Se existe um inferno para os músicos, lá se encontra sem dúvida Igor Stravinsky". Não se sabe quem disse essa frase, e não importa, já que me parece justa, mas não porque eu acredite que o compositor ou suas obras mereçam o inferno. Em arte, só os que fogem do céu dos justos alcançam a eternidade (relativa à duração da existência desta mundo tal como o conhecemos). Não se pode alcançar um certo nível sem desobedecer as regras, e sabe-se que isso é algo que fazem apenas os revolucionários, os que não se conformam com as normas, os que as rompem, os que querem ir além do permitido. Igor Stravinsky teve verdadeira paixão por desprezar as regras e passou a vida - talvez não a vida toda, mas os anos de juventude e da primeira maturidade - transgredindo-as e até mesmo ofendendo-as. Era um provocador, mas um provocador genial.
(Páginas 8 e 9 do volume 19 da Coleção Folha de Música Clássica. Por Eduardo Rincón.)
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