
De lá para cá, o Zimbo recebeu um sem-número de prêmios, gravou a trilha sonora de diversos filmes, e realizou turnês por todos os continentes. Além de Elis, o grupo tocou também com Elizeth Cardoso, Hector Costita, Sebastião Tapajós, Leila Pinheiro, Leny Andrade, Heraldo do Monte e Lee Konitz, entre outros. O maestro e compositor Cyro Pereira (hoje na Orquestra Jazz Sinfônica) escreveu o Concertino para o Zimbo Trio, onde o trio é acompanhado por orquestra sinfônica. Os integrantes do Zimbo também fundaram (em 1973) e dirigem até hoje uma bem-sucedida escola de música, o Centro Livre de Aprendizagem Musical (CLAM), responsável pela formação de não poucos talentos da música brasileira vocal e instrumental, entre os quais a pianista Eliane Elias.
A música do Zimbo Trio, baseada na bossa nova e na MPB, possui uma forte conotação jazzística, principalmente no que concerne à improvisação e às inter-relações que os três instrumentos estabelecem entre si. O piano de Godoy improvisa com admirável desenvoltura e riqueza harmônica. O contrabaixo de Chaves proporciona uma base harmônica segura, e ocasionalmente se faz eloqüente e cantante, tocado com arco. A bateria de Barsotti fornece uma base rítmica precisa e com acentos às vezes surpreendentes.
Autor de uma extensa discografia (mais de 40 títulos), o grupo influenciou várias gerações de músicos brasileiros. Pode-se dizer que o Zimbo Trio está na origem daquilo que se pode denominar o "jazz brasileiro" moderno (ou, mais precisamente, a música popular brasileira contemporânea instrumental). Discos como Zimbo interpreta Milton Nascimento, de 1986, Zimbo Trio, de 1992, ou Aquarela do Brasil, de 1993 - para citar apenas alguns exemplos - contêm interpretações jazzísticas maiúsculas, que fazem pensar em McCoy Tyner (o pianista de John Coltrane), nos trios de Bill Evans, no Modern Jazz Quartet.
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