quarta-feira, 19 de novembro de 2008

CORPO VELADO: MIRIAM MAKEBA


A intérprete mantém em Johanesburgo, maior cidade da África do Sul e uma das mais violentas do mundo, o Makeba Center for Girls, que dá abrigo a meninas abandonadas nas ruas, vítimas de violência sexual, abusos, drogas e prostituição. Quando comenta sobre seus trabalhos sociais, fica mais claro o porquê de ser chamada de “mãe” pelos africanos: “ As mulheres são os pilares da nação. É preciso cuidar delas. Nós temos uma tendência a dizer: é culpa do governo, é responsabilidade do governo. Quem é o governo? Nos somos o governo. Ao inferno com o governo. Como indivíduos, nós devemos fazer algo, como sociedade civil”. E salienta: “Não sou política. Se a minha verdade se torna política, aleluia”.

Política ela realmente não é. Porém, é difícil não associar sua imagem à luta contra a segregação racial e exploração dos africanos. Makeba passou três décadas exilada por suas posições e declarações contra o apartheid (regime de discriminação mais cruel o qual se tem notícia. Nele, os negros não podiam ser proprietários de terras, não tinham direito de participação na política e eram obrigados a viver em zonas separadas das dos brancos. Vigorou na África do Sul de 1948 até 1990 e em menor escala nos EUA, durante as décadas de 40/50 e 60).

Outra passagem que deixa claro seu ativismo e mostra as conseqüências de suas opiniões foi seu casamento com Stokely Carmichael, líder dos Panteras Negras e criador da expressão “Black Power”. No dia em que Miriam fez o anúncio do noivado, o Sindicato das Estações de Rádio e Televisão dos EUA, deu uma declaração proibindo a apresentação ou a execução de suas músicas na época, em todos os Estados Unidos.


Um comentário:

Anônimo disse...

não sei quem essa mulher

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