Hurtmold, que já tem 15 anos de estrada, nasceu em São Paulo
depois do fim de uma banda chamada Pudding Lane. Os caras acabaram conhecendo
Mário Cappi e Maurício Takara (que é outro destaque pra mais tarde) e começaram
a fazer um som. Conseguiram uma notoriedade em SP circulando duas fitas
cassetes durante 98 e o ano seguinte. Em 2000 sai o primeiro disco deles, Et
Cetera, que é, também, uma paulera sonora. O disco tem traços fortes da
influência de bandas como Sonic Youth e Fugazi, banda com a qual o baterista,
Takara, já teve participações. Mas não espere baixar esse disco e ouvir
dissonâncias e experimentalismos extremistas ao estilo de Thurston Moore e Kim
Gordon, porque o Hurtmold é uma das bandas que tiveram um dos maiores
amadurecimentos musicais.
Cozido é um dos trabalhos do Hurtmold que eu mais ouço. Ele é o marco do nascimento do som característico do grupo paulista, com uma levada menos punk e com experimentações que vibram pro lado de bandas como Tortoise, com toques da instrumentação de bandas do recém nascido post-rock, mas sem abdicar do tom brazuca que existe no som dos caras. É realmente um álbum de transição, passando de pauleras como "Mais Uma Vez Desanimou" para grooves controladíssimos como em "Kampala", que abre o disco. Apesar d'eu ter falado que Hurtmold se trata de uma banda instrumental, algumas músicas, neste e no primeiro disco (e algumas exceções espalhadas por outros álbuns) contem voz. Nesse disco, tudo é cantado em português, mas em outros Guilherme Granado também canta em inglês.
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