O problema de um namoro seguido de casamento é que todos esses encantos se perdem no ritmo do dia-a-dia. No casamento, ainda pode haver continuação do namoro para ambos os sexos, sendo fundamental a manutenção dos elogios verdadeiros, as surpresas, um bom perfume, uma roupa agradável, uma gentileza, uma boa conversa, fatores que ajudam a manter a relação sempre com cara de namoro, afinal esta fase é muito bonita e romântica e não pode ser pulada. Portanto, em algum momento o namoro fará parte da vida dos jovens, mesmo que por pouco tempo. Dentre os muitos preconceitos que compõem o namoro, o mais conhecido é ouvir que não se deve mostrar ao moço interesse demasiado, visto que denota um sentido de excessiva preocupação. Segundo Gaiarsa (1995), isso pode tornar o moço muito exigente.
Da mesma forma, na opinião familiar, a moça deve ser mais reservada, com atitudes discretas e sérias, demonstrando que não está preocupada com a presença do namorado, mesmo querendo estar junto dele. Neste caso, a moça fica presa a uma situação de querer estar junto, mas parecer distante.
O namoro sempre é seguido de atitudes que irão caracterizar a relação, a menina sempre tenta aproximar-se o máximo possível do rapaz, pois está enamorada e cedida pelos encantos masculinos, enquanto que o menino começa a afastar-se de tanto zelo. No íntimo do jovem, é uma obrigação ‘ceder’ aos encantos femininos, assim desenvolvendo a arte da conquista, que nele acaba refletindo na satisfação sexual, na maioria dos casos, não compreendida ou não é conhecida, levando-o a manter-se só. Ainda para Gaiarsa (1995), o sentimento de amor mantido no namoro, uma vez que completa sua função, tende a desaparecer.
O autor acredita que talvez seja verdadeiro, mas que está descrito no modo de agir, nas atitudes e não apenas como sentimento. O amor depois que amadurece a personalidade dos jovens que estão enamorados, funde-se e torna mais branda a relação. Mas o que não impede que ele se ascenda por algumas horas ou, às vezes, por minutos, sendo em muitos casos um sentimento que ainda não se completou, ou a saudade e até mesmo a nostalgia de um amor do passado. Quando se trata do amor vivido no namoro, podemos constatar que todas as características do jovem, como os gestos, ações e opiniões tendem a dissolver-se quando o amor se aprofunda com a relação.
Na época passada, os pais ainda detinham o poder sobre os arranjos matrimoniais, os quais tinham por objetivo a perpetuação das obrigações morais e tradições entre as famílias, o que não tinha como obrigação as relações amorosas. O período compreendido entre namoro e noivado não era o suficiente para proporcionar contato físico e depois da realização deste não havia como voltar atrás e dissolvê-lo. O que hoje se avalia não é mais a união matrimonial para satisfazer os gostos familiares, mas a si próprio, tornando o namoro e noivado centralizados apenas nos valores afetivos, como simpatia, atração física, correspondência afetiva (SILVA, 2002). As rápidas transformações ocorridas com a década atual ainda são recriminadas pelos pais da geração anterior, pois todos os padrões morais vividos por eles estão sendo derrubados pelos jovens sem que estes se dessem conta, trazendo a tona seus anseios sexuais, o que os deixa constrangidos ao tratarem este assunto com seus filhos. Com isso, cometem os mesmos erros que recriminavam em seus pais.
O objetivo do estudo foi investigar a concepção do namoro na visão dos adolescentes que estudam na 8ª série do ensino fundamental.
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