A arte
erótica indiana deve ser vista à luz do Hinduísmo. Na mitologia indiana Kama designa o Deus do Amor. A mesma palavra
refere-se também à busca do prazer, um dos
aspectos fundamentais conducentes à salvação da alma. Não admira, por isso, que
o sexo desde longa data se tenha revestido de tanta importância para os
indianos. Disso nos dá conta o Kama-Sutra, um livro
clássico sobre erotismo e outras formas do prazer humano.
O Kama-Sutra foi escrito há cerca de 1500 anos por
um homem santo, Vatsyayana. Ao que se julga,
trata-se de uma compilação e sistematização de antigos textos sobre sexo,
alguns com 3000 anos. A fama de que goza deve-se não só ao seu conteúdo como
também ao seu carácter único. Sabe-se, no entanto, que os textos e sobretudo as
gravuras eróticas eram bastante comuns na Índia (como, aliás, em todo o
Oriente), embora poucas tenham sobrevivido nos dias de hoje.
No Ocidente
o Kama-Sutra apenas foi conhecido em 1883, em
Inglaterra, através de uma edição privada com o subtítulo The Hindoo Art of love. Outra obra de teor idêntico,
bastante menos conhecida e muitíssimo mais rara, chama-se Ananga-Ranga e contém, para além de textos, um
número considerável de gravuras eróticas de boa qualidade. O seu autor é, desta
feita, um poeta: Kalyana Mall. Publicada em
Inglaterra 10 anos antes como A Boat in the Ocean of Love permanece
até hoje como o mais importante manual indiano ilustrado sobre sexualidade e
relações entre os sexos.
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