sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A sem-vergonhice que vem de longe...


A arte erótica indiana deve ser vista à luz do Hinduísmo. Na mitologia indiana Kama designa o Deus do Amor. A mesma palavra refere-se também à busca do prazer, um dos aspectos fundamentais conducentes à salvação da alma. Não admira, por isso, que o sexo desde longa data se tenha revestido de tanta importância para os indianos. Disso nos dá conta o Kama-Sutra, um livro clássico sobre erotismo e outras formas do prazer humano.

Kama-Sutra foi escrito há cerca de 1500 anos por um homem santo, Vatsyayana. Ao que se julga, trata-se de uma compilação e sistematização de antigos textos sobre sexo, alguns com 3000 anos. A fama de que goza deve-se não só ao seu conteúdo como também ao seu carácter único. Sabe-se, no entanto, que os textos e sobretudo as gravuras eróticas eram bastante comuns na Índia (como, aliás, em todo o Oriente), embora poucas tenham sobrevivido nos dias de hoje.

No Ocidente o Kama-Sutra apenas foi conhecido em 1883, em Inglaterra, através de uma edição privada com o subtítulo The Hindoo Art of love. Outra obra de teor idêntico, bastante menos conhecida e muitíssimo mais rara, chama-se Ananga-Ranga e contém, para além de textos, um número considerável de gravuras eróticas de boa qualidade. O seu autor é, desta feita, um poeta: Kalyana Mall. Publicada em Inglaterra 10 anos antes como A Boat in the Ocean of Love permanece até hoje como o mais importante manual indiano ilustrado sobre sexualidade e relações entre os sexos.





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