terça-feira, 29 de setembro de 2009

PEÇA QUE A GENTE PASSA: JONH FRUSCIANTE

A canção Going inside foi gravada no disco solo “Ten record only water for ten days”, do talentoso guitarrista do Red Hot Chili Peppers, quando de sua aventura fora da banda. Jonh Frusciante (nascido no Queens, Nova York, no ano de 1970) escreveu uma letra marcada pela introspecção, pelo conflito diante da transitoriedade da vida. O guitarrista vivia, à época em que compôs a canção, um de seus momentos mais difíceis, quando se viu dominado pela heroína – consta que chegou a passar fome e nem mesmo tinha onde morar –, repetindo a experiência infeliz de Anthony Kiedis, vocalista do Red Hot, e, sobretudo, a morte trágica por overdose de heroína de um dos primeiros integrantes da banda, Hillel Slovak. Frusciante resolveu usar da tecnologia para tornar sua voz apocalipticamente metálica ou eletrônica, assim como a música inteira tem um capeamento “mecânico”, apontando para a distopia, comum em obras de ficção científica como “Crash”, de J.G. Ballard, “1984”, de George Orwell, “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley e “Do androids dream of eletric sheen?”, título pobremente traduzido para o português como “Blade Runner, O Caçador de Andróides”, dentre outros; contraria-se, portanto, a utopia de Thomas Morus. Um dos versos que melhor representam o estado de espírito do compositor, à época da composição de Going Inside é: “You don’t throw your time away sitting still/ I’m in a chain of memories”. Frusciante voltou ao Red Hot Chili Peppers depois de passar por um tratamento de desintoxicação. Mas continua o mesmo. Ou seja, “continua melhor”.
(Henrique Wagner)


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