As madeiras maciças de pinho-do-Paraná e pau-marfim são selecionadas e passam primeiramente pelo processo de secagem natural, para depois serem secas em estufas automatizadas, aonde permanecem até atingirem gradualmente o teor de umidade adequado para a fabricação dos diversos componentes do piano.
Depois de secas as madeiras são levadas para um centro de usinagem para serem processadas por operadores de máquinas de corte, plainas, moldureiras, coladeiras e prensas, adquirindo a forma das partes que integrarão o piano. Em alguns casos como, por exemplo, a tábua harmônica, é necessário que a montagem das peças seja feita em uma sala com controladores de umidade. A estrutura do piano e a tábua harmônica com seus componentes são feitos de madeira maciça.
A tábua harmônica de um piano é um elemento de extrema importância, pois a qualidade do som é o resultado de como ela vibra. Para se alcançar esse resultado, destaca-se o efeito do coroamento, que é uma leve curvatura em toda a sua extensão, princípio também aplicado em outros instrumentos acústicos, como os violinos. As costelas ajudam a manter a forma de coroa e a distribuir a energia das vibrações ao longo dos veios da madeira da tábua harmônica. Depois de preparada pelo mestre-artesão, a tábua harmônica está pronta para ser montada na estrutura de madeira do piano. No piano de meia-cauda usamos a tábua-harmônica Ciresa, de Abete Rosso, importada da Itália.
Toda a construção do elemento acústico é feita por artesãos, cujo ofício é aprendido na própria fábrica, tendo sido passado através de gerações pelos primeiros construtores que trouxeram o conhecimento aprendido na Europa. Desde a seleção das madeiras empregadas até o mais preciso recorte dos cavaletes, que é a peça de madeira que transfere as vibrações das cordas para a tábua harmônica.
Lâminas de madeiras nobres como, Imbuia, Mogno, Nogueira, Carvalho, Pau-Ferro e outras são selecionadas, cortadas e copiadas, para serem coladas nas peças de compensado de madeira ou MDF, fazendo parte do móvel do piano. Depois de passarem por prensas hidráulicas aquecidas e controladas automaticamente para que seja aplicada a mesma pressão em toda a extensão da peça, são lixadas em máquinas calibradoras, para se obter espessura rigorosamente uniforme.
O corpo do piano de cauda é uma peça moldada, composta de diversas lâminas de madeira de alta densidade, cuja finalidade é não somente conferir beleza externa ao piano, mas principalmente, consolidar o conjunto acústico responsável por suportar os esforços resultantes das cordas tensionadas.
Para suportar esforços que chegam a atingir até 22 toneladas, é necessário integrar à estrutura de madeira, um elemento de ferro fundido, cujo perfil é projetado individualmente para as características de cada modelo de piano. As chapas de ferro dos pianos Fritz Dobbert são fundidas empregando-se métodos muito antigos, com moldes feitos em areia, onde o ferro gusa é despejado lentamente. A peça ao ser desmoldada, é deixada para curar até atingir um perfeito equilíbrio das suas tensões internas, vindo a contribuir para a qualidade do timbre do instrumento.
O elemento acústico do piano está na sua fase final. Depois de montada a estrutura de madeira, a tábua harmônica com seus componentes e a chapa de ferro, formando uma estrutura coesa e extremamente resistente, são colocadas as cordas de aço importado e de aço revestido de fio de cobre, fixadas no cepo de madeira por cravelhas. Máquinas projetadas e construídas na própria empresa, empurram e giram as cravelhas em movimento sincronizado.
Combinando tecnologia e mão-de-obra altamente qualificada, os teclados produzidos de madeira maciça de pinho-do-Paraná passam pelo processo de corte, furagem e colocação das coberturas importadas. As teclas são balanceadas individualmente. As teclas e outras partes do mecanismo são submetidas a grande intensidade de movimento, o que acarreta desgaste natural das partes sujeitas a fricção. Nos pianos Fritz Dobbert, todas estas peças são revestidas por casemira de pura lã importada, e a sua colocação é feita através de máquinas que garantem precisão a operação.
A qualidade dos martelos influencia diretamente no timbre do piano. Para obtermos um excelente resultado na fabricação dos martelos, projetamos e construimos prensas hidráulicas que moldam e consolidam uniformemente o feltro na cabeça de madeira. A marteleira é feita com uma tira de feltro de pura lã, com variação de peso específico da região dos baixos para os agudos.
O complexo mecanismo de acionamento de um piano chega a ter quase 5.000 peças, que são montadas e ajustadas pelos técnicos-montadores. Na linha de produção de pianos verticais, técnicos-montadores instalam o mecanismo, o teclado e os martelos nos pianos. Fazem a regulagem e os ajustes necessários dessas partes, para poderem encaminhar os pianos para os afinadores. Durante o processo de fabricação, os afinadores fazem 3 afinações intercaladas pelo período necessário para a estabilização. O “action test” contribui para este processo.
A pintura dos pianos é feita em cabines montadas para trabalharem com pressão positiva através do insuflamento de ar filtrado e assim, impedir a presença da mais ínfima partícula de poeira. Todo esse cuidado é necessário para garantir a aplicação eficaz dos vernizes poliéster e poliuretano no móvel do piano. As peças depois de envernizadas são lixadas em máquinas de extraordinária precisão, obtendo-se superfície perfeitamente nivelada em toda a sua extensão.
O polimento é feito com máquinas de escovas rotativas e também com politrizes manuais, tendo como resultado superfícies lisas e com excelente alto brilho. A última afinação é feita antes da entrega do piano, conforme o padrão internacional na nota LÁ Central.